Ibovespa segue um roteiro clássico e reconquista os 98 mil pontos antes da temporada de balanços; dólar cai

Muitas obras da sétima arte já tentaram captar o espírito das bolsas de valores e transportá-lo para as telas do cinema, mas sendo bem sincera, seria preciso um roteirista de mão cheia para conseguir traduzir de forma fidedigna como são nos corredores do mercado. 

Dependendo do momento, é possível que em uma única sessão seja possível observar grandes reviravoltas na história, o nascimento de novos vilões e a derrota de outros tantos — mais ou menos o caminho que a narrativa tem seguido até aqui. 

Mas às vezes uma jornada mais tradicional e clássica. Sabe aquela calmaria antes de uma batalha final ou a construção da tensão antes da aparição do grande vilão da trama? Foi assim que as principais bolsas globais caminharam hoje. 

Um bom narrador da Sessão da Tarde diria que as próximas semanas reservam altas aventuras de uma trupe da pesada — temos a temporada de balanços ganhando força no Brasil e nos Estados Unidos, novos dados de inflação e emprego, e a cereja do bolo, com as decisões de política monetária em diversos países. 

Em Nova York, tirando uma ou outra surpresa negativa, os números do segundo trimestre animaram. 

O Nasdaq, de olho nos balanços das big techs, subiu mais de 3%. E se depender dos números que a Netflix entregou após o fechamento do mercado, amanhã deve ser mais um dia de final feliz para a bolsa de tecnologia. O S&P 500 e o Dow Jones tiveram avanços superiores a 2,4%. 

Aproveitando a deixa, o Ibovespa também teve um dia de ganhos, com os bancos brasileiros acompanhando os seus primos em Wall Street e o alívio da pressão em torno da Petrobras após um corte no preço da gasolina.

O principal índice da bolsa brasileira subiu 1,37%, aos 98.245 pontos. O dólar à vista teve leve queda de 0,10%, a R$ 5,4202.

Corte nos preços

A Petrobras anunciou hoje a primeira redução no preço da gasolina vendida para as distribuidoras de 2022. A decisão veio após a forte queda recente na cotação do barril de petróleo nas últimas semanas e também da pressão feita pelo presidente Jair Bolsonaro com a proximidade das eleições. 

De acordo com a estatal, o combustível passará de R$ 4,06 para R$ 3,86 por litro, uma redução de R$ 0,20 — cerca de 5%. De acordo com analistas do Credit Suisse, a movimentação da companhia é positiva pois reduz a pressão política que tem recaído sobre a Petrobras diante da forte alta do petróleo no mercado internacional. 

RECESSÃO global à vista: hora de investir na BOLSA?

Retrogosto de problemas

Embora o dia de maior tranquilidade tenha dado uma folga considerável para a bolsa e para o câmbio, o mercado de juros seguiu pressionado. 

Os investidores seguem repercutindo os últimos desdobramentos fiscais da PEC dos benefícios e também monitoram os próximos passos dos bancos centrais estrangeiros. 

Sobe e desce do Ibovespa

Já é clima de temporada de balanços também na B3. A expectativa pelos números das empresas brasileiras também mexeu com os investidores por aqui e o apetite por risco foi direcionado principalmente para aquelas que prometem entregar bons resultados no próximo trimestre. Confira as maiores altas do dia no Ibovespa:

Confira também as maiores quedas do dia no Ibovespa:

Compartilhe