Eles vão limpar seu nome? De renegociação de dívidas a ‘lei antiganância’, veja as propostas dos candidatos para os inadimplentes
Não é mais só o Ciro Gomes que quer “tirar os brasileiros do SPC e da Serasa”; conheça as propostas para quem ficou com dívidas em atraso
 
					Nas eleições de 2018, Ciro Gomes virou meme com a promessa de campanha para tirar o nome dos brasileiros inadimplentes do SPC e da Serasa. Mas por mais que não seja possível fazer isso com uma canetada, com mais de 60 milhões de brasileiros negativados, a inadimplência é um problema real no país.
Então não é de se admirar que os candidatos à presidência tenham propostas para tentar solucioná-lo, sejam elas viáveis ou não.
Na quarta reportagem da nossa série sobre as ideias dos quatro principais candidatos à presidência que afetam o bolso do investidor - que pode também, em algum momento, acabar se tornando devedor -, vamos ver o que pensam os quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto sobre o problema do endividamento do brasileiro. Será o fim do nome sujo na praça?
Caso você tenha perdido as primeiras matérias, você pode conferi-las a seguir:
- Imposto de renda sobre dividendos é só questão de tempo? Saiba o que Lula, Bolsonaro, Ciro e Tebet pensam sobre a taxação
- Correção da tabela do imposto de renda sai ou não sai? Principais candidatos são a favor, mas só Bolsonaro cita medida em propostas
- Lula e Ciro querem mudar política de preços da Petrobras, mas Tebet defende autonomia da estatal. Veja as propostas dos candidatos para a companhia
Depois de Ciro, agora Lula também quer “limpar o nome” dos brasileiros inadimplentes
Entre os quatro primeiros colocados nas pesquisas - Lula (PT), Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) - apenas os candidatos do PDT e do PT têm propostas específicas para quem tem dívidas em atraso.
Tanto Ciro quanto Lula apostam num programa de refinanciamento de dívidas de famílias e empresas inadimplentes principalmente por meio dos bancos públicos, mas com possível adesão também dos bancos privados.
Leia Também
“O elevado endividamento privado de famílias e empresas deverá ser renegociado com taxas de juros menores e prazos mais longos de pagamento (incluindo as dívidas com o FIES), com programa a ser iniciado pelos bancos públicos, ao qual poderão aderir os bancos privados. Deverão ser disseminados programas de educação financeira.”
- Propostas de governo de Ciro Gomes.
“Como a renda familiar dos brasileiros e brasileiras desabou e o endividamento das famílias explodiu, já são mais de 66 milhões de pessoas inadimplentes, vamos promover a renegociação das dívidas das famílias e das pequenas e médias empresas por meio dos bancos públicos e incentivos aos bancos privados para oferecer condições adequadas de negociação com os devedores. Avançaremos na regulação e incentivaremos medidas para ampliar a oferta e reduzir o custo do crédito, ampliando a concorrência no sistema bancário.”
- Propostas de governo de Lula.
Em suas propostas, Ciro chega a mencionar as condições de tais refinanciamentos:
“Crédito popular - refinanciar as dívidas das famílias e das empresas. Levando em conta que a dívida média das pessoas é de R$ 4.200, os credores serão estimulados a dar um desconto de 70%, reduzindo essa dívida média para cerca de R$ 1,4 mil. Esse valor seria então financiado pela Caixa e o BB em 36 vezes e três anos de carência. Um programa nos mesmos moldes também ajudaria as mais de 6 milhões de empresas com o nome no Serasa.”
Ainda é incerto como essa grande renegociação proposta pelos dois candidatos afetaria os bancos públicos, mas nunca é demais lembrar que, durante o governo Dilma Rousseff, a tentativa de reduzir os juros dessas instituições na canetada não foi muito positiva para a sua saúde financeira.
Assim, se por um lado os inadimplentes talvez sejam de fato beneficiados com condições mais camaradas para suas dívidas em um eventual governo Lula ou Ciro, investidores em ações do Banco do Brasil (BBAS3) devem ficar alerta.
O próprio Lula, aliás, falou recentemente em “enquadrar o Banco do Brasil”, criticando os fortes lucros da instituição neste ano.
“É preciso que a gente enquadre o Banco do Brasil. Não queremos que bancos públicos tenham nenhum prejuízo, mas não queremos que tenham os mesmos lucros dos bancos privados”, afirmou Lula em evento com micro e pequenos empresários em São Paulo.
Já o presidente Jair Bolsonaro ainda não defendeu nenhuma medida específica para pessoas físicas e pequenos negócios inadimplentes, mas assim como Lula, fala em incentivar a concorrência no sistema financeiro para estimular e democratizar o crédito.
No capítulo das suas propostas dedicado à Economia consta o “reforço dos mecanismos e diversificar as fontes de financiamento do investimento de longo prazo, propiciando a redução dos custos das transações financeiras; o estimular a democratização do crédito por meio do aumento da concorrência e da competitividade do Sistema Financeiro Nacional, do incentivo a novos entrantes, da racionalização de obrigações regulatórias e das boas práticas de governança”.
Ciro propõe “lei antiganância” para quem tem dívidas no cartão de crédito
Em sua sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo, Ciro Gomes propôs ainda o que ele chamou de “lei antiganância”, por meio da qual um devedor que pagasse o equivalente a duas vezes a sua dívida teria o seu débito saldado.
Logo após a entrevista, sua campanha divulgou uma nota afirmando que a lei pretende proteger o povo do abuso dos juros em empréstimos bancários.
“O Brasil cobra há anos os juros mais altos do mundo. Isso explica por que quatro bancos brasileiros estão entre os mais lucrativos do mundo. Vou dar um basta nisso criando a Lei Antiganância. Ela vai proibir os bancos de cobrarem mais de duas vezes o valor de um empréstimo ou de uma dívida que as pessoas têm no cartão de crédito ou no cheque especial. Ou seja, se você pegou R$ 100 e já pagou R$ 200, a dívida fica automaticamente quitada”, diz a nota.
Ciro alega que esse tipo de lei já existe na Inglaterra. Mas, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a lei inglesa serve para apenas um tipo de dívida, chamada high-cost short-term credit (crédito de curto prazo e alto custo, em português), um empréstimo sem garantias e para gastos do dia a dia e não para dívidas no cartão de crédito. Além disso, no país europeu, esse tipo de crédito não é concedido por bancos e sim por financeiras.
O problema de uma lei como esta proposta por Ciro é que, dependendo do tipo de crédito afetado por ela, o efeito pode ser pernicioso, limitando a concessão de crédito na sociedade em vez de expandi-lo, pois as instituições financeiras podem não querer correr o risco. Precisa, portanto, ser uma legislação muito bem construída, de forma a evitar essa consequência.
Derrota para o governo: Câmara arquiva MP 1.303 e livra investimentos de aumento de imposto de renda — bets também saem ilesas
Deputados retiraram a votação do texto da pauta e, com isso, a medida provisória perde a validade nesta quarta-feira (8)
Pesquisa Genial/Quaest mostra popularidade de Lula no maior patamar do ano após crise com EUA
Aprovação sobe a 48%, impulsionada por percepção positiva da postura do governo diante de tarifas impostas por Trump
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado
Governo Trump sobe o tom contra o Brasil, e Itamaraty condena ameaças dos EUA de usar “poder militar”
O documento do Itamaraty foi publicado após a porta-voz da Casa Branca ser questionada sobre a possibilidade de novas sanções ao Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro
Bolsonaro era líder de organização criminosa que tentou golpe de Estado, diz Moraes — Dino acompanha o relator e vota por condenação
Ministros destacaram provas de uma trama articulada desde 2021 e pediram condenação dos sete réus. Dino, entretanto, vê diferentes níveis de culpa
O julgamento de Bolsonaro e o xadrez eleitoral com Lula e Tarcísio: qual é o futuro do Brasil?
O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, analisa o impacto da condenação de Jair Bolsonaro, a estratégia de Tarcísio de Freitas e as dificuldades de Lula em chegar com força para as eleições de 2026
Pedimos para a inteligência artificial da Meta produzir imagens de Lula, Trump, Bolsonaro, Alexandre de Moraes e outros — e o resultado vai te surpreender (ou não)
A inteligência artificial da Meta entregou resultados corretos em apenas duas das seis consultas feitas pela redação do Seu Dinheiro
STF encerra primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados; confira os principais pontos do segundo dia
A sessão será retomada na próxima terça-feira (9), às 9 horas, com o voto do relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes

 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					