Em tempos de crise, todo mundo precisa de um extra: Infracommerce (IFCM3) fará aumento de capital privado de até R$ 400 milhões
Plataforma de e-commerce Infracommerce (IFCM3) busca solução mais barata para financiar operações no curto prazo

Em tempos de crise e taxas de juros tão altas, o bolso apertou para todo mundo e nem mesmo as empresas listadas em bolsa escapam daquele momento de precisar de um dinheiro extra. Pensando nisso, a Infracommerce (IFCM3) anunciou um aumento de capital privado que será feito pelos seus principais acionistas.
O objetivo da plataforma de e-commerce é levantar entre R$ 170 milhões e R$ 400 milhões. O dinheiro deve ser usado principalmente para pagar dívidas da Infracommerce, que aumentaram consideravelmente nos últimos meses diante de uma série de aquisições.
No total, a Infracommerce gastou R$ 1,4 bilhão em compras no mercado.
Segundo comunicado disponível na CVM, o preço da ação na operação será de R$ 5,01 — um desconto de 35% se considerado o fechamento de ontem a R$ 7,76.
Porém, o cenário para solucionar o problema não é dos mais amigáveis, com um clima de aversão ao risco no mundo todo, instabilidade político-econômica no Brasil e desvalorização das ações — desde o IPO feito em abril de 2021, os papéis caíram 51,5% até o fechamento de ontem.
No ano, os papéis acumulam queda de 62%.
Leia Também
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Vale lembrar, também, que as empresas de tecnologia como ela são as mais afetadas pela onda vendedora que chegou ao mercado de ações nos últimos meses. Se há poucos anos havia uma euforia e também demanda por empresas do setor na bolsa, o quadro mudou rapidamente.
Infracommerce (IFCM3) buscou solução dentro de casa
A necessidade de capitalização não esperaria o cenário macro ser resolvido, já que a companhia precisa se financiar no curto prazo, o que levou a Infracommerce a buscar uma solução mais barata dentro de casa: era hora de seus próprios sócios colocarem dinheiro no negócio.
De acordo com um gestor que prefere não ser identificado, o gesto em si já representa um voto de confiança na capacidade da empresa, uma vez que a operação é feita num momento em que as ações estão valendo bem menos do que na época da oferta inicial. Porém, a diluição das demais participações pode gerar incômodo.
Essa possibilidade já vinha sendo discutida no mercado, diz ele, mas ainda precisava do aval da Engadin Investments, principal sócia da Infracommerce com uma fatia de 10,4% do negócio. É através desse fundo que a Iguatemi (IGTI3) investe na empresa.
Além dela, a americana Compass Group, a japonesa Transcosmos e a Núcleo Capital também são sócias no negócio e devem garantir o mínimo de R$ 170 milhões desse aumento de capital, afim de não ter suas participações diluídas. Eles também se comprometeram a comprar eventuais sobras.
A Megeve Capital, por sua vez, não é acionista da empresa, mas pretende participar da operação. Sendo assim, o mercado acredita que a Iguatemi (IGTI11) está cedendo seus direitos à Megeve.
As ações da companhia passarão a ser negociadas ex-direitos a partir de 17 de agosto.
"É difícil dizer que uma diluição desse tamanho a um preço ~35% abaixo do preço atual da ação é boa, mas dada a alavancagem muito alta (e seu grande impacto negativo no balanço patrimonial, especialmente com taxas de juros tão altas) esta é provavelmente a melhor maneira de resolver o problema", escreveram os analistas do BTG Pactual em relatório.
Atualmente, o banco tem recomendação de compra para o papel e preço-alvo de R$25 para os próximos 12 meses — um potencial de valorização de impressionante de 222%.
Os números da Infracommerce no segundo semestre
A Infracommerce divulgou seus resultados referentes ao segundo trimestre na noite de quinta-feira (11) e a situação financeira atual pesou sobre o resultado.
O prejuízo líquido da empresa chegou a R$ 61 milhões, alta de 316% na comparação com 2021. Já a receita líquida cresceu 178%, para R$ 220 milhões. Por fim, as vendas feitas na plataforma avançaram 100% e somaram R$ 3 bilhões.
A dívida líquida da Infracommerce fechou o mês de junho num total de R$ 250,5 milhões — um claro alerta da situação financeira da empresa. Somando os R$ 286,7 milhões que a empresa precisa para pagar algumas aquisições no próximo um ano, a dívida líquida sobe para R$ 647,5,4 milhões, segundo cálculos do BTG Pactual.
No pregão de hoje, IFCM3 lidera as maiores perdas da bolsa e caía 19,85% às 11h24, reflexo do balanço e também do anúncio sobre a necessidade de capitalização da empresa.

De acordo com dados compilados pela plataforma Trade Map, das sete recomendações para o papel da empresa, cinco são de compra, um é de manutenção e outro é de venda.
O que diz a Iguatemi (IGTI11)
Em comunicado enviado à CVM, a Iguatemi (IGTI11) informou que está avaliando uma reorganização de sua fatia na Infracommerce (IFCM3), mas sem alteração de sua participação.
A principal ideia é que essa participação seja exercida por meio de veículos exclusivos e domiciliados no Brasil, com resgate das cotas que hoje estão com o fundo Navigator.
Veja também: Nova era do Ethereum em risco? Analistas alertam: não é hora de receber o Ethereum 2.0
“Esta reorganização tem como principal objetivo concentrar os investimentos realizados no âmbito do programa de Corporate Venture Capital em um único veículo”, diz o documento.
A empresa informou, ainda, que não pretende participar do aumento de capital da Infracommerce.
O problema com stock options
Na época, analistas do BTG Pactual calcularam que os acionistas poderiam sofrer uma diluição de até 13% caso o plano fosse aprovado.
Antes disso, já havia um programa vigente antes mesmo do IPO da empresa, em que executivos tinham o direito de comprar ações da companhia por preços que iam de R$ 0,43 a R$ 1,44. Ou seja, muito abaixo dos R$ 16 por ação do IPO, algo que também gerou incômodo.
Hora de comprar: o que faz a ação da Brava Energia (BRAV3) liderar os ganhos do Ibovespa mesmo após prejuízo no 4T24
A empresa resultante da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta reverteu um lucro de R$ 498,3 milhões em perda de R$ 1,028 bilhão entre outubro e dezembro de 2024, mas bancos dizem que o melhor pode estar por vir este ano
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Nova York vai às máximas, Ibovespa acompanha e dólar cai: previsão do Fed dá força para a bolsa lá fora e aqui
O banco central norte-americano manteve os juros inalterados, como amplamente esperado, mas bancou a projeção para o ciclo de afrouxamento monetário mesmo com as tarifas de Trump à espreita
A bolsa da China vai engolir Wall Street? Como a pausa do excepcionalismo dos EUA abre portas para Pequim
Enquanto o S&P 500 entrou em território de correção pela primeira vez desde 2023, o MSCI já avançou 19%, marcando o melhor começo de ano na história do índice chinês
Vivara (VIVA3) brilha na B3 após praticamente dobrar lucro no 4T24 e anunciar expansão de lojas em 2025. É hora de comprar as ações?
Junto ao balanço forte, a Vivara também anunciou a expansão da rede de lojas em 2025, com a previsão de 40 a 50 aberturas de unidades das marcas Vivara e Life
Mercado Livre (MELI34) recebe o selo de compra da XP: anúncios e Mercado Pago são as alavancas de valor
Analistas esperam valorização da ação e indicam que o valuation no curto prazo aponta para um preço 40% abaixo da média histórica de 3 anos
Yduqs nas alturas: YDUQ3 sobe forte e surge entre as maiores altas do Ibovespa. O que fazer com a ação agora?
A empresa do setor de educação conseguiu reverter o prejuízo em lucro no quarto trimestre de 2024, mas existem pontos de alerta nas linhas do balanço
Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?
Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação
Ibovespa acima de 130 mil pela primeira vez em 3 meses: o que dá fôlego para a bolsa subir — e não é Nova York
Além de dados locais, o principal índice da bolsa brasileira recebeu uma forcinha externa; o dólar operou em queda no mercado à vista
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Depois de sofrer um raro ‘apagão’ e cair 20% em 2024, o que esperar de uma das ações preferidas dos ‘tubarões’ da Faria Lima e do Leblon?
Ação da Equatorial (EQTL3) rendeu retorno de cerca de 570% na última década, bem mais que a alta de 195% do Ibovespa no período, mas atravessou um momento difícil no ano passado
Ibovespa tem melhor semana do ano e vai ao nível mais alto em 2025; Magazine Luiza (MGLU3) e Natura (NTCO3) destacam-se em extremos opostos
Boa parte da alta do Ibovespa na semana é atribuída à repercussão de medidas adotadas pela China para impulsionar o consumo interno
Bolsa em disparada: Ibovespa avança 2,64%, dólar cai a R$ 5,7433 e Wall Street se recupera — tudo graças à China
Governo chinês incentiva consumo e uso do cartão de crédito, elevando expectativas por novos estímulos e impulsionando o mercado por aqui
Prio (PRIO3) sobe mais de 7% após balanço do quarto trimestre e fica entre as maiores altas do dia — mas ainda há espaço para mais
Os resultados animaram os investidores: as ações PRIO3 despontaram entre as maiores altas do Ibovespa durante todo o dia. E não são apenas os acionistas que estão vendo os papéis brilharem na bolsa
Frenetic trading days: Com guerra comercial no radar, Ibovespa tenta manter bom momento em dia de vendas no varejo e resultado fiscal
Bolsa vem de alta de mais de 1% na esteira da recuperação da Petrobras, da Vale, da B3 e dos bancos
O que não mata, engorda o bolso: por que você deveria comprar ações de “empresas sobreviventes”
Em um país que conta com pelo menos uma crise a cada dez anos, uma companhia ter muitas décadas de vida significa que ela já passou por tantas dificuldades que não é uma recessãozinha ou uma Selic de 15% que vai matá-la
Nem Trump para o Ibovespa: índice descola de Nova York e sobe 1,43% com a ajuda de “quarteto fantástico”
Na Europa, a maioria da bolsas fechou em baixa depois que o presidente norte-americano disse que pode impor tarifas de 200% sobre bebidas alcoólicas da UE — as fabricantes de vinho e champagne da região recuaram forte nesta quinta-feira (13)
Ação da Casas Bahia (BHIA3) tomba 13% após prejuízo acima do esperado: hora de pular fora do papel?
Bancos e corretoras reconhecem melhorias nas linhas do balanço da varejista, mas enxergam problemas em alguns números e no futuro do segmento
B3 (B3SA3) não precisa de rali da bolsa para se tornar atraente: a hora de investir é agora, diz BTG Pactual
Para os analistas, a operadora da bolsa brasileira é mais do que apenas uma aposta em ações — e chegou o momento ideal para comprar os papéis B3SA3