Ninguém disse que seria fácil — e não está sendo. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia reajustar o salário mínimo acima dos R$ 1.320 previstos no Orçamento, a econômica, tendo o Ministério da Fazenda à frente, é contra.
A ideia é que essa despesa seja custeada com parte do corte de R$ 50 bilhões de gastos proposto pelo ministro Fernando Haddad na semana passada, trazendo mais um choque entre os grupos político e econômico do governo — que já vinham travando embates desde a transição, com a extensão da desoneração dos combustíveis.
Enquanto isso, em Davos, na Suíça, Haddad afirma que o governo não trabalha com a possibilidade de aumentar a carga tributária no Brasil. Segundo ele, o objetivo é entregar uma reforma tributária neutra, transparente e que distribua a carga de maneira mais justa pelos setores econômicos.
"A intenção é justamente ter um prazo de transição para fazer a calibragem. A ideia é que a reforma (tributária) seja neutra", disse Haddad durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Questionado sobre a viabilidade da aprovação da reforma tributária, uma vez que o governo de Jair Bolsonaro não conseguiu avançar no tema, Haddad disse que a oposição escolheu o modelo errado. "A CPMF estava morta e sepultada", disse.
Este texto faz parte do "Diário dos 100 Dias", uma série do Seu Dinheiro sobre as medidas e ações no início do governo Lula. Se você quiser relembrar como foi o começo da gestão de Jair Bolsonaro, baixe o nosso ebook gratuito.