Por que a BR Partners (BRBI11) e a 3 Tentos (TTEN3) preparam ofertas irrisórias de ações – e a Dotz (DOTZ3) estuda trilhar o mesmo caminho
Empresas buscam driblar – dentro das regras – as normas que restringem o acesso de investidores não-qualificados às ações

Empresas listadas em bolsa costumam realizar ofertas subsequentes de ações para financiar projetos, aquisições e ajudar em sua expansão.
Também conhecidas como follow-on, essas operações costumam expandir substancialmente a base acionária das empresas.
É por esse motivo que saltam aos olhos as ofertas subsequentes pretendidas pela 3 Tentos (TTEN3), pelo BR Partners (BRBI11) e pela Dotz (DOTZ3).
O que chamou a atenção
Na semana passada, o BR Partners anunciou um follow-on de R$ 5 milhões.
Ontem, numa entrevista à Reuters, Roberto Chade, presidente da fintech Dotz, disse que a empresa está avaliando a realização de uma oferta subsequente.
Ainda não há definição sobre a oferta. Não se sabe nem mesmo se ela ocorrerá. Caso se concretize, a intenção seria, segundo Chade, fazer com que os preços de DOTZ3 retornem a níveis mais próximos de métricas baseadas em fundamentos.
Leia Também
Hoje foi a vez de a 3 Tentos anunciar um follow-on ainda menor que o da BR Partners: R$ 4,4 milhões.
São números irrisórios, levando-se em conta tanto a base acionária quanto o valor de mercado dessas empresas.
O que essas ofertas têm em comum
Conforme esclarecemos acima, o follow-on da Dotz ainda está em fase de estudo. Mas tanto ela quanto o BR Partners e a 3 Tentos têm algo em comum.
Todas elas realizaram seus IPOs com base na Instrução CVM 476 e querem lançar a oferta subsequente com base na Instrução CVM 400.
Tá, e o que isso quer dizer?
Isso significa que essas empresas vão buscar, dentro das regras vigentes no mercado local de capitais, uma forma de aumentar a liquidez de suas ações na expectativa de que os preços atinjam níveis mais próximos daqueles considerados justos por elas.
O que diz a Instrução 476
A Instrução CVM 476, em tese, simplifica a realização um IPO. Ela isenta a empresa de registrar a oferta e contorna a necessidade de análise pela CVM. A empresa também é dispensada da apresentação de prospecto.
Em contrapartida, a instrução obriga os coordenadores da oferta a empenharem esforços restritos a investidores profissionais — aqueles que têm quantia de R$ 10 milhões ou mais comprovadamente investida em mercados financeiros.
Ou seja, a CVM considera que o investidor profissional é crescidinho o bastante para entender os riscos da oferta e que cabe a ele o ônus de decidir se vai entrar ou não no negócio.
Outras pegadinhas
Sob a Instrução 476, a abertura de capital é oferecida a 75 interessados, no máximo. Destes, apenas 50 investidores poderão efetivar o investimento.
Mas as restrições não param por aí. Pelos 18 meses seguintes ao IPO, as transações com esses papéis na B3 são restritas aos investidores profissionais que participaram da oferta.
Ou seja, por um ano e meio, essas ações não podem ser pulverizadas entre investidores menores.
O cumprimento da regra
Até o fim setembro do ano passado, a B3 vinha fazendo vistas grossas a essa restrição temporal. Mas um acordo entre a administradora da bolsa e as corretoras levou à suspensão das transações envolvendo investidores não-qualificados.
A aplicação da normativa atingiu em cheio os pequenos investidores de diversas empresas que haviam feito o IPO com base na Instrução 476.
Não bastasse a surra sofrida pelos ativos de risco brasileiros no ano passado, o cumprimento da regra restringiu a liquidez e colocou mais pressão sobre as ações lançadas sob a normativa.
Como DOTZ3, TTEN3 e BRBI11 desempenharam desde o IPO
As ações da Dotz subiram 14,29% ontem e avançam mais de 6% hoje. Entretanto, DOTZ3 segue 77% abaixo do preço do seu IPO, realizado em maio do ano passado.
Os papéis da 3 Tentos, do setor agroindustrial, acumulam queda de mais de 30% desde a oferta inicial, em julho.
Já as units do banco de investimentos BR Partners, lançadas em junho de 2021, encontram-se 12% abaixo do preço do IPO.
E onde entra a Instrução 400 nisso?
Se Arnaldo Cézar Coelho fosse analisar a Instrução 400, certamente diria que “a regra é clara”. E ela é mesmo, ao contrário do futebol.
A normativa obriga a empresa a divulgar um prospecto. Isso garante que qualquer investidor tenha acesso a informações relevantes sobre a companhia.
A norma estabelece os padrões de mercado que precisam ser cumpridos para que as negociações sejam seguras e confiáveis para todos os envolvidos.
Ela também exige o registro da oferta na CVM. A Comissão de Valores Mobiliários, por sua vez, analisa a viabilidade da oferta - e dispõe de autoridade para aceitá-la ou vetá-la.
O lado positivo
Ao mesmo tempo, a Instrução 400 autoriza a participação de um número ilimitado de investidores.
A melhor parte para o emissor é que a ação pode ser transacionada também sem nenhuma limitação.
Com isso, o papel chega imediatamente ao varejo e obtém um ganho considerável de liquidez.
E aqui entra a oferta subsequente
Pelas regras da CVM, quando o follow-on ocorre sob a Instrução 400, ele destrava as restrições impostas pela Instrução 476.
Por isso as ofertas apresentadas pela 3 Tentos e pela BR Partners são tão pequenas. Elas não querem financiar projetos nem aquisições.
A intenção de ambas é destravar as restrições impostas pela Instrução 476 e chegar ao varejo antes dos 18 meses protocolares.
E é provável que outras empresas sobre as quais ainda recaem as restrições sigam pelo mesmo caminho em breve.
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Momentos finais para se inscrever na Riachuelo, KPMG, Peers e P&G; confira essas e outras vagas para estágio e trainee
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar até o segundo semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Natura (NTCO3): proposta de incorporação é aprovada por unanimidade; confira o que muda para os investidores
Agora, o processo precisa do aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ser concluído
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre