Os planos de Putin falharam? Europa garante quase todo o armazenamento de gás para o inverno — mas o pior ainda está por vir
O continente encheu os tanques de armazenamento em cerca de 90% de sua capacidade antes do inverno deste ano, de acordo com a Agência Internacional de Energia

Há quem diga que Vladimir Putin utilizou o fornecimento de gás natural como “arma” em uma guerra energética com a Europa nos últimos meses. Mas, se estes eram os planos do presidente da Rússia, eles acabaram frustrados: o continente encontrou um jeito de contornar os cortes russos e enfrentar os frios meses de inverno deste ano.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a Europa conseguiu abastecer quase que totalmente os estoques de gás para o inverno deste ano.
Porém, o diretor-executivo da IEA, Fatih Birol, acredita que o pior ainda está por vir — e os europeus terão que se preparar para enfrentar uma crise energética ainda mais profunda em 2023.
"Este inverno é difícil, mas o próximo inverno também pode ser muito difícil", disse Birol.
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Crise energética na Europa
Após uma reunião do Conselho Econômico da Finlândia, Fatih Birol anunciou que os países europeus encheram os tanques de armazenamento em aproximadamente 90% de sua capacidade apesar de Putin ter fechado as torneiras de gás em resposta às sanções do Ocidente.
"Com os estoques de gás quase em 90%, a Europa sobreviverá ao próximo inverno com apenas algumas contusões, desde que não haja surpresas políticas ou técnicas", disse Fatih Birol, diretor-executivo da IEA, em entrevista.
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Porém, para o executivo da Agência Internacional de Energia, os desafios de verdade devem começar apenas entre fevereiro e março do ano que vem — período em que o continente deverá abastecer novamente os estoques.
Segundo Birol, a demanda por gás aumentará no inverno, o que drenará os estoques e resultará na queda dos níveis de armazenamento da commodity para o patamar de 25% a 30%.
Desse modo, a Europa precisará reabastecer os tanques em 2023 para alcançar uma quantidade de gás suficiente para enfrentar o próximo inverno — só que, desta vez, o continente terá ainda mais obstáculos.
“O que nos ajudou desta vez é que ainda importamos um pouco de gás da Rússia nos últimos meses”, destacou Fatih Birol.
Segundo relatório da IEA, as exportações de gás russo para a Europa caíram significativamente neste ano.
“Apesar da capacidade de produção e transporte disponível, a Rússia reduziu seu fornecimento de gás para a União Europeia em cerca de 50% desde o início de 2022”, diz o documento.
Impacto chinês
Não bastasse a dificuldade para reabastecer os estoques sem o gás exportado da Rússia, a Europa ainda poderá sentir os efeitos da retomada econômica da China.
Isso porque, segundo Fatih Birol, diretor-executivo da Agência Internacional de Energia, Pequim importou menos gás do que de costume devido ao “desempenho econômico muito lento” do país em 2022.
A partir do próximo ano, porém, o cenário pode mudar. “No próximo ano, se as importações de gás da China aumentarem com a retomada da economia chinesa, serão meses bastante difíceis [para a Europa] de março até o próximo inverno”, afirmou Birol.
É o fim da energia limpa na Europa?
Os desafios da situação energética na Europa são tamanhos que o continente parece ter deixado de lado a missão de substituir o uso de combustíveis fósseis, ao menos por enquanto.
A dinamarquesa Orsted, que vem investindo pesado desde 2020 para se tornar uma gigante da energia verde e descarbonizar suas operações, anunciou que retomaria os trabalhos em três unidades de combustíveis fósseis.
A decisão foi tomada após o governo da Dinamarca, o maior acionista da empresa, determinar a retomada das operações nas instalações “para garantir a segurança do fornecimento de eletricidade na Dinamarca”.
A alemã RWE também informou que três de suas unidades de carvão marrom — cujas usinas estão entre as maiores emissoras de dióxido de carbono da União Europeia — “voltariam temporariamente ao mercado de eletricidade para fortalecer a segurança do fornecimento e economizar gás na geração de energia”.
*Com informações de CNBC e Reuters
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