🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Ana Carolina Neira

Ana Carolina Neira

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.

RESULTADOS

Companhias listadas na bolsa sentem alívio nos balanços do 3º trimestre, mas juros e inflação ainda preocupam

Pensando nos balanços do quarto trimestre desde já, o mercado vai acompanhar de perto histórias específicas, como da Petrobras (PETR4)

Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
23 de novembro de 2022
13:30 - atualizado às 19:10
Tela de cotações da as ações da bolsa Ibovespa mercados
Tela de cotações - Imagem: Envato

Com o fim de mais uma temporada de balanços, a sensação é a de que os piores efeitos econômicos da pandemia começaram a ficar para trás. Isso não quer dizer que o horizonte seja o de um cenário perfeito, mas já é possível respirar com mais tranquilidade — e com a certeza de que grande parte das companhias de capital aberto do Brasil conseguiram passar pela tempestade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar de algumas surpresas pontuais, chamou a atenção o quanto as receitas das empresas aumentaram, assim como os custos — uma equação que afetou o lucro operacional. Os juros altos e a inflação foram os grandes vilões.

Ainda que tenha sido visto um alívio nas pressões se considerados os períodos anteriores e, especialmente, o terceiro trimestre de 2021, também fica um recado: enquanto essa dupla citada acima não acalmar, não haverá descanso.

"Desta vez, vimos o top line compensando a pressão de custos, diferente do que víamos nos trimestres anteriores. Antes também havia maior pressão de margens e agora elas estão, em grande parte, pelo menos estáveis", avalia Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter Research.

Segundo relatório do Bank of America (BofA), o lucro por ação do Ibovespa no terceiro trimestre deste ano foi mais pressionado, mas os resultados ficaram acima das expectativas da equipe.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem foi bem na temporada

Para os analistas do BofA, os destaques positivos do período foram as empresas voltadas para consumo de alta renda, atacarejo, distribuição de energia e petróleo.

Leia Também

Entre os destaques negativos, o relatório aponta os setores de açúcar e etanol, geração de energia, aluguel de carros e as mineradoras.

No episódio mais recente do podcast Radar da Semana, do BTG Pactual, a equipe do banco compartilha uma visão semelhante.

Para os analistas, essa temporada de resultados reforça um movimento marcado não pela análise geral de teses setoriais, mas sim pelo chamado "stock picking" — quando um investidor busca ações específicas com preço baixo, na intenção de vender conforme a valorização.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além dos setores citados acima, quem também está na lista dos que brilharam nesta temporada, segundo os especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, são os shoppings — principalmente de alta renda —, o setor de papel e celulose e as petroleiras como um todo. Além, é claro, da queridinha da bolsa: a Weg (WEGE3).

Em relatório desta semana, o Morgan Stanley rebaixou a recomendação dos ativos brasileiros de "overweight" (acima da média do mercado) para neutro, considerando toda a carteira da América Latina.

Ainda que o banco esteja mais pessimista em relação ao Brasil por causa dos riscos fiscais, os analistas incluíram seis papéis brasileiros em sua carteira de ações para a região, considerando os resultados mais recentes.

A lista inclui Itaú (ITUB4), Porto (PSSA3), Weg (WEGE3), Assaí (ASAI3), Vale (VALE3) e Americanas (AMER3). Com exceção da varejista e da mineradora — que contam histórias mais específicas — de maneira geral, as demais trouxeram balanços positivos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem não foi tão bem assim

Quando falamos das empresas que decepcionaram nesta temporada de balanços, não tem como começar a conversa sem falar dos bancos, inclusive pelo peso que o setor possui dentro do Ibovespa.

Mais do que decepções pesadas, como aconteceu com o Bradesco (BBDC4) e, em menor escala, com o Santander (SANB11), a discrepância entre os resultados chamou a atenção.

Por consequência, é o setor que mais preocupa os analistas quando olhamos para o futuro. A leitura é de que a inadimplência é o fator mais alarmante e, conforme uma queda dos juros parece cada vez mais distante com os atuais riscos fiscais, algo difícil de ser revertido no curto prazo. 

Chama a atenção também o fato de que os atrasos em pagamentos de empréstimos aumentaram de maneira generalizada em todo o setor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Não vejo como os próximos balanços do Bradesco podem vir bons. Uma melhora mesmo só vem em 2023, porque a inadimplência também vai demorar para melhorar", diz José Luiz Torres, sócio e analista de ações da Apex Capital.

Em relatório recente, o JP Morgan aponta que o derretimento das ações do Bradesco após a divulgação do balanço pode até representar uma oportunidade de entrada no papel. A perspectiva de retorno é alta, escrevem os analistas, mas também implica maior volatilidade no curto prazo.

Quem também frustrou nos balanços foram as varejistas. Ainda que resultados mais fracos para o setor estivessem calculados, os números vieram até piores do que o previsto.

Os dados confirmam a tese de que a situação macroeconômica ainda bastante difícil afetou o bolso do consumidor. E, considerando a dependência das grandes varejistas das vendas de produtos de maior valor agregado — como televisores, geladeiras ou celulares — as empresas do setor ainda têm um longo caminho para reverter os prejuízos apresentados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De maneira geral, o período foi marcado pela alta dos juros e inflação, que além de atingir o bolso do consumidor em cheio e também o acesso ao crédito, ainda afeta a dinâmica operacional das companhias. De olho no lucro, a saída foi sacrificar margens.

A leitura é de que, apesar dos prejuízos registrados pelas três grandes companhias do varejo nacional, o Magazine Luiza (MGLU3) se saiu bem melhor do que suas concorrentes Via (VIIA3) e Americanas (AMER3).

A lista das decepções também inclui a Vale (VALE3), que teve queda no lucro líquido, no Ebitda e, especialmente, nos volumes. 

O que esperar dos balanços do quarto trimestre

A expectativa para os balanços do quarto trimestre deste ano é a de que não veremos grandes surpresas em um espaço de tempo tão curto, mas sim certas particularidades que podem mexer com os papéis.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E a própria Vale é um exemplo disso: ainda que venha fazendo um trabalho bem executado, a demanda mais fraca na China e o impasse sobre a política do Covid zero — que ora dizem que chegará ao fim, ora dizem que seguirá firme — não trazem boas perspectivas para a mineradora.

Outra gigante da bolsa brasileira que também segue no radar do mercado é a Petrobras (PETR4). Com a volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência, investidores acreditam que a era dos dividendos milionários ficou para trás, uma vez que o próprio presidente já declarou ser contra esse tipo de política.

Mais do que isso, analistas alertam para o risco de interferência política dentro da estatal e se preocupam por não saber como a empresa será dirigida nos próximos quatro anos.

Em relatório divulgado na terça-feira (22), o banco UBS recomendou a venda das ações da petroleira e reduziu seu preço-alvo de R$ 47 para R$ 22 — potencial de desvalorização de 6,46% se considerado o fechamento anterior.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As principais razões para isso estão na pouca visibilidade sobre o futuro da companhia, a possibilidade de uma mudança na política de preços e incertezas sobre a futura política de investimentos.

Para José Luiz Torres, sócio e analista de ações da Apex Capital, não são os resultados operacionais da Petrobras que trazem preocupação. 

"O mercado não vai olhar tanto para o balanço da Petrobras, é uma empresa que está saudável. Vamos olhar de perto mesmo as movimentações políticas que serão dadas nessas próximas semanas", afirma.

O Inter Research também rebaixou a recomendação da petroleira para neutro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para as demais empresas, os investidores devem acompanhar de perto as despesas financeiras, o impacto dos juros altos que deixam as dívidas mais caras e o quanto do caixa será preciso queimar para lidar com isso.

Leonardo Rufino, sócio e gestor da Mantaro Capital, atenta também para as sazonalidades típicas do fim de ano, que devem movimentar mais o varejo e penalizar a indústria. Mas afirma que está de olho mesmo nas discussões políticas daqui pra frente.

"A passagem da eleição não trouxe a calmaria esperada para o mercado e agora discutimos mais o risco fiscal. Acaba que ficamos com discussões mais importantes do que somente os resultados das empresas", diz o gestor, de olho nas sinalizações de juros altos por mais tempo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NOVELA CORPORATIVA

IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3

26 de dezembro de 2025 - 14:00

A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto

GRANDE COMPRA

Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história

26 de dezembro de 2025 - 13:21

Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup

FIM DA DISPUTA

Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3

26 de dezembro de 2025 - 12:30

O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas

DISPUTA DE ACIONISTAS

Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo

26 de dezembro de 2025 - 11:45

Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações

MAIS CHINELOS NO CARRINHO

Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas

26 de dezembro de 2025 - 9:36

Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação

NEGÓCIOS

Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa

25 de dezembro de 2025 - 18:11

CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill

MAIS AÇÕES

Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão

25 de dezembro de 2025 - 15:15

Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões

MARCA FIT

Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões

25 de dezembro de 2025 - 8:00

Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades

CHUVA DE PROVENTOS

Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar

24 de dezembro de 2025 - 12:00

O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos

GRANDES MUDANÇAS

Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar

24 de dezembro de 2025 - 11:15

A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA

COMPRAR OU VENDER?

O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações 

24 de dezembro de 2025 - 10:38

Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026

ATENÇÃO, ACIONISTAS!

B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições

23 de dezembro de 2025 - 19:38

Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões

COMPRAR OU VENDER?

2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações

23 de dezembro de 2025 - 19:33

O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%

RECALCULANDO A ROTA

Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão

23 de dezembro de 2025 - 18:55

Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação

UM NOVO GÁS

Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos

23 de dezembro de 2025 - 16:29

Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3

VAREJO EM ALERTA

Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal

23 de dezembro de 2025 - 15:39

Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios

ALIANÇA PET

AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes

23 de dezembro de 2025 - 14:00

Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho

DE OLHO NA B3

IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança

23 de dezembro de 2025 - 13:01

A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial

MUDANÇAS À FRENTE?

Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3

23 de dezembro de 2025 - 11:58

Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?

VIRADA CHEGOU MAIS CEDO

Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica

23 de dezembro de 2025 - 11:25

Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar