Desde o fim do mês passado, quando venceu o visto diplomático de Jair Bolsonaro, dúvidas pairavam no ar: quando ele volta ao Brasil? Sem mandato, o que ele fará a partir de agora? O próprio ex-presidente quebrou o silêncio e falou sobre seus planos para o futuro.
Em entrevista no final de semana para Charlie Kirk, influenciador de extrema direita dos EUA, Bolsonaro disse que voltará ao Brasil nas próximas semanas.
"Há uma vontade muito grande por parte de muitos brasileiros para que eu retorne o mais rápido possível", disse.
Bolsonaro sinalizou ainda que continuará na política e voltará com o objetivo de coordenar a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em um trecho da entrevista, o ex-presidente afirma que se vê na obrigação de coordenar as novas lideranças que estão surgindo em seu campo político.
Na noite de segunda-feira (06), o senador Rogério Marinho (PL-RN) foi confirmado como o novo líder da oposição no Senado.
Também foi formalizada a liderança da minoria na Casa, que passou a ser ocupada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) — ministro da Casa Civil no governo de Bolsonaro.
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A permanência nos EUA
Bolsonaro saiu do Brasil dois dias antes do final de seu mandato e, desde então, está nos EUA.
Muito se especulou sobre a permanência do ex-presidente por lá. Ele entrou no país com visto diplomático, cuja validade é de 30 dias. No fim desse prazo, ele comunicou o governo norte-americano sobre seu novo status e pediu a mudança para visto de turista.
Nesse meio tempo, o senador Flávio Bolsonaro — filho mais velho do ex-presidente — chegou a dizer que seu pai poderia voltar "amanhã, em seis meses ou nunca".
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que viajou com o esposo para os EUA em dezembro, já retornou ao Brasil.
O futuro de Bolsonaro no Brasil
O ex-presidente pode até ter feito planos para sua vida política daqui para frente, mas seu futuro deve incluir processos pelos quais ele responde.
Quatro inquéritos tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF) e podem continuar na corte ou serem transferidos para a justiça comum, já que Bolsonaro perdeu o foro privilegiado.
Um desses inquéritos investiga o ex-presidente sobre possíveis responsabilidade sobre os atos de 8 de janeiro em Brasília, quando apoiadores do ex-presidente depredaram as sedes dos Três Poderes.