Na beira do abismo: Credit Suisse prevê prejuízo de US$ 1,6 bilhão e planeja aumento de capital; ações despencam
Banco suíço faz a segunda revisão estratégica em menos de um ano, após corrida de clientes para o saque de recursos; entenda o que está acontecendo com o gigante europeu
Quando você olha muito tempo para o abismo, o abismo olha de volta para você. A frase do filósofo alemão Friedrich Nietzsche simboliza a situação do Credit Suisse: o banco suíço está numa corda bamba, tentando atravessar uma crise após anos de sucessivos escândalos que abalaram a confiança na instituição.
Depois de se deparar com uma retirada de até 84 bilhões de francos suíços (US$ 88,3 bilhões) nas primeiras semanas do quarto trimestre, o Credit Suisse alertou nesta quarta-feira (23) que enfrentará um prejuízo de até 1,5 bilhão de francos (US$ 1,6 bilhão) nos últimos três meses do ano — o movimento está sendo considerado o pior êxodo desde a crise financeira de 2008.
"Essas saídas reduziram substancialmente com relação aos níveis elevados das duas primeiras semanas de outubro, embora não tenham sido revertidas ainda", disse o banco.
No início de outubro, clientes ricos ficaram assustados com a amplitude da oscilações no custo para garantir a dívida do banco contra a inadimplência, em meio a especulações sobre o quão severa seria a reestruturação.
Esse movimento acabou resultando em várias famílias abastadas do Oriente Médio e da Ásia resgatando de forma coletiva centenas de milhões de dólares.
A informação da nova onda de resgate e do prejuízo foi o suficiente para fazer as ações do Credit Suisse tombarem lá fora. Os papéis do banco suíço caíram mais de 6%, ficando abaixo da cotação mínima recorde de fechamento atingida no final de setembro.
Leia Também
- Leia também: Clientes sacam quase R$ 2 bilhões de fundos do Credit Suisse no país em meio à crise do banco
Credit Suisse busca saída para crise
O Credit Suisse está passando por uma ampla reforma que implicará na divisão do banco de investimentos e maior foco no private banking, após anos de escândalos e erros administrativos.
Para isso, os acionistas do banco aprovaram nesta quarta-feira (23) um aumento de capital de 4 bilhões de francos suíços (US$ 4,3 bilhões) para auxiliar no financiamento dessa ampla revisão estratégica.
No início do mês, o Goldman Sachs já havia indicado que o Credit Suisse poderia enfrentar um déficit de capital de até 8 bilhões de francos suíços (US$ 8 bilhões) em 2024.
"No mínimo, o Credit Suisse corre o risco de sofrer um rombo de 4 bilhões de francos suíços, dada a necessidade de reestruturar as operações do banco de investimento em um momento de geração de capital mínima", disse o Goldman Sachs na ocasião.
O plano para levantar capital inclui a concessão de ações a novos investidores, entre eles o Saudi National Bank (SNB), por meio de colocação privada.
A nova oferta de ações fará com que o SNB passe a deter 9,9% do Credit Suisse, tornando-o o maior acionista da instituição financeira.
As dificuldades no caminho
O Credit Suisse foi atingido por uma série de escândalos e prejuízos, incluindo uma perda de US$ 5,5 bilhões no caso da empresa de investimentos norte-americana Archegos.
O banco suíço também teve que congelar US$ 10 bilhões em recursos financeiros relacionados à insolvência da empresa britânica Greensill.
No final de outubro, o Credit Suisse revelou um plano para cortar milhares de empregos e mudar o foco do negócio de banco de investimento para gestão de patrimônio.
*Com informações da Bloomberg e da CNBC
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica
São Paulo às escuras: quando a Enel assumiu o fornecimento de energia no estado? Veja o histórico da empresa
Somente no estado, a concessionária atende 24 municípios da região metropolitana, sendo responsável por cerca de 70% da energia distribuída
Concessão da Enel em risco: MP pede suspensão da renovação, e empresa promete normalizar fornecimento até o fim do dia
O MPTCU defende a divisão da concessão da Enel em partes menores, o que também foi recomendado pelo governador de São Paulo
Cemig (CMIG4) promete investir cifra bilionária nos próximos anos, mas não anima analistas
Os analistas do Safra cortaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 13,20 para R$ 12,50, indicando um potencial de alta de 13% no próximo ano
Casas Bahia (BHIA3) avança em mudança de estrutura de capital e anuncia emissão de R$ 3,9 bilhões em debêntures
Segundo o documento, os recursos obtidos também serão destinados para reperfilamento do passivo de outras emissões de debêntures ou para reforço de caixa
Azul (AZUL4) avança no Chapter 11 com sinal verde da Justiça dos EUA, e CEO se pronuncia: ‘dívida está baixando 60%’
Com o plano aprovado, grande parte da dívida pré-existente será revertida em ações, permitindo que a empresa levante recursos
Bancos oferecem uma mãozinha para socorrer os Correios, mas proposta depende do sinal verde do Tesouro Nacional
As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos
Mais de R$ 9 bilhões em dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) e Engie (EGIE3) preparam distribuição de proventos turbinada
Os pagamentos estão programados para dezembro de 2025 e 2026, beneficiando quem tiver posição acionária até as datas de corte
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista