Via (VIIA3) quer dinheiro da Faria Lima para financiar o crediário das Casas Bahia; ações reagem em alta ao plano de reestruturação
Após novo prejuízo no segundo trimestre, Via anunciou “plano de transformação” que envolve criação de fundo para antecipar receita de vendas no crediário

O dinheiro para financiar o tradicional crediário das Casas Bahia e do Ponto Frio pode começar a vir da Faria Lima, região onde se concentra o mercado financeiro. Pelo menos essa a intenção da Via (VIIA3), dona das redes varejistas.
Em situação financeira delicada após mais um prejuízo milionário no segundo trimestre, a Via anunciou um "plano de transformação", que envolve corte de custos e monetização de ativos.
As iniciativas incluem ainda uma captação de até R$ 1,5 bilhão por meio de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC).
A primeira reação do mercado ao plano é positiva. Por volta das 12h10, as ações da Via (VIIA3) registravam forte alta de 6,56%, a R$ 1,95. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,27%.
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Como vai funcionar o fundo
O plano da Via é usar o fundo para antecipar os recursos das vendas feitas no crediário. Desse modo, em vez de esperar para receber em parcelas o dinheiro da venda de uma geladeira, por exemplo, a varejista coloca os recursos no caixa de uma só vez.
É claro que, para isso, precisará oferecer uma taxa de desconto, que por sua vez vai depender da demanda dos investidores do FIDC. A companhia contratou o Banco BTG Pactual e a Polígono Capital para montar o produto.
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A Via hoje já faz a antecipação dos recursos do crediário nas vendas das lojas do Ponto Frio e Casas Bahia diretamente com os bancos.
O objetivo com a criação do fundo é liberar limite de crédito com as instituições financeiras. O valor pode potencialmente superar R$ 5 bilhões, de acordo com a companhia.
Na visão de um gestor de fundos de crédito com quem eu conversei, as chances de a Via tirar o fundo do papel são boas, já que o risco de calote para o investidor não deve ser o da varejista, mas dos clientes que compram as mercadorias parceladas.
De todo modo, tudo ainda vai depender da forma e das condições que a empresa empacotar esses recebíveis.
O plano da Via para sair do buraco
O temor do mercado de que no fundo do poço a Via poderia encontrar um alçapão se confirmou no segundo trimestre. A varejista teve um prejuízo de R$ 492 milhões entre abril e junho — mais de 50% acima da projeção de R$ 321,4 milhões dos analistas.
O volume total de mercadorias vendidas (GMV) ficou praticamente estável e somou R$ 11 bilhões. Enquanto isso, tanto o Ebitda (indicador que o mercado usa como uma medida de geração de caixa) e a margem apresentaram queda no trimestre.
Mas o foco do mercado se concentra hoje no plano de reestruturação dos negócios da Via, que consiste em duas “alavancas”: de estrutura de capital e operacional.
A ideia de criar um FIDC para antecipar as vendas no crediário faz parte do primeiro grupo. A varejista também anunciou que pretende priorizar e reduzir os investimentos (capex) em até 40% em relação a 2022.
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Além disso, a Via conta com a possibilidade de monetizar ativos, como créditos fiscais. O potencial dessa iniciativa é da ordem de R$ 4 bilhões, de acordo com a companhia.
Dentro das alavancas operacionais, a Via anunciou uma série de ações. Entre elas, a redução potencial de 50 a 100 lojas, corte de funcionários e queima de estoque. No total, a companhia estima que as medidas podem render até R$ 1 bilhão em lucro antes impostos.
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A reação dos analistas ao plano da Via
Apesar da alta das ações hoje, os analistas que cobrem a Via ainda estão no modo "ver para crer". De todo modo, o plano estratégico deve tirar o foco dos investidores do resultado fraco do segundo trimestre, na visão do JP Morgan.
“Ainda assim, dado o alto nível de alavancagem e o histórico de execução ruim da empresa, é improvável que vejamos o plano de transformação completo sendo precificado”, escreveram os analistas do banco norte-americano, em relatório.
Para um gestor que está com posição vendida (short) nas ações da Via, o plano de hoje não deve ser suficiente para evitar uma futura rodada de aumento de capital na varejista.
Nas contas dele, a dona das Casas Bahia e Ponto Frio precisaria aumentar o Ebitda em R$ 4,5 bilhões para conseguir estabilizar a dívida sem a necessidade de emitir novas ações.
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Mais otimista, o Santander aponta que o resultado fraco do segundo trimestre reforça ainda mais os desafios da Via. "No entanto, se executado com precisão e com condições favoráveis de mercado, o plano de transformação pode manter a Via no jogo."
A Via promove uma videoconferência para responder as perguntas de analistas nesta sexta-feira, às 14h. Você pode acessar o evento aqui.
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