🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

A crise de 29 e a de 23: por que bancos em apuros são tão antigos quanto os próprios bancos

No Brasil, os problemas externos vieram se juntar à crise bancária provocada pelo rombo da Americanas, exercendo forte pressão no mercado de renda variável, como vêm mostrando as seguidas quedas do Ibovespa

26 de março de 2023
8:03 - atualizado às 14:06
SVB e crise dos bancos
Imagem: Montagem Seu Dinheiro

Como todos os que acompanham as notícias do mercado financeiro sabem, nas últimas semanas o assunto em pauta tem sido quase sempre a crise que atingiu o sistema bancário mundial.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E que crise !

Quase não se fala mais em Covid-19, que tornou-se uma doença cíclica e previsível, pouco mais do que uma gripe forte.

A própria guerra russo-ucraniana só tem sido mais comentada por causa da visita do líder chinês Xi Jinping a Moscou.

Voltando ao assunto principal desta crônica, crises nos bancos são tão antigas quanto os próprios bancos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No século XIX, por exemplo, época em que quase não havia grandes instituições com agências espalhadas por todo o país (estou me referindo aos Estados Unidos), as falências eram localizadas.

Leia Também

Podiam acontecer em função de um assalto (como se vê nos filmes antigos de faroeste) ou até originadas em boatos (fundados ou infundados) que provocavam corridas.

Como se sabe, não há banco que resista a saques maciços, pois trabalham alavancados. Emprestam seus capitais várias vezes cumulativamente.

Porém, sendo episódios isolados, não afetavam o sistema. Apenas os depositantes daquela instituição.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O mesmo ocorria em outros países.

Por ocasião da crise de 1929, o governo e o banco central (Fed) americanos, alegando que se tratava de um problema do setor privado, não agiram a tempo de socorrer o sistema bancário, cujas instituições eram quase todas emprestadoras de dinheiro para os especuladores comprarem ações, geralmente exigindo em garantia essas próprias ações.

Resultado: nada menos do que nove mil bancos americanos faliram, sendo que sete bilhões de dólares simplesmente viraram fumaça, valor equivalente a US$ 160 bilhões nos dias de hoje.

Ou seja, a crise não se restringiu aos investidores e especuladores em ações. Gente que jamais investira um centavo na Bolsa, perdeu todas as economias.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Não foi à toa que a crise originada em Wall Street se espalhou pelo mundo, dando origem à Grande Depressão, ao ressurgimento do nazismo (que se começara no início dos Anos Vinte mas perdera grande parte de sua força) e à eclosão da Segunda Guerra Mundial, com um saldo macabro de mais de 50 milhões de mortos, entre civis e militares.

A crise nos bancos é coisa séria

Como se pode observar, crise bancária é coisa séria. E pode se tornar seríssima.

Após a Depressão, houve diversas fusões e aquisições de bancos, formando instituições cujas dimensões eram sua defesa.

Mesmo assim, e continuo falando dos Estados Unidos, volta e meia surge uma crise que precisa ser debelada antes que se transforme numa tragédia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O maior exemplo disso foi o crash de 19 de outubro de 1987 na Bolsa de Valores de Nova York, crash no qual os índices Dow Jones e S&P500 (o Nasdaq já existia, mas não tinha a menor importância) perderam um quinto de seu valor em poucas horas.

Mais do que depressa, o presidente Ronald Reagan, o secretário do Tesouro, James Baker III, e o recém nomeado chairman do Federal Reserve Bank, Alan Greenspan, agiram para debelar a crise.

Reagan apelou aos CEOs das principais empresas norte-americanas para comprar, em mercado, suas próprias ações e entesourá-las. Baker pediu aos bancos para baixarem suas prime rates.

Finalmente Greenspan inundou o mercado de dinheiro, comprando Treasury Bonds.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Relembrando caos do supbrime

Muito mais grave do que a crise de 1987 foi a do subprime. Esta durou de 2007 a 2010 e foi o pior momento da economia americana desde o crash de 1929 e a Grande Depressão dos Anos Trinta.

Tudo se deveu a uma bolha no mercado americano de imóveis, cujos preços subiram muito além do que seria razoável.

Por pura ganância e (por que não dizer?) visando gordos bônus de fim de ano, banqueiros procuraram os proprietários de casas, terrenos e propriedades rurais oferecendo-lhes aumentar o valor de suas hipotecas.

Quando, tal como acontece em todas as bolhas, os preços começaram a cair e, em seguida, despencaram ladeira abaixo, os imóveis passaram a ser devolvidos para os bancos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Havia um risco sistêmico (ao qual se daria o nome de subprime) que poderia atingir todo o mercado financeiro, a começar pelas duas maiores companhias de crédito imobiliário, Fannie Mae e Freddie Mac.

Mais uma vez o governo, desta vez com George W. Bush (Bush filho) na Casa Branca, Henry Paulson na secretaria do Tesouro e Ben Bernanke no Fed, agiu com energia, concentrando-se na crise.

Tanto a Fannie Mae como a Freddie Mac foram estatizadas. Do mesmo modo que Greenspan em 1987, Bernanke inundou o mercado de liquidez, só que dessa vez por um longo período.

Mesmo empresas como General Motors e Chrysler tiveram suas ações adquiridas pelo governo federal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para isso, o Congresso aprovou a Bailout Bill, que disponibilizou os recursos necessários para essas compras.

A falência de bancos nos dias atuais

Talvez a quebra do banco Lehman Brothers tenha sido tolerada por Washington apenas para que Wall Street não passasse em branco pela crise, sem nenhuma punição a título de exemplo.

Por outro lado, as empresas socorridas pelo governo federal puderam reorganizar suas contas e, mais tarde, recomprar as próprias ações, voltando a ser privadas.

Iniciou-se então um período de pouco mais de uma década, na qual os sistemas bancários da maioria dos países desenvolvidos mostraram-se sólidos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A inflação se aproximou de zero, assim como as taxas de juros, sendo que alguns bancos centrais (da Suíça e do Japão, por exemplo) passaram a praticar juros negativos.

Veio então a Covid-19, que desarranjou o sistema financeiro mundial, primeiro com uma farta distribuição de dinheiro a fundo perdido, depois tentando, sem sucesso, impedir a inflação resultante desse excesso de liquidez, agora através do aumento das taxas básicas de cada país.

Tendo emprestado dinheiro a juros baixíssimos, os bancos agora tinham de captá-lo pagando taxas altas. Resultado: as contas simplesmente não fecharam. Passivos ficaram descobertos.

Uma das primeiras vítimas foi o SVB (Silicon Valley Bank), com sede em Santa Clara, na Califórnia, que simplesmente faliu.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao invés de socorrer o banco, o governo americano preferiu honrar todos os depósitos, mesmo aqueles de valor acima de 250 mil dólares, que são garantidos pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation) — agência federal cujo objetivo é justamente impedir calotes até esse montante.

Washington pagou tudo.

O próximo da lista americana é o First Republic Bank, de São Francisco, que só não quebra se for adquirido por outros bancos ou, tal como no caso do SVB, socorrido pelo governo.

Do outro lado do Atlântico Norte, a situação não é nem um pouco melhor. O vetusto Credit Suisse, com mais de um século de existência (foi fundado em 1856), teve de ser absorvido por seu grande rival, UBS.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Parece que, pelo menos no início, nem os acionistas do Credit nem os do UBS gostaram da transação. Tanto é assim que as ações dos dois bancos despencaram na Bolsa tão logo a fusão foi anunciada.

Aí temos um problema de dimensões e características diferentes dos casos americanos.

Enquanto os bancos dos Estados Unidos, incluindo o Federal Reserve Bank, pagam suas dívidas na própria moeda do país, na Suíça, o Credit Suisse e o UBS têm depósitos em dólares e euros.

O próprio meio circulante da Suíça é pequeno e o Swiss National Bank (banco central da nação alpina) não pode dar garantias ilimitadas aos depositantes de seus bancos, como é o caso do Fed, que tem o poder de imprimir dólares.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.

A crise de crédito vem aí?

Ao contrário do que pensam alguns economistas de projeção, acredito que a inflação deixou de ser o maior problema mundial.

O essencial agora é evitar uma crise de crédito, crise essa que poderia levar o mundo à depressão.

No Brasil, esses problemas externos vieram se juntar à crise bancária provocada pelo rombo da Americanas, exercendo forte pressão no mercado de renda variável, como vêm mostrando as seguidas quedas do Ibovespa.

Acho importante que o Banco Central do Brasil esqueça por algum tempo as metas inflacionárias. Ou então que o Conselho Monetário as altere.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por outro lado, é lamentável se constatar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não percebeu o que está acontecendo no mundo, principalmente no mundo ocidental, e aqui.

Lula continua perseguindo seus sonhos de recuperação da economia através de gastança desmesurada.

Se continuar com esse espírito, vai quebrar a cara. E nós vamos quebrar a nossa junto com a dele.

Um forte abraço, 

Ivan Sant'Anna 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic

12 de setembro de 2025 - 6:05

O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)

11 de setembro de 2025 - 7:54

Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted

10 de setembro de 2025 - 20:00

A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)

10 de setembro de 2025 - 8:00

Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)

9 de setembro de 2025 - 8:03

Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA

Insights Assimétricos

A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional

9 de setembro de 2025 - 7:15

Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Tarcisiômetro

8 de setembro de 2025 - 20:00

O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)

8 de setembro de 2025 - 8:05

Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada

TRILHAS DE CARREIRA

Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham

7 de setembro de 2025 - 7:32

Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)

5 de setembro de 2025 - 8:04

Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump

SEXTOU COM O RUY

Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?

5 de setembro de 2025 - 6:01

Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.

DESTAQUE NO PORTFÓLIO

BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação

4 de setembro de 2025 - 11:07

As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar