Com risco fiscal no horizonte, Morgan Stanley rebaixa recomendação das ações do Brasil para neutro
Apesar do pessimismo com o Brasil, o banco recomenda seis ações nacionais entre suas favoritas na América Latina — veja quais são
A preocupação com a situação fiscal do Brasil não se resume ao mercado local. Conforme as incertezas e os ruídos políticos aumentam, cada vez mais bancos preferem se proteger e deixam o alerta em relação aos ativos brasileiros. Desta vez, quem entrou na fila foi o Morgan Stanley.
O banco rebaixou a recomendação dos ativos brasileiros de compra para neutro em relatório divulgado no domingo (20), que considera toda a carteira da América Latina.
Na avaliação da equipe, as principais justificativas para a mudança são o desconhecimento de quem será o próximo ministro da Fazenda — e as menores chances de que seja um de perfil mais ortodoxo — e também as sinalizações de descontrole fiscal do próximo governo.
Segundo o documento, isso naturalmente levaria a taxas de juros mais altas por mais tempo.
Se até pouco tempo atrás havia no mercado a leitura de que as ações brasileiras estavam com um nível de preço atraente, todo esse contexto acabou por abalar tal tese.
A conclusão é de que, caso o cenário fiscal mais desafiador se confirme, os próximos anos serão mais positivos para a renda fixa no Brasil, prejudicando o mercado de ações.
Como fica o Ibovespa?
Nas projeções do Morgan Stanley, o Ibovespa vai encerrar o ano que vem em 125 mil pontos — alta de 15% se considerado o fechamento de sexta-feira (18).
Ainda que o banco esteja mais pessimista em relação ao Brasil, os analistas incluíram seis papéis brasileiros em sua carteira de ações para a região.
A lista inclui Itaú (ITUB4), Porto (PSSA3), Weg (WEGE3), Assaí (ASAI3), Vale (VALE3) e Americanas (AMER3). Também constam Mercado Livre (MELI34) — com boa parte de suas receitas ligadas ao Brasil —, Oma e Fibra Prologis (ambas mexicanas) e, por último, Credicorp (Peru).
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Atualmente, a equipe do Morgan Stanley prefere olhar para exportadoras e companhias mais cíclicas e defensivas no Brasil. Entre os setores evitados estão bancos, energia e empresas ligadas ao governo federal.
Saindo do Brasil, de olho no México
Se a situação está ruim para o Brasil, o México se deu melhor, já que o Morgan Stanley elevou sua exposição ao país, com recomendação "overweight" (acima da média do mercado).
Na avaliação dos analistas, o México tende a se beneficiar de sua proximidade com os Estados Unidos, que pode experimentar uma atividade econômica melhor no segundo semestre do ano que vem e escapar de uma recessão profunda. A manufatura mexicana também é um destaque positivo.
Entre os demais países vizinhos, o Peru se manteve com recomendação "overweight" — beneficiado por sua alta correlação com o preço das commodities —, enquanto a Colômbia segue com indicação neutra e o Chile com recomendação "underweight" (abaixo da média do mercado).
Nestes dois últimos países, pesam as questões políticas internas.
No geral, a equipe do banco projeta 20% de retorno em dólares para ações latino-americanas com 2023, com o índice MSCI Latin America fechando perto de 2.700 pontos no ano que vem.
Como é de costume, o banco traça, além do cenário base, outros dois caminhos hipotéticos. No mais pessimista, acredita-se em um retorno negativo de 23% em dólares para as ações da América Latina em 2023, com o índice principal em 1.700 pontos ao término do período.
Na ponta mais otimista, o MSCI Latin America fecharia em 3.000 pontos, enquanto o retorno em dólares para as ações da região seria de 36%.
O relatório diz, ainda, que o valuation das ações latino-americanas está relativamente mais barato em relação ao histórico e também de maneira geral, quando comparado aos demais emergentes.
Isso pode gerar uma proteção interessante para os investidores com exposição global, especialmente em caso de mais revisões para o restante do mundo diante da desaceleração econômica generalizada.
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