Mais problemas para sócio de Lemann: Light (LIGT3) é rebaixada para nível perto de calote por agência de risco
Carlos Alberto Sicupira possui 10% das ações da Light, que contratou consultoria em anúncio que soou como o famoso “devo, não nego, pago quando puder”; entenda o caso

A Light (LIGT3), distribuidora de energia elétrica do Rio de Janeiro, parecia engrenar uma nova e lucrativa fase em 2020. Foi quando entraram no capital da empresa nomes como Ronaldo Cesar Coelho e, principalmente, Carlos Alberto Sicupira, membro do então intocável trio de bilionários liderado por Jorge Paulo Lemann.
Na época, as ações da empresa responderam com uma forte alta após o vale da pandemia, até superarem o patamar de R$ 24 nas máximas na B3 em janeiro de 2021. Mas nem mesmo o "toque de Midas" dos experientes investidores conseguiu resolver os problemas da Light.
E, para piorar, a empresa se encontra agora em uma situação financeira delicada. Tanto que informou nesta semana a contratação da consultoria Laplace para "assessorar a companhia na análise de estratégias financeiras" e "apresentar melhorias em sua estrutura de capital".
Para os credores, esse tipo de anúncio cheira ao famoso "devo, não nego, pago quando puder". A notícia também chamou a atenção da agência de risco Fitch, que decidiu rebaixar a nota de crédito da companhia de 'BB-' para 'CCC+'. Trata-se de um nível bem próximo ao de calote, de acordo com a escala da agência.
VEJA TAMBÉM - Americanas não é o único fracasso de Lemann: veja outros 3 grandes desastres na história do bilionário
A conta da Light (LIGT3)
De fato, a situação financeira da Light inspira cuidados. A distribuidora de energia encerrou o terceiro trimestre com uma dívida líquida salgada, de R$ 8,7 bilhões. Esse valor equivale a três vezes o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Por outro lado, o grosso dessa conta vence apenas a partir do ano que vem, de acordo com dados do balanço.
Leia Também
Além disso, a chegada de Octávio Lopes como CEO em julho passado deu uma nova injeção de confiança à companhia no mercado. O executivo é um dos mais respeitados no mercado graças à reviravolta que comandou na Equatorial Energia (EQTL3).
- Não perca dinheiro em 2023: o Seu Dinheiro conversou com os principais especialistas do mercado financeiro e reuniu neste material as melhores oportunidades de investimentos em ações, BDRs, fundos imobiliários e muito mais. ACESSE AQUI GRATUITAMENTE
Portanto, a empresa em tese teria tempo para encontrar uma solução, que poderia passar, por exemplo, por uma nova captação de dívida no mercado, com prazos mais longos.
- LEIA TAMBÉM: Como Jorge Paulo Lemann fez fortuna e quase perdeu tudo “transando” no mercado financeiro
A dúvida sobre o futuro da concessão
Então por que a Light decidiu contratar agora uma consultoria para renegociar a dívida? A resposta passa pelas dúvidas sobre a renovação do contrato de concessão da companhia.
Para a Fitch, a entrada da Laplace na jogada sinaliza que os credores demonstraram pouca disposição em conceder novos financiamentos ao grupo em meio a essa incerteza.
Vale lembrar que a Light terá direito a receber um valor estimado em R$ 10,1 bilhões caso não renove a concessão no Rio. A dúvida é se esse valor será suficiente para cobrir todo o serviço da dívida.
Ainda de acordo com a Fitch, a dificuldade da Light em conseguir dinheiro novo pode ser um efeito colateral do caso Americanas, que pegou em cheio os grandes bancos.
Ações caem 85% desde o topo
Como não podia ser diferente, a preocupação com o futuro da companhia chegou à bolsa. Nos últimos três pregões, as ações da Light na bolsa amargam uma queda de 23%.
Por volta das 16h55, os papéis eram cotados a R$ 3,26 — ou seja, uma perda de mais de 85% desde o pico do início de 2021. Leia também nossa cobertura completa de mercados hoje.
Nem preciso dizer que a maré de Beto Sicupira — um apaixonado por pesca submarina, por sinal — não anda das melhores. Afinal, o bilionário sócio de Lemann também é sócio relevante da Americanas.
A aposta maior na Light, porém, foi de Ronaldo Cesar Coelho. O empresário e irmão do ex-árbitro de futebol e ex-comentarista da TV Globo Arnaldo Cesar Coelho é o maior acionista da empresa de energia, com 20% do capital.
Foi Ronaldo quem convidou Sicupira a investir na Light, primeira investida do empresário no setor de infraestrutura. O sócio de Jorge Paulo Lemmann detém aproximadamente 10% das ações da companhia.
Câmara chama Gabriel Galípolo para explicar possível aval do Banco Central à compra do Master pelo BRB
Operação já foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade e agora aguarda autorização da autoridade monetária
Oi (OIBR3) entra com pedido de recuperação judicial para duas subsidiárias
Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, o movimento faz parte do processo de reestruturação global do grupo
Roubo do século: Banco Central autoriza C&M a religar os serviços após ataque hacker; investigações continuam
De acordo com o BC, a suspensão cautelar da C&M foi substituída por uma suspensão parcial e as operações do Pix da fintech voltam ao ar nesta quinta-feira
Embraer (EMBR3) ganha ritmo: entregas e ações da fabricante avançam no 2T25; Citi vê resultados promissores
A estimativa para 2025 é de que a fabricante brasileira de aeronaves entregue de 222 a 240 unidades, sem contar eventuais entregas dos modelos militares
Banco do Brasil (BBAS3) decepciona de novo: os bancos que devem se sair melhor no segundo trimestre, segundo o BofA
A análise foi feita com base em dados recentes do Banco Central, que revelam desafios para alguns gigantes financeiros, enquanto outros reforçam a posição de liderança
WEG (WEGE3) deve enfrentar um segundo trimestre complicado? Descubra os sinais que preocupam o Itaú BBA
O banco alerta que não há gatilhos claros de curto prazo para retomada da queridinha dos investidores — com risco de revisões negativas nos lucros
Oi (OIBR3) propõe alteração de plano de recuperação judicial em busca de fôlego financeiro para evitar colapso; ação cai 10%
Impacto bilionário no caixa, passivo trabalhista explodindo e a ameaça de insolvência à espreita; entenda o que está em jogo
Exclusivo: Fintech afetada pelo ‘roubo do século’ já recuperou R$ 150 milhões, mas a maior parte do dinheiro roubado ainda está no “limbo”
Fontes que acompanham de perto o caso informaram ao Seu Dinheiro que a BMP perdeu em torno de R$ 400 milhões com o ataque cibernético; dinheiro de clientes não foi afetado
Gol (GOLL54) encerra capítulo da recuperação judicial, mas processo deixa marca — um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em maio; confira os detalhes
Apesar do encerramento do Chapter 11, a companhia aérea segue obrigada a enviar atualizações mensais ao tribunal norte-americano até concluir todas as etapas legais previstas no plano de recuperação
Vale (VALE3) mais pressionada: mineradora reduz projeção de produção de pelotas em 2025, mas ações disparam 2%; o que o mercado está vendo?
A mineradora também anunciou que vai paralisar a operação da usina de pelotas de São Luís durante todo o terceiro trimestre
Natura começa a operar com novo ticker hoje; veja o que esperar da companhia após mudança no visual
O movimento faz parte de um plano estratégico da Natura, que envolve simplificação da estrutura societária e redução de custos
Casas Bahia (BHIA3): uma luz no fim do túnel. Conversão da dívida ajuda a empresa, mas e os acionistas?
A Casas Bahia provavelmente vai ter um novo controlador depois de a Mapa Capital aceitar comprar a totalidade das debêntures conversíveis em ações. O que isso significa para a empresa e para o acionista?
Empresas do Novo Mercado rejeitam atualização de regras propostas pela B3
Maioria expressiva das companhias listadas barra propostas de mudanças e reacende debate sobre compromisso com boas práticas corporativas no mercado de capitais; entenda o que você, investidor, tem a ver com isso.
O roubo do século: Hacker leva mais de R$ 1 bilhão em ataque a empresa de software que presta serviços a bancos
Um ataque cibernético à empresa de software C&M, que presta serviços ao sistema financeiro, resultou em um roubo estimado em R$ 1 bilhão
Azul (AZUL4) ratifica pedido de recuperação judicial nos EUA e homologação de aumento de capital
Com isso, o número total de ações também foi ajustado para 3,025 bilhões de papéis, sendo 2,129 bilhões de ações ordinárias e 896 milhões de preferenciais
Tesla perde tração em 2025: ações e BDRs caem com desgaste da imagem de Elon Musk
A companhia tem enfrentado grandes desafios na disputa pela liderança global no setor de veículos elétricos com boicotes ao redor do mundo
BYD atrasa abertura de fábrica brasileira, mas diz que quer transformar a Bahia no “Vale do Silício da América Latina”
Chinesa fabricante de carros elétricos apresentou sua estrutura de produção no local onde um dia operou a Ford; montadora aguarda licenças para dar pontapé inicial
Raízen (RAIZ4) dá mais um passo para melhorar suas contas e anuncia cisão parcial da subsidiária Resa
Operação busca otimizar estrutura de capital e gestão, concentrando a participação societária em entidades no exterior
Banco Master nega irregularidades em venda de ativos ao BRB após reportagem sobre auditoria do BC
O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiou que autarquia teria identificado problemas nas transações realizadas desde o final de 2023
Embraer (EMBR3) lidera ganhos do Ibovespa depois de acordo multibilionário para venda de 45 jatos
A Embraer assinou acordo de US$ 4 bilhões com a Scandinavian Airlines (SAS) para a venda de 45 jatos E195-E2 da companhia brasileira