Banco do Brasil (BBAS3) supera projeções e lucra R$ 8,78 bilhões no 2T23, alta de 11,7%; rentabilidade fica acima de 21%
O Banco do Brasil (BBAS3) ficou acima das expectativas do mercado, tanto em termos de ganhos quanto em rentabilidade (RSPL)

O Banco do Brasil (BBAS3) mostrou, mais uma vez, que está na elite das grandes instituições financeiras comerciais: fechou o segundo trimestre de 2023 com um lucro líquido ajustado de R$ 8,78 bilhões, alta de 11,7% em um ano — a cifra só encontra paralelo no Itaú e seu ganho de R$ 8,74 bilhões no período.
O resultado ficou ligeiramente acima das projeções do mercado; a média das projeções de seis casas de análise ouvidas pelo Seu Dinheiro apontava para um lucro de R$ 8,68 bilhões. O dado apresentado pelo BB, inclusive, supera até a mais otimista das estimativas, de R$ 8,76 bilhões, do BTG Pactual.
A força do Banco do Brasil, no entanto, não vem só da última linha do seu balanço. A rentabilidade, medida pelo RSPL (retorno sobre o patrimônio líquido) ficou em 21,3%; ao fim do primeiro trimestre, o índice era de 21%.
Novamente, Itaú e BB estão numa categoria própria, com a rentabilidade — um dos indicadores mais importantes para analisar a saúde das operações de uma instituição financeira — girando em torno dos 20%. Santander e Bradesco, por outro lado, ficaram para trás e permanecem na casa dos 10%.
Novamente, o número do Banco do Brasil ficou acima do esperado pelos analistas: a média das projeções era de 20,7% para o trimestre.
- LEIA MAIS: O bull market da bolsa brasileira pode ser destravado com a queda da Selic? Veja 11 recomendações que podem multiplicar o seu patrimônio em até 5x nos próximos 36 meses
Banco do Brasil (BBAS3): e as provisões?
Já era esperado que o Banco do Brasil mostrasse novamente um sinal de força nas linhas de lucro e rentabilidade. Dito isso, os analistas indicavam que o balanço poderia trazer um calcanhar de Aquiles: uma eventual deterioração na dinâmica das provisões.
Leia Também
E, de fato, as suspeitas se confirmaram: a chamada PCLD ampliada — as provisões para créditos de liquidação duvidosa, o que, na prática, representa o montante reservado para cobrir calotes — foi de R$ 7,2 bilhões, um salto de 22,6% em relação aos níveis de março; na base anual, a cifra mais que dobrou.
O xis da questão foi o segmento de grandes clientes, que obrigou o Banco do Brasil a elevar de maneira significativa a proteção para "risco de crédito": a linha totalizou R$ 8,5 bilhões no trimestre; nos três primeiros meses de 2023, foi de R$ 4,15 bilhões.
"No primeiro trimestre, houve o reperfilamento de dívida de cliente do segmento large corporate, com desconstituição de provisão no montante de R$ 2,546 bilhões e concomitante reconhecimento de perda por imparidade de debênture originada no contexto da mudança do perfil de dívida (de crédito para TVM), fato que impacta parte da comparação com o segundo trimestre", diz o BB.
O problema não para por aí: novamente sem citar nomes e afirmando apenas tratar-se de um cliente large corporate que entrou em recuperação judicial em janeiro, o Banco do Brasil diz ter adicionado R$ 338,8 milhões para proteger-se do risco de perda de crédito.
Por mais que o BB tenha optado por não revelar qual é o tal cliente problemático, analistas já apontavam que a possível alta nos provisionamentos tinha nome: Americanas, a gigante do varejo que revelou uma fraude bilionária em seus balanços no começo deste ano.
Por fim, há também um efeito negativo vindo da carteira de clientes pessoa física, em que, segundo o Banco do Brasil "houve o agravamento de risco nas linhas não consignadas".
Inadimplência em alta
Em paralelo à alta nas provisões, o índice que mede as dívidas vencidas há mais de 90 dias chegou a 2,73% — estava em 2,62% em março e em 2,51% ao fim de 2022. Mesmo assim, a inadimplência do BB segue abaixo do patamar do Sistema Financeiro Nacional (SFN) como um todo, de 3,60%.
"No trimestre, parte das operações de crédito com o cliente específico do segmento large corporate que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023 passou a impactar o indicador de inadimplência acima de 90 dias", diz o Banco do Brasil, novamente sem dar nome aos bois.
Ainda no que diz respeito à qualidade de crédito, o BB fechou o trimestre com um índice de cobertura — a relação entre o saldo de provisões e o saldo de operações vencidas há mais de 90 dias — de 201,3%, um patamar ligeiramente abaixo dos 202,7% vistos em março.

Banco do Brasil: margens em alta
Em termos de margem financeira bruta, o Banco do Brasil fechou o trimestre com R$ 22,9 bilhões, alta de 34,2% em relação ao mesmo período de 2022 — na base trimestral, a expansão foi de 8,2%. E as boas notícias vieram das duas grandes componentes das receitas financeiras da instituição.
As operações de crédito, por exemplo, tiveram alta de 28,3% em um ano, para R$ 33,6 bilhões. Mas o destaque fica com o resultado da tesouraria, que aumentou 56,1% na mesma base de comparação, para R$ 11,6 bilhões.
"No trimestre, as receitas financeiras se elevaram em 6,7% [em relação aos três primeiros meses do ano] (4,1% em Operações de Crédito e 15,3% em Tesouraria), beneficiadas pelo crescimento da carteira de crédito e dos títulos e valores mobiliários, respectivamente", diz o BB.
Usando termos mais comparáveis com os grandes bancos privados: a margem com clientes aumentou 3% em relação ao primeiro trimestre, atingindo R$ 20 bilhões — o aumento do spread, de 8,8% para 8,9%, ajudou a impulsionar o resultado.
A margem com mercado também cresceu: a alta foi de 22,1%, para R$ 2,8 bilhões, em meio à "elevação do resultado de títulos e valores imobiliários alocados na tesouraria e na margem financeira do Banco Patagonia".
Expansão na carteira de crédito
A carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil também se expandiu, conforme previam os analistas: chegou a R$ 1,045 trilhão, alta trimestral de 1,2%. Um aumento tímido, mas que mostra tendências positivas nos segmentos pessoa jurídica, pessoa física e externo; o total do agronegócio teve leve baixa.
"A carteira ampliada Agro recuou 0,3% no trimestre e obteve crescimento de 22,7% em 12 meses. A queda trimestral reflete a liquidação de operações de custeio, que ocorre sazonalmente no último trimestre do Plano Safra", diz o BB.
Projeções e proventos bilionários
Colocando na conta o resultado da primeira metade de 2023, o Banco do Brasil revisou algumas de suas projeções operacionais e financeiras para o ano — as estimativas para a carteira de crédito e a margem financeira melhoraram, mas as de provisões pioraram. Veja um resumo do que mudou:
Guidance revisado do Banco do Brasil (BBAS3) para o ano
Projeções para 2023 | Antigas | Revisadas |
Carteira de crédito | alta entre 8% e 12% | alta entre 9% e 13% |
- Segmento empresas | alta entre 7% e 11% | alta entre 8% e 12% |
- Segmento agro | alta entre 11% e 15% | alta entre 14% e 18% |
Margem financeira bruta | alta entre 17% e 21% | alta entre 22% e 26% |
Provisões totais | entre R$ 19 bi e R$ 23 bi | entre R$ 23 bi e R$ 27 bi |
Receitas de prestação de serviços | alta entre 7% e 11% | alta entre 4% e 8% |
Além disso, houve espaço até para um anúncio de remuneração extra aos acionistas: ao todo, serão distribuídos R$ 410,1 milhões sob a forma de dividendos e R$ 1,868 bilhão como juros sob o capital próprio (JCP), totalizando R$ 2,278 bilhões em proventos:
- Dividendos: R$ 0,14372164692 por ação
- JCP complementar: R$ 0,65465514197 por ação
O pagamento é referente ao segundo trimestre de 2023 e terá como base a posição acionária de 21 de agosto; os papéis BBAS3 passam a ser negociados "ex-direitos" no dia seguinte. O dinheiro cairá na conta dos acionistas em 30 de agosto.
Copa do Mundo 2026: veja quais ações comprar para lucrar com o campeonato, segundo a XP
Para quem quer ter uma carteira de torcedor, a corretora recomenda investir em empresas patrocinadoras do evento ou ligadas ao turismo
Ouro bate novos recordes e fecha em alta, após romper os US$ 3.900 pela primeira vez — e valorização não deve parar
Metal precioso teve sua quinta alta consecutiva nesta quarta e renovou máximas intradiária e de fechamento
Ibovespa disparou 100% das vezes que os juros caíram no Brasil, diz estudo — e cenário atual traz gatilhos extras
Levantamento da Empiricus mostra que a média de valorização das ações brasileiras em 12 meses após o início dos cortes é de 25,30%
Investir em ações ESG vale a pena? Estudo da XP mostra que sim, com impacto positivo no risco
Relatório revela que excluir empresas com notas baixas em sustentabilidade não prejudica os retornos e pode até proteger a carteira em ciclos de baixa
UBS recomenda aumento da exposição a ações brasileiras e indica título de renda fixa queridinho dos gestores
Relatório destaca o fim do ciclo de aperto monetário nos EUA e no Brasil, com os próximos seis meses sendo decisivos para o mercado diante das eleições de 2026
FII BRCO11 quer ampliar a carteira de imóveis e convoca cotistas para aprovar novas compras; entenda a proposta
Os ativos pertencem a fundos imobiliários do mesmo gestor e, por isso, a operação configura situação de conflito de interesse
Bolsa barata em ano eleitoral: mito ou verdade? Estudo mostra histórico e ações pechincha com maior potencial de valorização em 2026
Do rali dos 150 mil pontos ao possível tombo: como aproveitar a bolsa nos próximos meses, com caixa ou compras graduais?
Dividendos gordos a preço de banana: descubra as ações prontas para voar no ano eleitoral
Estudo mostra que setores perenes continuam se destacando, mesmo com mudanças políticas e troca de mandatários; hora de comprar?
As maiores altas e quedas do Ibovespa em setembro: expectativas de cortes de juros no Brasil e nos EUA ditaram o mês
O movimento foi turbinado pelo diferencial de juros entre Brasil e EUA: enquanto o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, o Fed iniciou o afrouxamento monetário
TRBL11 chega à grande batalha: FII entra na Justiça contra os Correios e cobra R$ 306 milhões
O impasse entre o FII e a estatal teve início há um ano, com a identificação de problemas no galpão localizado em Contagem (MG)
Sangria cada vez mais controlada na Resia anima mercado e MRV (MRVE3) salta no Ibovespa; o que fazer com as ações?
A construtora anunciou a venda de mais quatro terrenos da subsidiária norte-americana, em linha com os planos de desinvestimento por lá
Ibovespa bate (mais um) recorde intradia acima dos 147 mil pontos, mas perde o fôlego durante o pregão; dólar sobe a R$ 5,32
A bolsa brasileira teve uma ajudinha extra de Wall Street, mas acabou fechando estável
Gestoras Verde, Ibiuna e Vinland apostam na queda do dólar e destacam bitcoin, ouro e Tesouro IPCA+
Gestores de fundos multimercados notórios estão vendidos na moeda norte-americana e não veem tendência de reversão na maré de baixa no curto e médio prazo
Ouro renova recorde com investidores de olho na paralisação do governo dos EUA
Além do risco de shutdown, fraqueza do dólar também impulsiona o metal precioso
“Não compro o Trade Tarcísio”: Luis Stuhlberger espera disputa acirrada em 2026 e conta onde está investindo
Gestor da Verde Asset prevê uma eleição de 2026 marcada por forte volatilidade, descarta o chamado “Trade Tarcísio” e revela onde está posicionando o fundo
Liderança ameaçada? Com a chegada iminente de concorrentes, B3 (B3SA3) vai precisar melhorar seu jogo para “ganhar na bola”
A empresa tem um mindset “antigo e acomodado”, segundo analistas, e a chegada iminente de concorrentes sérios forçará a redução de preços e o aperto das margens
Pão de Açúcar (PCAR3) no topo, e Raízen (RAIZ4) na baixa: confira o que movimentou o Ibovespa nos últimos dias
O principal índice da B3 até encerrou a sessão de sexta-feira (26) em alta, mas não foi o suficiente para fazer a semana fechar no azul
Fundo imobiliário TRXF11 sobe o sarrafo e anuncia emissão recorde para captar até R$ 3 bilhões
A operação também vem na esteira de um outro marco: o FII atingiu a marca de 200 mil investidores
Ambipar (AMBP3) e Azul (AZUL4) disparam, Braskem (BRKM5) derrete: empresas encrencadas foram os destaques do dia, para o bem e para o mal
Papéis das companhias chegam a ter variações de dois dígitos, num dia em que o Ibovespa, principal índice da bolsa, opera de lado
O preço do barril de petróleo vai cair mais? Na visão do BTG, o piso da commodity vai ficar mais alto do que o mercado projeta
Para o banco, o preço mais alto deve se manter devido a tensões geopolíticas, riscos de interrupção de fornecimento e tendências que limitam quedas mais profundas