A onda negativa que toma conta do Ibovespa — e da bolsa brasileira como um todo — não tem sido muito encorajadora para os investidores. Mas, segundo o JP Morgan, os atuais níveis de preço dos recibos de ações (BDRs) da XP (XPBR31) representam uma boa oportunidade.
O banco iniciou a cobertura desses ativos com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 141, um potencial de valorização de 45% em relação ao fechamento de segunda-feira (09).
Já para as ações da XP negociadas no Nasdaq sob o ticker XP, o preço-alvo foi fixado em US$ 27 — um potencial de valorização de 43%, com recomendação também de compra.
Vale lembrar que, para os brasileiros que querem investir no exterior sem ter que abrir uma conta em um banco lá fora, os BDRs são uma opção. Na prática, o investidor brasileiro não está adquirindo as ações lá fora, mas sim a posse de um certificado que representa os papéis.
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O que está no caminho da XP (XPBR31)
A atividade ainda fraca do mercado de capitais é um obstáculo para a XP (XPBR31). Segundo JP Morgan, o desempenho ruim do Ibovespa no trimestre até o momento — de queda de 13% — pesa sobre os negócios da corretora.
“Além disso, a combinação de desempenho ruim das ações e inclinação da curva de juros deve continuar a ser um desafio para o net new money [captações]”, diz o JP Morgan.
Segundo as projeções, as captações devem ficar mais próximas do limite inferior projetado pela companhia, de R$ 10 bilhões a R$ 14 bilhões, embora o nível ainda seja considerado saudável pelo banco.
Além disso, o saldo de Itaú e Itaúsa — agora representando uma participação combinada de 23%, e que pode trazer uma pressão vendedora relevante — também é uma barreira para o desempenho das ações da XP no curto prazo.
“Embora saudemos a mudança de discurso da administração da XP agora argumentando em favor da participação em eventuais negociações em bloco, ainda vemos como o melhor cenário para o desempenho das ações se a participação total for vendida de uma só vez”, diz o JP Morgan, em relatório.
Ainda assim, após a recente fraqueza das ações, o banco vê a XP sendo negociada a 15 vezes P/E (índice de preço lucro) em 2022. Segundo o JP Morgan, o múltiplo é considerado baixo e não se justifica, dadas as perspectivas de crescimento da corretora.