Fed carrega na tinta da ata e pinta um quadro que o mercado não gostou; entenda
Wall Street seguiu operando em queda depois da divulgação do documento, que deixou em aberto os próximos passos que o banco central norte-americano pode adotar
Se fosse uma exposição, certamente o quadro que a ata do Federal Reserve (Fed) desta quarta-feira (17) pintou não passaria pela curadoria do mercado financeiro.
A paisagem retratada pelo documento mostra que o aperto monetário nos EUA não está nem perto de acabar e, mais grave, há agora um temor entre os membros do comitê de que o banco central norte-americano possa ter carregado nas tintas.
A divulgação da ata não ajudou a mudar as cores das bolsas, que seguem no vermelho. Por volta de 16h20, o índice Dow Jones caía 0,57%, o S&P 500 recuava 0,78% e o Nasdaq, 1,23%. Leia também nossa cobertura completa de mercados.
Desde o início do ano, o Fed vem sinalizando que não medirá esforços para conter a inflação — que chegou ao maior nível em pelo menos 40 anos nos EUA.
Diante do quadro dos preços altos, o presidente do BC norte-americano, Jerome Powell, não pensou duas vezes e sacou o pincel do aperto monetário.
Em março de 2022, o Fed começou a elevar o juro com uma alta de 0,25 ponto percentual (pp) até chegar em duas elevações seguidas — junho e julho — de 0,75 pp cada, colocando a taxa básica na faixa atual de 2,25% a 2,50% ao ano.
Leia Também

O Fed pesou na mão?
Desde que começou a ser mais agressivo no ritmo de aperto monetário, o Fed despertou entre os investidores o temor de que a economia norte-americana não aguentasse o tranco e entrasse em recessão.
Em março, as ações precificavam uma probabilidade de 75% de recessão nos EUA. Em junho, essa chance caiu para 36% e agora está em 20%, de acordo com o Bank of America.
E não foi à toa que essa probabilidade baixou a menos da metade. Em julho, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA ficou estável na comparação com junho. Em 12 meses, o CPI subiu 8,5%, uma desaceleração em relação aos 9,1% de junho.
Com um mercado de trabalho criando 528 mil vagas no mês passado e uma taxa de desemprego a 3,5% com uma inflação zero no mesmo período, não só a chance de recessão baixou como muitos membros do comitê de política monetária começaram a temer as tintas carregadas do aperto monetário.
Segundo a ata desta quarta-feira (17), existe o risco de o Fed apertar mais a política monetário do que o necessário para conter a inflação.
“Muitos membros observaram que, tendo em vista a natureza em constante mudança do ambiente econômico e a existência de defasagens longas e variáveis no efeito da política monetária sobre a economia, há o risco de que o Comitê possa apertar a política por mais do que o necessário para restaurar a estabilidade de preços”, diz a ata.
Esses membros do Fed destacaram esse risco ao ressaltar a importância da abordagem dependente de dados para julgar o ritmo e a magnitude da consolidação de políticas nos próximos trimestres.
Temo, não nego, mas vou seguir apertando
Apesar de reconhecer a possibilidade de ter carregado nas tintas, tudo indica que o Fed não está convencido de que o ciclo de aperto monetário está chegando ao fim — como BC brasileiro já indicou.
A ata de hoje mostrou que os membros do comitê estão dispostos a reduzir o ritmo da alta, mas não colocar um freio nesse movimento.
“Os participantes julgaram que, à medida que a postura da política monetária se tornasse mais restritiva, provavelmente seria apropriado em algum momento desacelerar o ritmo dos aumentos da taxa de juro enquanto avaliavam os efeitos dos ajustes cumulativos de política monetária sobre a atividade econômica e a inflação”, diz a ata.
E mais: o documento mostrou que uma vez que a taxa básica atingir um nível suficientemente restritivo, seria apropriado manter esse patamar por algum tempo para garantir que a inflação se mantenha no caminho de volta à meta de 2%.
Veja também: A Selic não deveria subir mais
Temos o quadro que o mercado não quer ver
E, com essas tintas, a ata do Fed pintou um quadro que o mercado não quer ver: o Fed não vai recuar no aumento do juro ainda que corra o risco de ter exagerado na mão.
Por isso, as ações de Wall Street seguiram operando em queda depois da divulgação da ata — com o Dow Jones caminhando para a primeira baixa depois de seis pregões no azul.
A precificação de mercado é para um aumento de 0,50 pp na reunião de setembro, embora o Fed não tenha sinalizado o calibre da elevação, observando que a decisão será tomada mais perto do encontro e com bases em novos dados econômicos.
A ata do Fed em análise
Assim como os especialistas em avaliar quadros, os analistas financeiros também disseram o que pensam sobre a ata de hoje.
Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, diz que a mensagem do documento foi na direção de cautela, depois de um ajuste importante do juro básico.
“Seguem falando do risco de desancoragem das expectativas e da importância de trazer a inflação para a meta, mas a questão da atividade e o risco de aperto além do necessário está no radar”, afirmou Nogueira.
Com R$ 1,82 trilhão só para pagar juros da dívida e R$ 61 bilhões para emendas, veja os detalhes do Orçamento para 2026
Texto aprovado pelo Congresso prevê despesas de R$ 6,5 trilhões, meta de superávit e destina quase um terço do orçamento fiscal ao pagamento de juros da dívida pública
Silvio Santos vira nome de rodovia em São Paulo — e o trecho escolhido não foi por acaso
Lei sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas rebatiza trecho da Rodovia Anhanguera, entre São Paulo e Jundiaí, em homenagem ao comunicador e empresário
Banco Central se precipitou com a liquidação do Banco Master? TCU dá 72 horas para o regulador se explicar
O Tribunal de Contas da União requer esclarecimentos do Banco Central sobre a decisão de liquidar o Banco Master; entenda
Inflação da ceia de Natal 2025 surpreende e reforça a importância de pesquisar preços
Estudo da FGV aponta variação quase nula nos itens natalinos em 12 meses; alimentos básicos recuam, proteínas seguem em alta e presentes voltam a encarecer após dois anos de alívio
Prazo para quitar a segunda parcela do décimo terceiro (13º) termina hoje; saiba como calcular
Data limite se encerra nesta sexta-feira (19); empresas que atrasarem podem ser multadas; valor é depositado com descontos de INSS e Imposto de Renda
Loterias da Caixa batem na trave às vésperas da Mega da Virada e prêmios sobem ainda mais
A noite de quinta-feira (18) foi movimentada no Espaço da Sorte, com sorteios da Lotofácil, da Mega-Sena, da Quina, da Timemania e da Dia de Sorte
Bolsa Família: Caixa paga benefício para NIS final 8 nesta sexta (19)
Pagamento segue o calendário de dezembro e beneficiários do Bolsa Família podem movimentar valor pelo Caixa Tem ou sacar nos canais da Caixa
À medida que Banco Central recolhe cédulas clássicas de R$ 2 a R$ 100, as mais raras podem alcançar mais de R$ 5 mil no mercado
Enquanto o Banco Central recolhe as cédulas da primeira família do real, a escassez transforma notas antigas em itens disputados por colecionadores, com preços que já ultrapassam R$ 5 mil
MEI: ultrapassou o limite de faturamento em 2025? Veja o que fazer para se manter regularizado
Microempreendedores individuais podem ter uma receita anual de até R$ 81 mil
Entre o relógio e as malas: o que dizem as novas regras de check-in e check-out em hotéis
Portaria do Ministério do Turismo já está em vigor; norma fixa tempo mínimo de estadia, critérios de limpeza e exige clareza nos horários
Esses números nunca deram as caras na Mega da Virada; veja quais são
Histórico da Mega da Virada revela números que não apareceram em nenhuma edição do concurso especial da Caixa
Bola dividida na Lotofácil termina com 4 novos milionários; Mega-Sena e Timemania disputam quem paga mais
Prêmio principal da Lotofácil será dividido entre 4 apostadores; Timemania e Mega-Sena sorteiam nesta quinta-feira R$ 68 milhões e R$ 58 milhões, respectivamente
Caixa libera Bolsa Família para NIS final 7 nesta quinta-feira (18)
Benefício cai na conta hoje para milhões de famílias; valor pode ser movimentado pelo Caixa Tem sem necessidade de saque
Trabalhadores dos Correios entram em greve em 9 estados; entenda os motivos da paralisação
Após acordos prorrogados e negociações travadas, trabalhadores dos Correios entram em greve; Correios dizem que agências seguem abertas
Final da Copa do Brasil 2025: veja o horário e onde assistir a Corinthians x Vasco
Corinthians x Vasco iniciam nesta quarta-feira (17) a decisão da Copa do Brasil 2025, em duelo que vale uma das maiores premiações do futebol sul-americano
Fim da patente do Ozempic: quando as canetas emagrecedoras vão ficar mais baratas?
Decisão do STJ abre caminho para concorrentes do Ozempic, mas especialistas dizem que a queda de preços das canetas emagrecedoras deve ser gradual
Enel fora de São Paulo? Empresa pode ter ‘carta na manga’ contra as acusações após Ministério pedir fim da concessão; veja
Segundo o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a concessionária não tem mais condições de operar no estado depois de diversas crises, mas processo de encerramento do contrato ainda demora
Câmara aprova texto-base do projeto que reduz benefícios tributários e aumenta impostos de bets, fintechs e JCP
Os deputados agora analisam um destaque que visa retirar da proposta o aumento de impostos sobre o juro sobre o capital próprio, de 15% para 17,5%
Renegados? Veja os números que menos saíram na Mega da Virada
Histórico da Mega da Virada mostra os números que menos saíram no sorteio especial da Caixa
Teimosia faz um novo milionário na Quina em dia de bola na trave na Lotofácil, na Mega-Sena e na Timemania
Quina foi a única loteria da Caixa a pagar um valor milionário ontem, mas os prêmios de consolação da Mega-Sena, da Timemania, da Lotofácil e da Dia de Sorte deixam pouca margem para reclamação