Os investidores já têm compromisso marcado para a noite desta quinta-feira: acompanhar a divulgação do balanço Itaú Unibanco (ITUB4). O maior banco privado brasileiro publica os resultados do quarto trimestre e de 2021 após o fechamento da bolsa.
Pode até não parecer o evento mais emocionante, mas a verdade é que os grandes bancos voltaram a chamar a atenção do mercado depois de um bom tempo esquecidos. Não por acaso, as ações do setor aparecem entre as maiores altas na B3 neste ano.
Por isso, o interesse nos resultados do Itaú, que já era grande, aumentou ainda mais depois da divulgação dos números do Bradesco (BBDC4).
O rival histórico do Itaú frustrou o mercado com um lucro abaixo do esperado no quarto trimestre e projeções mais modestas para 2022.
Como resultado, as ações do Bradesco fecharam o pregão de ontem da B3 em forte queda de quase 9% e acabaram arrastando os papéis do Itaú (ITUB4), que recuaram 3,98%.
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O que esperar do balanço do Itaú?
As ações dos grandes bancos seguem entre as principais apostas do mercado na bolsa brasileira em 2022, apesar do balanço mais fraco do Bradesco. Mas a pressão para o Itaú agora aumenta.
A expectativa dos analistas é de um lucro de R$ 6,696 bilhões para o maior banco privado brasileiro no quarto trimestre. O número representa um aumento de 24,3% em relação ao mesmo período de 2020.
Não basta, porém, apresentar bons números. O mercado também vai acompanhar as projeções (guidance) para as principais linhas do balanço de 2022 que o banco costuma apresentar junto com o resultado.
Para o Credit Suisse, o Itaú é quem mais se beneficia do atual ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic). Então a expectativa dos analistas é que o banco registre um aumento de 10,5% no lucro de 2022. Se confirmado, será o maior entre as quatro grandes instituições de capital aberto — grupo que inclui Bradesco, Banco do Brasil e Santander.
Itaú x Fintechs
De todos os grandes bancos, o Itaú é sem dúvida é o que mais tem se movimentado não só para se defender como também para partir ao ataque na disputa contra as fintechs — as novas empresas que passaram a concorrer no setor financeiro.
Um ano depois de decidir vender a participação na XP, o banco anunciou em janeiro a compra do controle da Ideal Corretora por R$ 650 milhões, de olho nos investidores que não são clientes do banco.
Outra iniciativa que patinou no início mas agora parece ganhar corpo é o Iti. A conta digital lançada pelo Itaú começa a rivalizar com as fintechs que surgiram nos últimos anos.
Apesar dos avanços, o mercado segue em dúvida sobre como essa disputa pode afetar as receitas do banco com tarifas e prestação de serviços. O Itaú e os demais gigantes do varejo bancário têm o desafio de encontrar um jeito de segurar a concorrência sem comprometer os bons resultados.
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