Dois meses após entrar com pedido de falência, os restos mortais da FTX são motivo de disputa por 117 grandes investidores, interessados no que sobrou dos negócios. Ao mesmo tempo, executivos da corretora de criptomoedas (exchange) correm para salvar a própria pele.
Nishad Singh era responsável pela chefia de engenharia na FTX. Ele é o terceiro executivo próximo de Sam Bankman-Fried, o SBF, que vai à Justiça e se declara culpado pelo colapso da corretora. Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, e Gary Wang, co-fundador da FTX, já depuseram à Justiça dos Estados Unidos.
No caso de Singh, ele fechou um acordo em troca de redução de pena. Em audiência no Ministério Público de Nova York, o executivo recebeu uma oferta de imunidade limitada. No entanto, isso não é garantia de muita coisa — os investigadores querem avaliar a qualidade das informações que ele tem.
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Quem dá mais pela FTX?
De acordo com Kevin Cofsky, do banco de investimentos Perella Weinberg, que representa a FTX nos EUA (a FTX US), existe chance de investidores internacionais comprarem as operações da corretora em todo o planeta.
“Cerca de 117 entidades, incluindo uma série de empresas do setor financeiro e contrapartes estratégicas pelo mundo, expressaram interesse nos devedores e sinalizaram potencial compra de parte dos negócios”, diz.
Ao todo, 59 acordos confidenciais foram firmados. Eles dizem respeito às operações de subsidiárias da FTX no Japão e na Europa, além de outras tecnologias da corretora, como a LedgerX e a Embed.
Como isso afeta o futuro dos investidores prejudicados?
A compra de parte das operações poderia ajudar a devolver parte do dinheiro dos investidores, ainda que a quantia seja menor do que o saldo devedor de alguns bilhões de dólares. Uma parcela do que sobrou dos investimentos fracassados da FTX também deve ser destinada a essa finalidade.
Enquanto isso, SBF segue em prisão domiciliar na casa dos seus pais, aguardando os desdobramentos do caso. Uma nova audiência com o ex-CEO da corretora está marcada para outubro deste ano.