Uma “fusão de iguais”. É o que a Aliansce Sonae (ALSO3) afirma ter sugerido à BR Malls (BRML3) em proposta enviada ao conselho de administração da rival em 4 de janeiro.
De acordo com os detalhes da proposta, divulgados pela Aliansce Sonae durante a madrugada de hoje, ela pretende pagar aos acionistas da BR Malls R$ 1,35 bilhão em dinheiro.
A quantia corresponde a 20% do atual valor de mercado da empresa. Na prática, os acionistas da BR Malls receberiam R$ 1,6184 por BRML3 na carteira se o acordo for fechado.
Os 80% restantes seriam pagos em ações. Com isso, os acionistas da BR Malls ficariam com 50% da empresa originada pela fusão.
Segundo a Aliansce, a relação de troca “reflete um prêmio implícito de múltiplo relativo para os acionistas de BR Malls de aproximadamente 13%”.
Ganha-ganha
Ao justificar a proposta de fusão, a Aliansce Sonae disse ver vantagem para todos os envolvidos e considerar que as duas empresas dispõem de estratégias parecidas, mas pouca sobreposição geográfica.
Caso a proposta seja aceita, Aliansce Sonae e BR Malls se transformarão na maior empresa do segmento de shopping centers da América Latina, posicionando-se muito à frente de rivais como Iguatemi e Multiplan.
Juntas, Aliansce Sonae e BR Malls possuem 69 shopping centers. Os lojistas que operam em suas instalações faturam R$ 38,5 milhões por ano.
Prazo
A BR Malls tem até o início de fevereiro para responder à Aliansce Sonae. Até o momento, a BR Malls não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
A proposta vem à tona em um momento no qual o setor de shopping centers ainda se esforça para superar a crise imposta pela pandemia.
ALSO3 chegou ao fim da sessão de ontem cotada a R$ 19,61, 64% abaixo de sua máxima histórica, atingida pouco antes do início da pandemia.
BRML3 fechou ontem a R$ 7,81, pouco mais de 60% abaixo de seu pico histórico, em outubro de 2012.