Quanto rendem R$ 1.000 aplicados em CDB, LCI, Tesouro Direto e poupança com a queda esperada da Selic
Apesar de comunicado duro do Copom, taxa básica de juros ainda pode começar a cair no segundo semestre; veja como fica o desempenho da renda fixa pós-fixada com a estimativa de juros mais baixos

Ainda não sabemos quando vai acontecer, e o comunicado duro do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) não deixou claro, mas a taxa básica de juros, a Selic, deve começar a ser reduzida em algum momento do segundo semestre deste ano.
Ao manter ontem os juros em 13,75% ao ano, o Copom não deu qualquer indicativo sobre quando devem começar os cortes, mas ao menos retirou do seu comunicado o trecho que falava na possibilidade de novas altas na Selic.
Assim, ainda que o ciclo de queda demore um pouco mais a começar, ele deve se iniciar em algum momento dos próximos meses, conforme já vinha sendo refletido nos preços dos ativos.
Como eu mostrei nesta outra reportagem, os títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação vêm apresentando uma formidável valorização neste ano com a descompressão dos juros futuros, e apenas desde a reunião do Copom realizada em maio, já chegaram a render quase 450% do CDI, no caso dos títulos públicos.
Retorno da sua reserva de emergência está em risco?
Para os investimentos pós-fixados, entretanto, a queda da Selic é desvantajosa. As aplicações cuja rentabilidade é indexada à própria taxa básica de juros ou ao CDI – taxa de juros que caminha junto com a Selic – tendem a pagar menos conforme o ciclo de cortes avance.
Esses investimentos têm sido os queridinhos do investidor brasileiro desde que o ciclo de alta da Selic começou, e agora eles devem perder sua atratividade.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Mas não é possível prescindir deles totalmente, pois alguns desses ativos são o destino da nossa reserva de emergência. Estou falando de aplicações conservadoras como o Tesouro Selic, negociado no Tesouro Direto, os CDBs que pagam um percentual do CDI, os fundos DI e os fundos Tesouro Selic de taxa zero.
Embora não sejam exatamente destinadas à reserva de emergência, por eventuais restrições de liquidez, as LCIs e LCAs também costumam ser atreladas ao CDI e são muito amadas pelos investidores pessoas físicas por serem isentas de imposto de renda.
VEJA TAMBÉM: A NETFLIX REALMENTE PODE TE PROIBIR DE COMPARTILHAR SUA SENHA? VEJA SE VOCÊ PODE IMPEDIR A COBRANÇA
Como fica a renda fixa pós-fixada com a perspectiva de queda da Selic
Embora possa esperar uma redução nos rendimentos das suas aplicações pós-fixadas, o investidor não precisa se preocupar por enquanto, pois o retorno desses investimentos não vai ficar exatamente ruim.
Tendo em vista que o CDI projetado para os próximos dois anos, com os cortes esperados para a Selic, ainda está na casa dos 11%, é possível ainda esperar remunerações próximas dos 10% nesses investimentos, depois de descontado o IR (quando for o caso) e mantidos os custos do investimento baixos, como taxa de administração zerada para investimentos em Tesouro Direto e em fundos Tesouro Selic.
Para dar uma ideia de como deve ficar o desempenho das principais aplicações pós-fixadas nos próximos dois anos, eu fiz uma simulação de quanto esses investimentos devem render em 12 e em 24 meses, considerando as projeções para a Selic e o CDI nesses dois períodos. Confira na tabela:
Investimento | Retorno líquido em 1 ano* | Retorno líquido em 2 anos** |
LCI 90% do CDI | 10,20% | 20,82% |
Tesouro Selic 2026 | 9,56% | 20,22% |
CDB ou fundo Tesouro Selic 100% do CDI | 9,40% | 19,88% |
Caderneta de poupança | 8,92% | 18,64% |
(**) 24 meses, no caso da poupança, ou 504 dias úteis e mais de 720 dias corridos para os demais investimentos. Alíquota de IR de 15,0%, quando for o caso.
Parâmetros
- DI projetado para 1 ano: 11,39% a.a.
- Selic projetada para 1 ano: 11,49% a.a.
- DI projetado para 2 anos: 11,08% a.a.
- Selic projetada para 2 anos: 11,18% a.a.
- TR de maio (valor considerado para calcular a rentabilidade da poupança): 0,214700%
Foi considerada uma aplicação de R$ 1.000 no Tesouro Direto (portanto, isenta de taxa de custódia) em uma corretora que não cobrasse taxa de administração, o que torna o investimento isento de custos.
Considerou-se, no entanto, que o título Tesouro Selic foi resgatado antecipadamente ao final do período, o que acarreta também no desconto de um spread, uma espécie de “pedágio” para vender o papel antes do vencimento.
Veja, na tabela a seguir, quanto você teria, ao final de cada período, caso aplicasse R$ 1.000 em cada um desses investimentos, nas circunstâncias da simulação anterior:
Investimento | Quanto você teria após 1 ano | Quanto você teria após 2 anos |
LCI 90% do CDI | R$ 1.102 | R$ 1.208,20 |
Tesouro Selic 2026 | R$ 1.095,59 | R$ 1.202,23 |
CDB ou fundo Tesouro Selic 100% do CDI | R$ 1.094 | R$ 1.198,80 |
Caderneta de poupança | R$ 1.089,20 | R$ 1.186,40 |
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
14% de juros é pouco: brasileiro considera retorno com investimentos baixo; a ironia é que a poupança segue como preferência
8ª edição do Raio-X do Investidor da Anbima mostra que brasileiros investem por segurança financeira, mas mesmo aqueles que diversificam suas aplicações veem o retorno como insatisfatório
JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025
Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
O turismo de luxo na Escandinávia é diferente; hotéis cinco-estrelas e ostentação saem do roteiro
O verdadeiro luxo em uma viagem para a região escandinava está em praticar o slow travel
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial