Rússia x Ucrânia: um cessar-fogo pode acabar com a guerra? Saiba por que a trégua é tão difícil e se a situação pode ficar ainda pior
Cientista político avalia escalada da guerra após os ataques do domingo nas proximidades da fronteira com a Polônia e apresenta um levantamento estatístico sobre a duração dos conflitos desde 1946

A possibilidade de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia foi o suficiente para que os mercados ao redor do mundo voltassem a subir na semana passada. Mas a tão sonhada trégua não só não foi alcançada como pode não ser suficiente para colocar fim à guerra.
Muito pelo contrário. Na avaliação de Heni Ozi Cukier, cientista político e professor de relações internacionais, o conflito tem potencial para se agravar e as atuais conversas em torno de um cessar-fogo não podem ser confundidas com uma solução definitiva.
“Não acho que as discussões estão maduras para sair um acordo sólido suficiente. Se houver algum acordo, haverá possibilidade de violações e até retorno do conflito”, afirma Cukier em live promovida por Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus.
O cientista político ressalta ainda que a tratativa de um cessar-fogo não significa uma resolução de paz.
“Os países costumam cessar-fogo por questões humanitárias, para tentar achar uma zona de acordo real ou, na maioria das vezes, para que os dois lados se reorganizem com mais munições, mais armamentos, para voltar ao combate”, diz.
A escalada da guerra
A Rússia expandiu seus alvos na Ucrânia neste domingo (13) com ataques aéreos contra um centro de treinamento militar nos arredores da cidade de Lviv, cerca de 25 quilômetros da fronteira com a Polônia.
Leia Também
A Polônia faz parte Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a movimentação representa um sério risco de escalada das tensões.
No mesmo dia, circularam notícias na imprensa internacional de que Moscou e Kiev estariam caminhando com negociações que poderiam levar a um acordo em breve.
- IMPORTANTE: liberamos um guia gratuito com tudo que você precisa para declarar o Imposto de Renda 2022; acesse pelo link da bio do nosso Instagram e aproveite para nos seguir. Basta clicar aqui
“O conflito entre Rússia e Ucrânia está entrando na terceira semana e não vejo que irá terminar em um mês. Encontrar uma saída honrosa para Putin é um dos pontos mais difíceis”, afirma Cukier.
As demandas de Ucrânia e Rússia
O fim da guerra esbarra tanto nas demandas da Ucrânia como nas demandas da Rússia. De um lado, Kiev quer a retirada das tropas russas sem a perda de nenhum pedaço de seu território.
“Estão sendo invadidos por uma grande potência com objetivo de controle e dominação de seu país, então, não há nada mais que possam aceitar do que a retirada das tropas russas do país”, diz o cientista político.
Por outro lado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, segue determinado em perseguir seu objetivo e não estaria disposto a assumir uma posição de fraqueza.
“Não consigo vê-lo fazendo isso [acordo] sem, no mínimo, pegar o leste da Ucrânia ou algum trecho terrestre no Sul, uma ligação com a Crimeia na costa do Mar Negro”, afirma Cukier.
Inclusive, Putin também tem exigido o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia, uma vez que o processo de anexação da península é questionado pela comunidade internacional.
Conheça mais sobre a nova doutrina russa para o uso de armas nucleares:
Quando a guerra vai acabar?
Essa talvez seja a pergunta do milhão do momento. E, embora difícil de prever, todos os acontecimentos recentes não apontam para um fim imediato da guerra.
Um exemplo disso são os ataques da Rússia à parte ocidental da Ucrânia, que representam sério risco de uma escalada do conflito. Isso porque não se sabe qual seria a reação da Otan diante de um possível ataque à Polônia.
Inclusive o serviço de inteligência norte-americano, que vem sendo assertivo no monitoramento e na análise sobre os rumos da guerra, já fez alertas sobre o possível agravamento da situação.
Cukier não se arriscou em fazer previsões sobre o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, mas citou um levantamento estatístico dos conflitos de entre países desde 1946.
Os dados revelam que 26% dos casos terminaram em até um mês, 25% se encerraram em até um ano e o restante teve uma tendência de durar mais de uma década.
“No momento, Putin não tem nada para clamar vitória, enquanto as sanções se intensificam alterando a dinâmica da economia mundial”, afirma.
Maior IPO de 2025 deve vir de fabricante chinesa de baterias para carros elétricos e exclui investidores americanos
Oferta pública de ações da CATL deve arrecadar mais de US$ 4 bilhões; papéis estreiam na bolsa de Hong Kong na terça-feira (20)
Marfrig (MRFG3) dispara 20% na B3, impulsionada pela euforia com a fusão com BRF (BRFS3). Vale a pena comprar as ações agora?
Ontem, as empresas anunciaram um acordo para fundir suas operações, criando a terceira maior gigante global do segmento. Veja o que dizem os analistas
Ações do Banco do Brasil sentem o peso do balanço fraco e tombam mais de 10% na B3. Vale a pena comprar BBAS3 na baixa?
A avaliação do mercado sobre o resultado foi negativa. Veja o que dizem os analistas
Fusão entre Marfrig e BRF inclui dividendo de R$ 6 bilhões — mas só terá direito à bolada o investidor que aprovar o casamento
Operação ainda deverá passar pelo crivo dos investidores dos dois frigoríficos em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) convocadas para junho
O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig
Bolsas internacionais amanhecem no azul, mas noticiário local ameaça busca do Ibovespa por novos recordes
Warren Buffett não quer mais o Nubank: Berkshire Hathaway perde o apetite e zera aposta no banco digital
Esta não é a primeira vez que o bilionário se desfaz do roxinho: desde novembro do ano passado, o megainvestidor vem diminuindo a posição no Nubank
BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) se unem para criar MBRF. E agora, como ficam os investidores com a fusão?
Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim resultará no nascimento de uma nova companhia
Ibovespa melhor do que o S&P 500? Por que os gestores seguem vendidos em bolsa americana, segundo pesquisa da Empiricus
O levantamento mostrou que, pelo segundo mês consecutivo, a bolsa brasileira superou a bolsa americana em sentimento positivo dos gestores; descubra as razões
Agronegócio não dá trégua: Banco do Brasil (BBAS3) frustra expectativas com lucro 20% menor e ROE de 16,7% no 1T25
Um “fantasma” já conhecido do mercado continuou a fazer peso nas finanças do BB no primeiro trimestre: os calotes no setor de agronegócio. Veja os destaques do balanço
Trump dá ‘bronca’ em Tim Cook, CEO da Apple, por produção de iPhone fora da China; entenda essa história
Apple tenta mascarar os efeitos das tarifas enquanto procura alternativas para evitar os danos da guerra comercial entre EUA e China
Bank of America muda o preço-alvo para as ações da JBS (JBSS3) após teleconferência de resultados do 1T25; veja o que fazer com os papéis
A reavaliação acontece sob a luz de novos argumentos relacionados à dupla listagem da JBS na bolsa brasileira e americana
Banco Pine (PINE4) supera rentabilidade (ROE) do Itaú e entrega lucro recorde no 1T25, mas provisões quadruplicam no trimestre
O banco anunciou um lucro líquido recorde de R$ 73,5 milhões no primeiro trimestre; confira os destaques do resultado
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Queda de 90% desde o IPO: o que levou ao fracasso das novatas do e-commerce na B3 — e o que esperar das ações
Ações de varejistas online que abriram capital após brilharem na pandemia, como Westwing, Mobly, Enjoei, Sequoia e Infracommerce, viraram pó desde o IPO; há salvação para elas?
Serena (SRNA3) de saída da B3: Actis e GIC anunciam oferta para fechar o capital da empresa de energia renovável; ações sobem forte
A oferta pública de aquisição vem em meio ao processo de redução de dívidas da empresa, que atingiu um pico na alavancagem de 6,8 vezes a dívida líquida/Ebitda
Pelo quarto mês consecutivo, EUA tem queda de movimento na fronteira… do Canadá
Número de turistas regressando dos EUA para o Canadá em abril foi até 35% menor do que o mesmo período em 2024; de acordo com pesquisa, política externa de Trump seria motivo para queda
Após receber jatinho de presente, Trump fecha acordo de US$ 1,2 trilhão com o Catar; Boeing sai ganhando com venda de 210 aeronaves, estimadas em US$ 96 bilhões
Estados Unidos fecham nova série de acordos no Oriente Médio, mas parceria trilionária ganha contornos controversos após presidente receber jatinho de luxo como presente
Regulação das stablecoins trava no Senado dos EUA e Federal Reserve emite novo alerta sobre riscos
Projeto batizado de GENIUS Act travou no Senado em meio a embate entre democratas e republicanos após controvérsias envolvendo Donald Trump, sua família e o mercado cripto
Ação da Casas Bahia (BHIA3) sobe forte antes de balanço, ajudada por vitória judicial que poderá render mais R$ 600 milhões de volta aos cofres
Vitória judicial ajuda a impulsionar os papéis BHIA3, mas olhos continuam voltados para o balanço do 1T25, que será divulgado hoje, após o fechamento dos mercados
Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25
O lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, um salto de 74% na comparação anual, foi ofuscado por uma reação negativa do mercado. Veja o que dizem os analistas