Esquenta dos mercados: Semana começa de olho nos números da covid-19 e inflação domina noticiário; bolsas no exterior operam sem direção pela manhã
Panorama local permanece atento ao risco político-fiscal e internacional aguarda divulgação do Livro Bege
A primeira semana de janeiro começou com o pé esquerdo para os ativos de risco brasileiros. No fechamento de sexta-feira (07), o Ibovespa encerrou o pregão nas máximas do dia, com alta de 1,14%, aos 102.719 pontos, mas a queda acumulada da bolsa nas sessões anteriores foi de 2,01%.
O cenário doméstico não colaborou. As tensões envolvendo uma série de medidas que encostam em um desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) permaneceram no noticiário ao longo de toda semana, o que é considerado um fator de risco para os investidores.
Somado a isso, o clima político começou a aparecer com mais força no final de semana e as decisões dos principais candidatos à presidência já ganharam contornos eleitorais.
O investidor local ainda precisará digerir os dados de inflação local e dos Estados Unidos, divulgados ao longo dos próximos dias. O exterior permanece em estado de alerta para a covid-19, enquanto o movimento de ajuste à nova postura do Federal Reserve contra a inflação deve limitar o otimismo geral dos índices.
Confira o que movimenta os negócios esta semana:
Doméstico em foco
O clima de tensão político-fiscal segue como pano de fundo do cenário doméstico brasileiro, o que aumenta a aversão ao risco e deve pressionar a bolsa nos próximos dias.
Leia Também
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Político
No plano político, a briga entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o diretor-presidente da Anvisa, Barra Torres tomou conta do final de semana. O presidente foi contra a decisão do órgão de liberar a vacinação para crianças de 5 a 11 anos, o que gerou reação de Torres, que exigiu uma retratação do mandatário do Planalto.
O embate vem na esteira de uma queda de popularidade do presidente antes das eleições de outubro. Seu principal opositor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segue como favorito à frente nas pesquisas eleitorais, o que explica a elevação de tom de Bolsonaro para agradar sua base de apoio.
Fiscal
Já no que diz respeito às contas públicas, o programa de refinanciamento para micro e pequenas empresas (o chamado Refis) tem dado o que falar. Na semana passada, Bolsonaro vetou integralmente o projeto de lei que abriria mão de R$ 50 bilhões em dívidas do Simples Nacional e MEIs.
Além disso, a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores que mais empregam na economia e o reajuste de apenas uma parcela dos servidores públicos levantaram um sinal de que o presidente estaria desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Agenda local
Na próxima terça-feira (11) será divulgado o IPCA de dezembro pelo IBGE, o dado mais importante da semana. A meta de inflação para 2022 ficou em 4,7%, enquanto o avanço de preços de 2021 permanece na casa dos dois dígitos.
Para cumprir essa meta, os investidores esperam uma nova alta dos juros básicos, mas uma desaceleração da inflação em dezembro pode indicar que o aperto do BC seja menor do que o esperado.
Na quinta-feira (13) e sexta-feira (14), o IBGE volta à cena com a divulgação do volume de serviços e das vendas no varejo, respectivamente.
Um Federal Reserve para digerir
O aperto monetário dos Estados Unidos permanece no radar dos investidores. A expectativa de que o Federal Reserve, o Banco Central americano, feche a torneira da compra de ativos deve afetar principalmente países emergentes, como o Brasil, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
As perspectivas para a economia americana, que devem servir de guia para os próximos passos da retirada de estímulos, o chamado tapering, virão com a publicação do Livro Bege na quarta-feira (12).
O tradicional documento será publicado após os fracos dados do payroll, a folha de pagamento dos EUA, da última sexta-feira (07).
Mais agenda lá fora
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, permanece em foco. Na terça-feira (11), é esperado que o chefe do BC americano participe de audiência no Congresso. No mesmo dia, a inflação ao consumidor (CPI, em inglês) e ao produtor (PPI, em inglês) da China deve movimentar o pregão na Ásia.
E, além da publicação do Livro Bege, a quarta-feira ainda conta com dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, medido pelo índice de preços ao consumidor (CPI).
Covid-19
A pandemia de coronavírus permanece como uma das maiores preocupações do mercado. Nos últimos 7 dias, a média móvel de casos dos Estados Unidos ficou em 700 mil, em virtude da variante ômicron.
Contudo, o país vive uma “pandemia de não vacinados”: a chance de morte de uma pessoa que não recebeu nenhuma dose do imunizante contra a covid-19 é cinco vezes maior do que alguém que recebeu segundo Anderson F. Brito, virologista e pesquisador do Instituto Todos pela Saúde, com pós-doutorado na Yale University, em entrevista.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos encerraram o primeiro pregão da semana majoritariamente em alta, de olho nos dados de inflação dos Estados Unidos desta semana.
Já as bolsas da Europa também avançam após a abertura, à espera dos dados de emprego da Zona do Euro e em movimento de ajuste de carteiras com a perspectiva de aperto monetário nos EUA.
Por fim, os futuros de Nova York operam próximos da estabilidade, com viés de alta, sem maiores indicadores para esta segunda-feira.
Agenda da semana
Segunda-feira (10)
- FGV: 1ª prévia do IGP-M de janeiro (8h)
- Banco Central: Boletim Focus semanal (8h25)
- Economia: Balança comercial semanal (15h)
Terça-feira (11)
- IBGE: IPCA de dezembro (9h)
- Estados Unidos: Presidente do Fed, Jerome Powell, depõe ao Congresso americano (12h)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (18h30)
- China: CPI e PPI de dezembro (22h30)
Quarta-feira (12)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (12h)
- Estados Unidos: CPI de dezembro (10h30)
- Estados Unidos: Livro Bege (16h)
Quinta-feira (13)
- IBGE: Volume de serviços de novembro (9h)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio desemprego (10h30)
Sexta-feira (14)
- IBGE: Vendas no varejo e varejo ampliado (9h)
- Estados Unidos: Vendas no varejo (10h30)
- Estados Unidos: Confiança do consumidor em janeiro (12h)
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
