Sem margem para erros: Datafolha mostra distância apertada entre Lula e Bolsonaro no segundo turno; confira a pesquisa
Além de reduzir a diferença para Lula na comparação com a pesquisa feita em 1 de outubro, Bolsonaro alcançou o melhor índice de aprovação desde dezembro de 2020, de acordo com o instituto
A primeira pesquisa Datafolha divulgada após o primeiro turno das eleições mostra que tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o presidente Jair Bolsonaro (PL) têm pouco espaço para cometer erros se quiserem assumir o Palácio do Planalto — um porque é o líder e o outro porque pode permitir que o rival abra uma distância difícil de alcançar.
O levantamento divulgado nesta sexta-feira (7) mostrou que Lula tem 49% das intenções de votos contra 44% de Bolsonaro. Os indecisos são 2%.
Considerando os votos válidos — que excluem votos brancos, nulos e indecisos, uma métrica mais fiel à auferida nas urnas — o petista tem 53% e Bolsonaro, 47%.
No primeiro turno das eleições presidenciais, disputado no último domingo (2), Lula obteve 48,4% dos votos válidos e Bolsonaro, 43,2%.
Para a primeira rodada de pesquisa do segundo turno, o Datafolha ouviu 2.884 eleitores em 179 cidades. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Bolsonaro: desempenho turbinado por disputas estaduais e pelo Congresso
Um dos motivos que pode explicar uma fotografia diferente da pesquisa Datafolha de hoje com aquela de dois dias antes da eleição é que o desempenho de Bolsonaro pode ter sido turbinado pelos bons resultados de aliados nas disputas estaduais e pelo Congresso.
Na última simulação de segundo turno feita pelo instituto, divulgada em 1 de outubro, o petista tinha 54% contra 38% do candidato à reeleição.
De lá prá cá, Romeu Zema (Novo), reeleito governador de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, manifestou apoio a Bolsonaro e apareceu nesta semana dividindo o palanque com o candidato que tenta a reeleição.
Rodrigo Garcia (PSDB), atual governador de São Paulo, ficou em terceiro lugar na disputa estadual, mas também reforça a campanha bolsonarista — que conta com Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputa com Fernando Haddad o segundo turno do maior colégio eleitoral do Brasil.
No Rio de Janeiro, o terceiro maior colégio eleitoral, o reeleito é Cláudio Castro (PL), que já era aliado de Bolsonaro.
Além disso, é possível que parte do voto útil presumido da desidratação final de Ciro Gomes (PDT) tenha migrado para Bolsonaro — ainda que o pedetista tenha seguido o partido, que fechou o apoio a Lula no segundo turno.
Mais da pesquisa
Há pouco mais de 20 dias do segundo turno entre Lula e Bolsonaro, 93% dos eleitores se dizem totalmente decididos sobre o voto para presidente, enquanto 7% afirmam que a escolha ainda pode mudar, segundo a pesquisa Datafolha.
O percentual de convicção é ainda mais elevado entre os entrevistados que optam pelos dois competidores. Dos eleitores de Lula, 95% declaram plena certeza sobre a escolha. Dos apoiadores de Bolsonaro, 94% dão a mesma resposta.
Entre os eleitores que declaram a intenção de votar nulo ou em branco, 65% se dizem totalmente decididos e 34% afirmam que ainda podem mudar.
Já o nível de rejeição segue como principal nó a desatar pelo atual presidente. Segundo o Datafolha, dizem não votar nele 51% dos eleitores, enquanto 46% afirmam o mesmo do petista.
A pesquisa também mediu o índice de aprovação ao governo de Bolsonaro: 40% dos eleitores consideram a gestão ruim ou péssima — eram 44%, ou seja, no limite superior da margem de erro de dois pontos percentuais.
Os que classificam o governo como ótimo ou bom somam 37% (eram 31%), e 22% dizem a avaliar como regular (eram 24%).
Este é o melhor índice de aprovação alcançado pelo presidente desde dezembro de 2020, de acordo com o Datafolha.
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