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Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.
TEMPORADA DE BALANÇOS

XP em foco: mercado desaprova despesas maiores e BDRs XPBR31 desabam mais de 13% após balanço do 2º trimestre

O mercado ainda mantém recomendações positivas para XP (XPBR31), mas faz ressalvas a respeito de algumas tendências do balanço no 2T22

Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
10 de agosto de 2022
12:25 - atualizado às 14:12
Foto mostrando dois homens olhando para o logo da XP (XPBR31) numa parede
XP - Imagem: Divulgação/XP

Os resultados do segundo trimestre da XP (XPBR31) frustraram o mercado: por mais que a linha de receitas tenha mostrado certa resiliência, o aumento nas despesas deixou um gosto amargo na boca dos investidores — e, como resultado, os BDRs da companhia caem forte nesta quarta (10).

Por volta de 11h45, os ativos XPBR31 recuavam 8,63%, a R$ 109,62, encerrando o dia com queda de 13,79%, a R$ 103,44. Nos EUA, as ações da XP fecharam em queda de 13,23%, a US$ 20,53.

Analistas de bancos e corretoras destacam a queda de receita e rentabilidade da XP no trimestre, resultado do aumento nas despesas no período — casas como Morgan Stanley, Bradesco BBI e Empiricus trazem visões semelhantes a respeito do balanço da companhia.

Tanto nos EUA quanto no Brasil, os ativos da XP (XPBR31) operam em forte queda nesta quarta (10). Fonte: B3

De acordo com o balanço divulgado na noite anterior, as despesas comerciais, gerais e administrativas cresceram 41% na base anual. Isso aconteceu principalmente por conta de novas contratações feitas pela XP e pelos gastos com novas verticais, como o banco digital, a plataforma de investimentos internacionais e a ferramenta de criptomoedas.

Em um contexto de aversão ao risco, a XP também viu uma redução em sua captação líquida e um menor ritmo no crescimento de receitas.

"No todo, pode-se dizer que o portfólio de produtos diversificado (renda fixa, renda variável, derivativos etc.) acabou dando resiliência à receita da companhia. Entretanto, todo esse benefício foi anulado pelo crescimento das despesas, corroendo as margens de lucro", disse a analista Larissa Quaresma, da Empiricus.

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Para ela, a rentabilidade da XP tende a seguir pressionada, uma vez que a companhia continuará investindo nas verticais que causam mais despesas. Atualmente, XPBR31 é uma posição vendida das séries Carteira Empiricus e Palavra do Estrategista.

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Outro dado que justifica a reação do mercado hoje é o Ebitda ajustado da XP, que caiu 2% na comparação anual, chegando a R$ 1,2 bilhão. Já a margem Ebitda foi de 35,4%, baixa de 5,8 p.p na mesma base de comparação.

Apesar da alta de 1% no lucro líquido, que chegou a R$ 1 bilhão, a margem líquida acabou prejudicada e caiu 3,8 p.p na base anual, para 30,5%.

Outros pontos de atenção para XP (XPBR31)

Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, o resultado da XP (XPBR31) deve ser considerado neutro. Ainda que a companhia tenha apresentado uma melhoria considerável no rendimento de receitas, as despesas operacionais preocupam a equipe.

Em relatório, o Bradesco BBI aponta que a XP precisará apresentar evidências mais fortes de que o lado operacional melhorará nos próximos trimestres, algo que ainda parece incerto no momento.

Apesar disso, o banco mantém recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ US$ 28.

Os analistas do Morgan Stanley possuem uma visão parecida, também considerando que os dados trimestrais da XP são neutros. Eles destacam a receita bruta recorde no segundo trimestre, que chegou a R$ 3,6 bilhões, alta de 12% na comparação com igual período de 2021. Do lado negativo, apontam receita e Ebitda abaixo do esperado.

O Morgan Stanley tem recomendação de compra (overweight) para XP, com preço-alvo de US$ 57.

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