Dólar, juro, bolsa e arcabouço fiscal estão interligados – e uma janela para internacionalizar seus investimentos pode estar se abrindo
O dólar voltou à casa dos R$ 5,00. Seria viável pensar em voltar para R$ 4,75? Entenda o que impede que ele continue caindo de maneira mais sustentável
Depois de algum estresse ao longo do primeiro trimestre, começamos abril com o dólar mais uma vez flertando com os R$ 5,00.
O patamar é emblemático, uma vez que se tornou usual comentar sobre o quanto o real tem estado desvalorizado há algum tempo, mais precisamente desde que a pandemia estourou.
É curioso refletir sobre como há cinco anos a nossa moeda, como podemos ver abaixo, flertava com patamares inferiores a R$ 3,50.
Inegavelmente, o exótico real tem sido um veículo bastante volátil ao longo dos últimos anos, sendo que a força do dólar em nível internacional e as incertezas domésticas contribuíram para isso.
Fonte: Trading Economics
Leia Também
De Volta para o Futuro 2026: previsões, apostas e prováveis surpresas na economia, na bolsa e no dólar
Tony Volpon: Uma economia global de opostos
Se fôssemos avaliar as razões internas que poderiam justificar isso, poderíamos destacar a alta do Credit Default Swap (CDS, que funciona como um "seguro contra calote" dos títulos públicos) de cinco anos e a queda dos juros para 2% por um período considerável, de 2020 a 2021. Note que o CDS segue acima de 200 pontos.
Fonte: World Government Bonds
- O SEGREDO DOS MILIONÁRIOS: as pessoas mais ricas do Brasil não hesitam em comprar ações boas pagadoras de dividendos. Veja como fazer o mesmo neste treinamento exclusivo que o Seu Dinheiro está liberando para todos os leitores.
Em contrapartida, a taxa de juros foi para dois dígitos novamente neste novo ciclo recente de aperto monetário.
Ainda assim, seguimos com um dólar relativamente elevado contra o real. O grande problema, em meu entendimento, é a desancoragem das expectativas, em grande parte por conta da incerteza fiscal.
Veja que bastou a apresentação geral do arcabouço fiscal para que voltássemos a flertar com os R$ 5 no Brasil, com a ajuda da fraquejada do Dollar Index (DXY, um índice que mede a força do dólar contra uma cesta de divisas) depois da crise dos bancos regionais nos EUA, que já comentei neste espaço em outra oportunidade.
Está tudo interconectado
As coisas estão conectadas. De 2020 para cá, o Brasil passou por inúmeros choques orçamentários, começando com a pandemia, passando pelos precatórios e chegando ao ano eleitoral, com PEC das Bondades e PEC da Transição.
Consequentemente, os movimentos colocaram em dúvida a capacidade de bom pagador do Brasil.
Sim, o real tem espaço para voltar para a faixa dos R$ 4,75 como já fez no ano passado.
Leia também
- Em busca de um porto seguro: Como o ouro pode proteger seus investimentos em meio a uma crise bancária global
- Surreal! O ‘peso-real’ deixou todo mundo histérico, mas inutilmente; entenda por que moeda comum não vai sair do papel
- O mercado não gostou da meta de crescimento da China. Mas e se ela apenas impôs uma meta fácil de ser batida?
Precisamos de mais certezas
O problema é que mais certezas precisam ser dadas, algo que só teremos gradualmente ao longo dos próximos meses, com a apresentação do texto formal da nova regra fiscal e com a devida tramitação no Congresso.
Até lá os juros seguirão elevados na curva — note abaixo que houve uma evolução versus há um mês, mas ainda estamos piores do que há seis meses —, o dólar continuará encontrando resistência, e a Bolsa se manterá nesses patamares indecorosos, negociando a múltiplos baratos, mas sem gatilhos de curto prazo.
Fontes: Highcharts.com e World Government Bonds
Com isso devidamente explicado, entendo que o saldo final dos próximos meses, ainda que morosamente, possa ser positivo, com uma aprovação de um arcabouço fiscal minimamente aceitável, ainda que muito dependente de arrecadação. Sim, há dúvidas sobre o texto; logo, enquanto elas não forem sanadas, a moeda enfrentará resistência.
De qualquer forma, o movimento geral poderá possibilitar que o dólar se mantenha mais próximo da faixa entre R$ 4,75 e R$ 5,00 do que do patamar entre R$ 5,50 e R$ 5,75, como já fez antes, quando o risco era maior. Uma nova janela para internacionalização de investimentos pode estar começando a se abrir.
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições
Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje
Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário