Pane no sistema? Não, ninguém desconfigurou as maquininhas de PagSeguro (PAGS) e Stone (STNE) — mas o setor está sendo castigado por um ambiente de negócios mais difícil, e algumas empresas estão enfrentando a deterioração dos fundamentos e o enfraquecimento das margens.
E é por isso que o UBS cortou o preço-alvo para as ações de ambas as empresas, embora tenha mantido a recomendação neutra para os papéis.
No caso da PagSeguro, o preço-alvo caiu de US$ 22 para US$ 13 em 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 19% com relação ao fechamento desta sexta-feira (01).
Para a Stone, o preço-alvo baixou de US$ 13 para US$ 9 em 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 16% com relação ao fechamento de hoje.
PagSeguro (PAGS)
A PagSeguro (PAGS) apresentou no primeiro trimestre um balanço recheado de altas nos principais indicadores — batendo recorde no lucro líquido no período.
No entanto, no dia seguinte à apresentação dos resultados, as ações da empresa foram castigadas, despencando 24%. O motivo? Apesar do bom desempenho nos três primeiros meses do ano, o mercado já enxergava que a performance ficaria comprometida no futuro.
E, ao que tudo indica, o UBS concorda com essa visão. O banco vê despesas financeiras maiores, assim como provisões para perdas com empréstimos devido a um ambiente macroeconômico mais difícil, ofuscando receitas elevadas com pré-pagamento.
Mas não é só isso…
O UBS observa que o crescimento de empréstimos do PagBank vem desacelerando, e que a PagSeguro (PAGS) já indicou que será mais cautelosa na concessão de crédito — especialmente não garantido — devido às fragilidades da economia brasileira.
Além disso, o banco chama atenção para o fato de que a maioria dos aumentos de preços já foram feitos, enquanto ajustes adicionais devem acontecer em ritmo menor.
E a Stone (STNE)?
Ao que tudo indica, a Stone (STNE) segue pelo mesmo caminho da PagSeguro — pelo menos para o UBS.
O banco também aponta o enfraquecimento das margens da empresa e o ritmo mais lento de aumento de preços como obstáculos ao desempenho da Stone.
Mas nem tudo está perdido para a empresa. Segundo o UBS, com base nos resultados da Stone no primeiro trimestre, as margens devem melhorar sequencialmente, impulsionadas por novas políticas de precificação, aumentando a monetização no setor bancário e a diluição de custos/despesas.