É o fim dos juros do rotativo do cartão de crédito? Presidente do Banco Central afirma que modalidade deve deixar de existir
Campos Neto destacou que o limite semelhante de juros de cheque especial atingiu o objetivo da medida
As preces daqueles que sempre acabam se enrolando com a fatura dos cartões de crédito parecem ter sido atendidas. Ao mesmo tempo em que o Congresso debate a criação de um teto de para os juros do rotativo dessa modalidade, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou nesta quinta-feira (10) que a cobrança deve deixar de existir.
O chefe da autoridade monetária brasileira destacou que o grupo de trabalho — formado por bancos, representantes do governo e do BC — deve encaminhar nos próximos 90 dias uma solução que traria o fim do rotativo do cartão.
"Sem rotativo, a fatura não paga iria direto para o parcelado. Deve ser anunciado nas próximas semanas", afirmou o presidente do BC, em audiência pública no plenário do Senado. "Deveríamos ter feito antes medidas para solucionar o rotativo", admitiu.
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Juros atingiram seus objetivos
Campos Neto destacou que o limite semelhante de juros de cheque especial atingiu o objetivo da medida. "Reconheço que o juro do cartão de crédito é um grande problema. O parcelado sem juros ajuda a atividade, mas tem aumentado muito parcelas", avaliou.
E acrescentou: "Com exceção da China, nenhum outro país teve aumento tão grande em cartões como o Brasil. Estamos estudando soluções para número de cartões, mas reduzir cartões pode prejudicar o varejo".
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Qual o impacto dos juros na inadimplência?
De acordo com dados do Serasa, o número de pessoas inadimplentes no Brasil teve em junho a primeira queda em 2023. Foram registrados 71,45 milhões de negativados, uma redução de 450 mil pessoas em relação ao mês anterior.
Parte dessa queda é atribuída ao programa Desenrola. Quatro em cada dez brasileiros têm dívidas no rotativo do cartão de crédito, segundo pesquisa do BC de abril deste ano.
E a reforma tributária
O presidente do Banco Central destacou ainda a importância de se aprovar a reforma tributária que já foi votada em dois turnos na Câmara dos Deputados e iniciou a tramitação no Senado.
"A reforma tributária é muito importante para o País, no que esteve ao meu alcance conversei com as pessoas para convencê-las. Temos várias disparidades na tributação, não sei se vamos conseguir consertar todas, mas a proposta que está tramitando é melhor do que o sistema que temos hoje", afirmou.
Segundo Campos Neto, a simplificação do sistema tributário brasileiro vai contribuir no médio prazo para o aumento da eficiência da economia. "Eu tenho apoiado a reforma tributária", enfatizou.
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