E agora, Putin? UE quer investir US$ 330 bilhões de ativos russos congelados para reconstruir a Ucrânia
Além das punições financeiras, a União Europeia também pretende investigar o suposto crime de agressão da Rússia contra um estado soberano em um tribunal especializado

Com uma guerra que se desenrola há mais de nove meses, a União Europeia não parece nada contente com os rastros de destruição e ruínas deixados por Vladimir Putin na Ucrânia — e o bloco pretende fazer a Rússia pagar, de todas as formas possíveis, por suas ações.
Em discurso realizado na última quarta-feira (29), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que “a Rússia deve pagar por seus crimes horríveis, inclusive por seu crime de agressão contra um estado soberano”.
“A invasão da Ucrânia pela Rússia trouxe morte, devastação e sofrimento indescritível”, anunciou von der Leyen.
União Europeia quer que a Rússia pague pela guerra
Após inúmeras sanções vindas do Ocidente, agora o continente também pretende fazer Moscou arcar financeiramente com o conflito no Leste Europeu.
De acordo com a presidente da organização, os danos sofridos pela Ucrânia são estimados em cerca de 600 bilhões de euros — algo em torno de US$ 623 bilhões nas cotações atuais.
Na visão de Ursula von der Leyen, tanto a Rússia enquanto país quanto os oligarcas russos devem compensar Kiev pelos danos causados pela guerra e custear a reconstrução da Ucrânia, hoje devastada. “Temos os meios para fazer a Rússia pagar.”
Leia Também
Fed caminha na direção de juros menores, mas ata mostra racha sobre o número de cortes em 2025
Trump cumpre promessa e anuncia tarifas de 20% a 30% para mais seis países
Os ucranianos já haviam pedido que o bloco comercial usasse dinheiro russo confiscado para financiar a reconstrução do país.
No mês passado, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, disse que a UE poderia eventualmente apreender e reinvestir cerca de US$ 500 bilhões em ativos congelados — apelo este endossado pelos estados membros do bloco.
Vale lembrar que, no começo deste ano, a Rússia de Putin havia dito que qualquer movimento para confiscar ativos russos seria considerado "roubo total".
Europa e os recursos russos congelados
Segundo a comandante, a União Europeia bloqueou aproximadamente 300 bilhões de euros das reservas do Banco Central da Rússia e congelou outros 19 bilhões de euros das fortunas dos ricaços russos.
Isto é, o bloco econômico conta atualmente com mais de US$ 329 bilhões em ativos russos para investir na reconstrução da Ucrânia.
“A curto prazo, poderíamos criar, com nossos sócios, uma estrutura para administrar esses recursos e aplicá-los. Em seguida, usaríamos os recursos para a Ucrânia. Uma vez que as sanções sejam suspensas, esses fundos devem ser usados para que a Rússia pague uma indenização integral pelos danos causados à Ucrânia”, disse Ursula von der Leyen.
De acordo com a Reuters, o problema enfrentado pela União Europeia hoje é que na maioria dos Estados membros do bloco econômico, a apreensão de bens congelados só é legalmente possível quando existe uma condenação criminal.
Não bastasse o impedimento legal, diversos ativos de cidadãos russos que hoje estão sob a mira do Ocidente são mantidos em nome de familiares ou pessoas de fachada. Ou seja, a tarefa de congelar ou apreender suas fortunas torna-se ainda mais complicada.
“Vamos trabalhar em um acordo internacional com nossos parceiros para tornar isso possível. E, juntos, podemos encontrar maneiras legais de chegar a isso.”
Os bens apreendidos de bilionários da Rússia
Desde março deste ano, a UE congelou os bens de 14 oligarcas ligados ao presidente Vladimir Putin, além de ativos do banco central e de credores da Rússia e de Belarus — e nem mesmo o bilionário russo Roman Abramovich, dono do Chelsea, escapou da berlinda. Confira aqui a lista com parte das sanções impostas pelo Ocidente.
Os bilionários russos tiveram suas fortunas sob a mira punitiva dos países ocidentais. Um deles foi o oligarca Alisher Usmanov, que teve seu superiate de quase US$ 600 milhões apreendido na Alemanha.
O CEO da petroleira russa Rosneft, Igor Sechin, também teve sua embarcação, estimada em US$ 600 milhões, apreendida na França.
As punições envolvendo os patrimônios dos maiores bilionários da Rússia fez com que os oligarcas procurassem um novo lar para suas fortunas — e a Turquia tornou-se uma bela anfitriã para as riquezas russas.
Putin sob a mira europeia
Além das punições financeiras, a União Europeia também pretende levar os castigos contra Putin para o âmbito judicial — e, então, investigar o suposto crime de agressão da Rússia contra um estado soberano.
“Continuando a apoiar o Tribunal Penal Internacional, propomos a criação de um tribunal especializado, apoiado pelas Nações Unidas, para investigar e processar o crime de agressão da Rússia”, informou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em anúncio na quarta-feira.
O objetivo de criar o tribunal especializado sugerido por von der Leyer seria enfrentar crimes que não caberiam no mandato do Tribunal Penal Internacional — que hoje tem jurisdição sobre quatro crimes: de genocídio, contra a humanidade, de guerra e de agressão.
“Estamos prontos para começar a trabalhar com a comunidade internacional para obter o maior apoio internacional possível para este tribunal especializado.”
*Com informações de Markets Insider, Independent e Bloomberg
Trump dispara, mercados balançam: presidente anuncia tarifas de 25% ao Japão e à Coreia do Sul
Anúncio por rede social, ameaças a parceiros estratégicos e críticas do Brics esquentam os ânimos às vésperas de uma virada no comércio global
Venda do TikTok nos EUA volta ao radar, com direito a versão exclusiva para norte-americanos, diz agência
Trump já prorrogou três vezes o prazo para que a chinesa ByteDance venda as operações da plataforma de vídeos curtos no país
EUA têm medo dos Brics? A ameaça de Trump a quem se aliar ao bloco
Neste fim de semana, o Rio de Janeiro foi sede da cúpula dos Brics, que mandou um recado para o presidente norte-americano
Trump vai enviar carta para 12 países com proposta de ‘pegar ou largar’ as tarifas impostas, mas presidente não revela se o Brasil está na lista
Tarifas foram suspensas até o dia 9 de julho para dar mais tempo às negociações e acordos
Nem republicano, nem democrata: Elon Musk anuncia a criação de um partido próprio nos Estados Unidos
O anúncio foi feito via X (ex-Twitter); na ocasião, o bilionário também aproveitou para fazer uma crítica para os dois partidos que dominam o cenário político dos EUA
Opep+ contraria o mercado e anuncia aumento significativo da produção de petróleo para agosto
Analistas esperavam que o volume de produção da commodity continuasse na casa dos 411 mil bdp (barris por dia)
Onde investir no 2º semestre: Com Trump no poder e dólar na berlinda, especialistas apontam onde investir no exterior, com opções nos EUA e na Europa
O painel sobre onde investir no exterior contou com as participações de Andressa Durão, economista do ASA, Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research, e Bruno Yamashita, analista da Avenue
Trump assina controversa lei de impostos e cortes de gastos: “estamos entrando na era de ouro”
O Escritório de Orçamento do Congresso estima que o projeto de lei pode adicionar US$ 3,3 trilhões aos déficits federais nos próximos 10 anos
Como a volta do Oasis aos palcos pode levar a Ticketmaster a uma disputa judicial
Poucos dias antes do retorno dos irmãos Noel e Liam Gallagher, separados desde 2009, o órgão britânico de defesa da concorrência ameaça processar a empresa que vendeu 900 mil ingressos para os shows no Reino Unido
Cidadania portuguesa: quem tem direito e como solicitar em meio a novas propostas?
Em meio a discussões que ameaçam endurecer o acesso à nacionalidade portuguesa, especialistas detalham o cenário e adiantam o que é preciso para garantir a sua
A culpa é de Trump? Powell usa o maior evento dos BCs no mundo para dizer por que não cortou os juros ainda
O evento organizado pelo BCE reuniu os chefes dos principais bancos centrais do mundo — e todos eles têm um inimigo em comum
Agência vai na contramão de Trump e afirma que Irã pode voltar a enriquecer urânio nos próximos meses; confira a resposta de Teerã
Em meio a pronunciamentos dos governos iraniano e norte-americano neste fim de semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, cobrou retorno do Irã à mesa de negociações
G7 blinda empresas dos EUA de impostos mínimos globais após pressão de Trump
O acordo para a tributação das companhias norte-americanas foi firmado em meio a uma decisão do governo Trump no megaprojeto de gastos
Trump tem vitória no Senado com avanço de megaprojeto de gastos, e Elon Musk solta o verbo: “Completamente insano”
Apesar da vitória, a votação não foi fácil. O projeto vem sendo criticado pela oposição e também por aliados, incluindo o CEO da Tesla
Recebendo currículos, Trump diz o que o candidato precisa ter para ser escolhido presidente do Fed
O mandato do atual chefe do banco central norte-americana acaba em maio do ano que vem e o republicano já está em busca de nomes para a sucessão
Será que deu ruim? Titãs de Wall Street passam por teste de estresse; confira se algum dos grandes bancos EUA foi reprovado
A avaliação considerou uma recessão global severa, com desemprego em 10% e queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) real de 7,8%
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste