Oi (OIBR3) deve, não nega, mas contrata assessor financeiro para tentar pagar quando puder
Com uma dívida bilionária e no meio de uma disputa com as rivais Claro, TIM e Vivo, a operadora contratou a Moellis para negociar com credores
O dramático processo de recuperação judicial da Oi (OIBR3) ganhou mais um capítulo. Com uma dívida bilionária e no meio de uma disputa com as rivais Claro, TIM e Vivo sobre o valor a receber pelo negócio de telefonia móvel, a operadora anunciou a contratação da Moellis como assessor financeiro para negociar com credores.
O objetivo é “otimizar o perfil de endividamento, em observância ao seu planejamento estratégico e ao Plano de Recuperação Judicial”, de acordo com a companhia.
A Oi vem promovendo uma série de vendas de ativos para se reequilibrar financeiramente. A empresa entrou em recuperação judicial em 2016 e havia a expectativa de que conseguisse sair do processo ainda neste ano.
- PETROBRAS (PETR4) E VALE (VALE3)? Duas maiores empresas da Bolsa podem ser ‘balançadas’ por alguns fatores no balanço trimestral. Confira no material gratuito que preparamos para você.
Oi: dívida menor, mas...
Dentro do plano para deixar a recuperação judicial, a Oi obteve dois passos importantes neste ano. A companhia concluiu a venda das duas "joias da coroa": o negócio de telefonia móvel e o controle da operação de fibra ótica.
A companhia conseguiu reduzir a dívida bruta em aproximadamente R$ 15 bilhões nos últimos 12 meses com o dinheiro que entrou da venda dos ativos. Mesmo assim, ainda tinha um endividamento de pouco mais de R$ 21 bilhões no fim do segundo trimestre.
Ao mesmo tempo, a Oi reforçou o caixa, que encerrou junho em R$ 5 bilhões. Mas aparentemente esse valor não será suficiente a empresa para manter o equilíbrio financeiro enquanto ainda busca mais recursos.
Isso porque a operação que restou da empresa não gera caixa suficiente para fazer frente aos compromissos. Aliás, o fluxo de caixa da operadora, considerando apenas os negócios da "nova Oi", foi zero no segundo trimestre deste ano.
Outra pedra no sapato da companhia é o câmbio. Uma parte relevante do endividamento da Oi é em dólar, mesmo com a maior parte das operações no país. Isso provoca um desequilíbrio no balanço já fragilizado da empresa toda vez que o dólar sobe.
Aliás, os investidores que possuem títulos de dívida emitidos em dólar (bonds) devem ser os primeiros credores com quem a Oi e o assessor financeiro devem conversar. A ideia é reestruturar R$ 10 bilhões em dívidas, de acordo com informação publicada pelo Estadão.
Briga com as rivais e dinheiro novo
Se a situação da Oi já estava longe de ser confortável, ficou ainda pior depois que a Claro, TIM e Vivo decidiram contestar o valor pago pela operação de telefonia móvel da concorrente.
Agora, as compradoras pretendem reduzir o valor do negócio em R$ 3,2 bilhões. O caso deve se arrastar em uma disputa judicial, e tudo o que a Oi não possui agora é tempo.
Enquanto tenta ganhar fôlego com os credores, a administração da Oi segue em negociações para a venda de mais ativos. Desta forma, a companhia espera receber cerca de R$ 1 bilhão com a venda de torres de telefonia fixa.
A Oi também negocia com a Sky a venda do negócio de TV por assinatura, mas que só deve sair em 2023. Por fim, outra fonte de recursos, só que no longo prazo, deve sair da disputa com a Anatel sobre perdas durante o contrato de concessão.
Ações da Oi (OIBR3) hoje
No pregão desta sexta-feira, a reação inicial dos investidores ao anúncio de que a Oi pretende se sentar novamente com os credores é tranquila. Por volta das 10h20, as ações OIBR3 operavam com estabilidade, cotadas a R$ 0,23. Leia nossa cobertura completa de mercados hoje.
Mas vale lembrar que, como o papel negocia em um valor muito baixo, qualquer centavo para cima ou para baixo faz muita diferença. A Oi inclusive terá de promover um grupamento das ações, já que as regras da bolsa proíbem as chamadas "penny stocks" — ou seja, papéis que custam menos de 1 real.
Assembleia da Light (LIGT3) é suspensa sem votação do plano de recuperação judicial; veja quando os credores voltarão a se reunir
O documento, que explica em detalhes como a empresa planeja pagar seus credores e quais medidas serão adotadas para fortalecer o caixa, voltará a ser apreciado na próxima semana
Com receita em alta e despesas ‘bem-comportadas’ Multiplan (MULT3) tem lucro recorde no primeiro trimestre
A companhia, que completou 50 anos neste mês, lucrou R$ 267 milhões no período, o maior valor já registrado para um primeiro trimestre
Procurando por dividendos? Dona do Google responde com os primeiros proventos da história do grupo — ações avançam mais de 13%
Vale lembrar que, em fevereiro, o conselho da Meta autorizou o pagamento dos primeiros dividendos da dona do Instagram, Whatsapp e Facebook
Ainda sem privatização, mas com dividendos: Sabesp (SBSP3) anuncia quase R$ 1 bilhão em proventos aos acionistas
Terá direito ao pagamento, que está marcado para 24 de junho deste ano, quem estava na base de acionistas da Sabesp hoje
Dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4): acionistas batem o martelo para o pagamento de R$ 21,9 bilhões
O pagamento dos outros 50% ainda este ano também foi aprovada, segundo o Broadcast e a CNN Brasil, mas a decisão sobre a data exata deve sair até 31 de dezembro
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
Os executivos da Vale também comentaram sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2024 e dizem se há chances de distribuição de dividendos extraordinários este ano
Petrobras (PETR4) firma nova parceria para exploração de gás com estatal argentina Enarsa; entenda por que a empresa está na mira de Milei
Em meio aos perigos de nova crise energética, parceria entre Petrobras e Enarsa busca ajudar abastecimento da Argentina
Mais problemas para a Vale (VALE3)? Como a oferta de quase US$ 40 bilhões da BHP pela Anglo American pode afetar a brasileira
Ações da Anglo, que detém reservas de minério de ferro no Brasil, saltavam 13,5% em Londres após o anúncio
Klabin (KLBN11): lucro líquido desaba mais de 60% no 1T24, mas acionistas vão receber R$ 330 milhões em dividendos
O balanço da empresa de papel e celulose trouxe um lucro menor, queda na receita e aumento na queima de caixa. Veja os destaques do resultado
Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)
Entrada dos carros elétricos chineses tende a colocar ainda mais pressão sobre as locadoras no momento da revenda dos seminovos; ações acumulam forte queda em 2024
Leia Também
-
Assembleia da Light (LIGT3) é suspensa sem votação do plano de recuperação judicial; veja quando os credores voltarão a se reunir
-
Usiminas (USIM5) e Banrisul (BRSR6) anunciam dividendos; veja quanto as empresas vão pagar e quem poderá receber
-
Procurando por dividendos? Dona do Google responde com os primeiros proventos da história do grupo — ações avançam mais de 13%
Mais lidas
-
1
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
2
A verdade dura sobre a Petrobras (PETR4) hoje: por que a ação estaria tão perto de ser “o investimento perfeito”?
-
3
Após o halving, um protocolo 'surge' para revolucionar o bitcoin (BTC): entenda o impacto do protocolo Runes