Empate técnico? Lula e Bolsonaro aparecem no limite da margem de erro na pesquisa Datafolha — entenda o que fez o presidente avançar
Levantamento foi realizado depois do debate de domingo (16) na Band, o primeiro confronto televisionado do segundo turno, e também após declarações polêmicas do atual chefe do Executivo sobre as meninas venezuelanas

No futebol, dependendo da situação, o empate pode ser uma vitória. Na política, o mesmo paralelo pode ser feito. Se considerarmos que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha chance de perder a corrida ao Palácio do Planalto logo no primeiro turno, o resultado da pesquisa Datafolha desta quarta-feira (19) pode ser considerado uma recuperação na reta final do campeonato.
O levantamento mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda lidera a disputa, com 49% das intenções de voto contra 45% do rival. Mas, considerando o limite da margem de erro, os dois aparecem agora tecnicamente empatados.
A amostra indica ainda que ambos têm pouca margem de manobra com os indecisos, que somam 1% — deixando como a principal opção a virada de votos. Os brancos e nulos totalizaram 4%.
Na comparação com o levantamento anterior, do dia 14 de outubro, Lula manteve os mesmos 49%, enquanto Bolsonaro avançou um ponto.
Na contagem dos votos válidos — tirando da conta os brancos, nulos e indecisos — o petista aparece com 52% contra 48% do atual chefe do Executivo.
No primeiro turno, Lula obteve 57,2 milhões de votos válidos, ou 48,43% do contabilizado pela Justiça Eleitoral. Bolsonaro ecebeu 51 milhões de votos, ou 43,20% do total.
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O Datafolha ouviu 2.912 pessoas em 181 municípios de segunda-feira (17) até quarta-feira (18). A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
O que explica a oscilação de Bolsonaro?
A oscilação para cima, dentro da margem de erro, de Bolsonaro se mostra mais acentuada no Sudeste, a região mais populosa e com 43% do eleitorado.
Nela, o presidente oscilou de 48% na semana passada para 50% agora, enquanto o petista oscilou de 44% para 43%.
Não à toa as duas campanhas têm focado nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente.
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Já na sua fortaleza regional, o Nordeste, Lula manteve a ampla vantagem sobre o rival, passando de 68% para 67%, enquanto o presidente foi de 27% para 29%.
A região é a segunda mais populosa do país, com 27% do eleitorado.
Debate e polêmicas
A pesquisa do Datafolha ocorreu após o debate entre Lula e Bolsonaro realizado na Band no domingo (16).
O confronto foi marcado pela troca de acusações que pauta a campanha do segundo turno, embora em tom relativamente comedido na comparação com o que se vê nas redes sociais e na propaganda de rádio e TV.
Outro episódio marcante desta etapa foi a sequência de falas de Bolsonaro sobre meninas venezuelanas que ele abordou no entorno de Brasília.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acabou por proibir Lula de usar o episódio na campanha, mas o petista ecoou nas redes sociais e disse em entrevista que o presidente "se comporta como um pedófilo".
Até aqui, no entanto, Bolsonaro tem passado ileso, de acordo com as pesquisas — e não é à toa.
O presidente lançou uma ofensiva adicional para tentar cooptar o eleitorado que ganha até 2 salários mínimos, no qual Lula reina, ofertando um adiantamento de recursos do FGTS ainda não recebidos pelo trabalhador para uso em casa própria.
Outros recortes da pesquisa
Bolsonaro segue liderando o índice de rejeição, com metade (50%) dos brasileiros dizendo que não votam no presidente de jeito nenhum, enquanto 46% dizem o mesmo sobre o petista.
Já a reprovação do governo é de 39% enquanto 38% aprovam a gestão. Outros 22% dos entrevistados dizem que Bolsonaro faz uma condução regular.
O número de pessoas certas do voto oscilou positivamente um ponto e chega aos 94%. Apenas 6% dizem que a decisão ainda pode mudar. Outros 94% dizem que irão votar em Lula, enquanto 95% selaram a escolha por Bolsonaro.
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