Não é só o Campos Neto. Presidente do Banco Central dos EUA entra na mira de líder do Partido Democrata
Em audiência no Congresso dos EUA, senadora criticou a política monetária do Fed e defendeu a substituição de Jerome Powell

A queda de braço entre governo e Banco Central não é exclusividade do Brasil.
A senadora norte-americana Elizabeth Warren, vice-líder do governista Partido Democrata, protagonizou alguns dos mais duros questionamentos à política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
Aconteceu na terça-feira, durante o depoimento de Jerome Powell, presidente do Fed, perante o Senado norte-americano, na terça-feira.
Um breve contexto
Antes, porém, é necessária uma breve contextualização. O Fed aprofundou sua política ultra-acomodatícia no início de 2020, quando o coronavírus espalhou a covid-19 pelo mundo.
Bancos centrais de todo o mundo acompanharam o Fed em uma ação sem precedentes de alívio monetário.
Tais ações sustentaram os mercados financeiros enquanto a economia real patinava e governos proporcionavam auxílios na tentativa de manter a população assistida durante os piores momentos da pandemia.
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Aos poucos, entretanto, o alívio monetário e a quebra das cadeias de suprimento começaram a causar inflação, que deu uma segunda esticada com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Depois que os preços dispararam, o Fed foi um dos últimos bancos centrais a reagir.
Agora Powell e os demais dirigentes do Fed estão engajados em um aperto monetário que apenas recentemente começou a desacelerar a inflação, mas que deve acabar causando desemprego antes de finalmente colocar os preços sob controle.
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Os questionamentos da senadora ao chefe do banco central dos EUA
Não é de hoje que Elizabeth Warren, senadora pelo Estado de Massachusetts, reserva duras críticas à forma como Powell conduz a política monetária nos EUA.
Um de seus principais argumentos é de que o agressivo aperto monetário do Fed em algum momento vai custar empregos e desencadear uma recessão econômica.
Se você em algum momento acompanhou a queda de braço que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual chefe do BC brasileiro, Roberto Campos Neto, já se deparou com esse argumento.
E foi exatamente esse o sentido da fala de Warren.
“Então, presidente Powell, se o senhor pudesse falar diretamente às 2 milhões de pessoas que trabalham duro para manter emprego decentes hoje e que o senhor pretende colocar no olho da rua ao longo do próximo ano, o que diria a elas?”, questionou a senadora.
“Como o senhor explicaria sua posição de que elas precisam perder o emprego [para que a inflação volte ao controle]?”
A resposta de Powell foi escorregadia.
“Explicaria às pessoas que a inflação está alta demais e está prejudicando muito todo mundo que trabalha neste país”, disse o presidente do Fed.
“Todo mundo, e não apenas 2 milhões delas, sofre com a alta dos preços e estamos usando os únicos recursos que temos à disposição para conter a inflação”, prosseguiu Powell antes de questionar: “Se nós pararmos de fazer nosso trabalho e a inflação permanecer entre 5% e 6%, a vida dos trabalhadores vai melhorar?”
A réplica de Warren
A resposta de Powell não satisfez à senadora, que defendeu a substituição do presidente do Fed.
“Presidente Powell, o senhor jogando com a vida das pessoas”, disse Elizabeth Warren.
“O senhor diz que existe apenas uma solução: dispensar milhões de trabalhadores”, insistiu ela.
“Precisamos de um Fed que lute pelas famílias. Se o senhor não pretende assumir essa responsabilidade, precisamos de alguém no Fed que assuma.”
*Com informações da Business Insider.
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