Por que você deveria olhar a disparada de juros dos empréstimos imobiliários dos EUA com o risco iminente de recessão? Eles levaram à crise de 2008 e voltaram a subir
Os juros de financiamentos de até 30 anos saíram de 2,75% para mais de 6% em relação ao mesmo mês de 2021
A semana foi marcada pelo medo da recessão, que começou a tomar conta do noticiário após autoridades monetárias e analistas do mercado levantaram a possibilidade de desaceleração da economia. Porém, existe um fator que foi deixado de lado e pode ser decisivo para esse cenário se concretizar: os juros imobiliários norte-americanos.
Quem atentou para esses fatos foram os analistas consultados pelo jornal Market Watch. Nesta semana, foram publicados dados sobre construção e vendas de casas novas nos Estados Unidos. O número de novos imóveis vem caindo desde as máximas em mais de 15 anos, atingidas em dezembro passado.
Financiamento imobiliário: juros são a ponta do iceberg
Mas o indicador mais importante são as taxas dos financiamento por lá, que dispararam depois que o Federal Reserve iniciou o ciclo de aperto monetário em março deste ano.
Os juros de financiamentos imobiliários de até 30 anos saíram de 2,75% para mais de 6% em relação ao mesmo mês de 2021.
A combinação de moradias cada vez mais caras e taxas de juros mais elevadas tornou a aquisição de casas mais difícil nos EUA. De acordo com a Associação Nacional de Corretores de Imóveis, a acessibilidade a novos imóveis caiu para as taxas mais baixas em 16 anos.
A publicação ainda destaca os efeitos de menores índices de compras de casa e tudo que elas acarretam: menos clientes comprando itens de linha branca, decoração e por aí vai — e isto pode acelerar o passo em direção à recessão.
Leia Também
Bolha imobiliária, crise financeira e recessão com juros do Fed
O que os juros dos empréstimos imobiliários têm a ver com recessão global?
Vamos voltar cerca de 15 anos no passado, para a crise financeira de 2008 — também chamada de crise do subprime —, considerada a pior desde a Grande Depressão em 1929. Os problemas começaram com a formação de uma bolha imobiliária nos EUA.
Em linhas gerais, essa bolha financeira começou a se formar em 2006 quando o preço dos imóveis cresceu abruptamente. Os bancos passaram a oferecer linhas de crédito facilitadas para as pessoas financiarem suas casas — mesmo sem comprovação de renda para pagar a dívida.
Da formação ao estouro da bolha imobiliária
Com isso, a procura por imóveis aumentou — e impera a lei do mercado: maior procura, os preços dispararam. Mas no mesmo período, a renda da população não acompanhou essa alta, o que fez com que diversas pessoas perdessem suas casas para os bancos.
A inadimplência foi às alturas e, sem o dinheiro das parcelas dos financiamentos, os bancos começaram a sentir os impactos em seus respectivos caixas. O ponto alto dessa crise foi a quebra do Lehman Brothers, que tinha ativos avaliados em US$ 639 bilhões à época.
A história se repete (?): mesmo com juros altos, cenário é diferente
Alex Pelle, economista da Mizuho Securities dos Estados Unidos, entende que o cenário é diferente do que gerou a crise de 2008. “Esperamos uma queda de vendas nos próximos meses, mas não um colapso parecido com o dos anos 2000”.
Além disso, o comprador atual tem uma pontuação de crédito alta mais alta — mecanismo instaurado para garantir o pagamento das parcelas — e, portanto, é menos provável que se caia na inadimplência.
Apenas cerca de 2% de todas as novas hipotecas são concedidas aos chamados compradores subprime, ou àqueles com pontuação de crédito mais fraca. Para se ter uma ideia, à época da crise, esse número era de cerca de 15%.
Por que ficar de olho nisso esta semana
Na quinta-feira (29) serão divulgados os dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos. O PCE é o indicador preferido do Fed para balizar a decisão de juros por lá.
Dependendo de como vier a inflação, o Banco Central americano pode reduzir a intensidade da alta dos juros e reverter a tendência da rota da recessão. Também permanecem em foco nos próximos dias as falas de representantes do Fed.
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
