Americanas (AMER3) dá calote parcial em um dos principais fundos imobiliários de logística do país; gestora avalia retomada do imóvel
A Americanas deixou de pagar integralmente o aluguel de um dos galpões do VBI Logística (LVBI11), cujo vencimento era neste mês.
![Fachada da Americana Express localizada na Rua Joaquim Floriano, em São Paulo](https://media.seudinheiro.com/uploads/2023/01/Americanas-Express-AMER3-628x353.jpg)
Os gestores do fundo imobiliário VBI Logística (LVBI11) ficaram um tanto quanto confusos quando a Aratulog Armazenagem, empresa de galpões na qual o FII detém uma participação 70%, apareceu na lista de credores do processo de recuperação judicial da Americanas (AMER3).
A companhia loca parte de um empreendimento homônimo localizado na Bahia para a varejista. Mas, quando a relação de débitos foi divulgada, no final de janeiro, a empresa afirmou que o último aluguel do espaço estava pago e não registrava nenhuma dívida em nome da Americanas
Ainda assim, a Aratulog foi listada como a detentora de pouco mais de R$ 871,9 mil em créditos concursais no processo.
Na época, o LVBI11, que é um dos principais fundos de logística do país, prometEu que iria apurar a natureza dessa suposta dívida. E a origem de parte da cifra pode ter sido revelada nesta terça-feira (14): a Americanas deixou de pagar integralmente o aluguel referente a ocupação do galpão em janeiro, cujo vencimento era neste mês.
Calote parcial
Segundo comunicado enviado ao mercado, o valor integral do contrato representa aproximadamente R$ 0,07 por cota do FII. Já o montante pago até a data de vencimento do aluguel equivale a cerca de R$ 0,03 por cota.
A gestão não confirmou se a soma restante corresponde aos R$ 871,9 milhões declarados na lista de credores da varejista, mas reforçou estar "acompanhando ativamente" os desdobramentos do caso "para tomar todas as medidas cabíveis" e que manterá seus mais de 65,5 mil cotistas informados.
Vale destacar que Rodrigo Abbud, um dos gestores do VBI Logística, já havia revelado que uma das possibilidades avaliadas é o despejo da Americanas. "A coisa mais rápida a ser feita é pedir a retomada do imóvel e alugar o espaço novamente”, argumentou Abbud durante participação em um evento do setor.
O gestor declarou ainda que, caso a desocupação seja efetivada, há um potencial de upsida na receita gerada pelo espaço.
Isso porque, atualmente, o valor do contrato com a companhia está cerca de 20% abaixo do valor de mercado do ativo. Ou seja, uma nova locação traria um impacto positivo de aproxidamente R$ 0,02 por cota.
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Americanas (AMER3) também não pagará aluguel de lojas em shoppings centers
Além do pagamento parcial ao fundo de logística, a Americanas já começou a notificar estabelecimentos onde mantém lojas físicas que os aluguéis devidos até a data do deferimento do pedido de recuperação judicial, em 19 de janeiro, não serão depositados.
Vale destacar que apenas créditos anteriores ao pedido de recuperação estão com sua exigibilidade suspensa. Já os pagamentos cuja competência compreende o período de 20 a 31 de janeiro de 2023 serão realizados ao longo deste mês.
Ainda assim, segundo as cifras que constam na lista de credores do processo de recuperação da varejista, entregue à Justiça do Rio de Janeiro, a companhia deve R$ 11,6 milhões aos shoppings espalhados por diversas regiões do Brasil. E uma boa parte desses shoppings compõem o portfólio de fundos imobiliários.
Mas a XP estima que os efeitos da suspensão de pagamentos serão menos nocivos para os FIIs do setor do que o projetado para outros segmentos. "Os impactos esperados e projetados tendem a ser bem menores, principalmente pelo fato de a representatividade do inquilino ser baixa perante a receita do portfólio", argumentam os analistas.
A corretora diz ainda que, apesar de a rede Americanas estar presente na maioria dos shoppings do Sudeste e também possuir expressividade em outras regiões, deve haver uma certa facilidade na reposição de inquilinos caso a varejista feche parte de suas unidades físicas.
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