🔴 PETR4, DIRR3, BBAS3 E OUTRAS 56 EMPRESAS DIVULGAM RESULTADOS DO 1T25 ESTA SEMANA – ACOMPANHE TUDO DA TEMPORADA

Jasmine Olga

Jasmine Olga

É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

ESPECIAL SD

Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) além do dólar. Por que a queda das ações pode representar uma oportunidade de compra — e não só pela proteção cambial

Enquanto muitos investidores encaram os papéis de Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) como ativos completamente correlacionados ao dólar, os analistas apontam que é preciso ter um olhar de mais longo prazo para essas companhias. O futuro pode ser recompensador.

Jasmine Olga
Jasmine Olga
11 de maio de 2022
6:30 - atualizado às 10:55
Rolo de papel numa indústria. Representa as grandes empresas do setor de papel e celulose, como Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3)
Imagem: iStock

Quais características são necessárias para classificar uma companhia como uma boa empresa para se ter na sua carteira de investimentos?

Balanços corporativos consistentes trimestre após trimestre? Um quadro de executivos que passa confiança ao mercado? Retornos satisfatórios nos últimos 15 anos? Investimentos bem-sucedidos para aumentar a capacidade e eficiência das empresas? 

Bom, as produtoras de papel e celulose Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) têm tudo isso no currículo e ainda assim acumulam uma queda muito superior ao do Ibovespa em 2022.

Nem mesmo a celulose alcançando as máximas de curto prazo nos últimos meses teve efeito no preço de tela. 

Enquanto o Ibovespa acumula perdas da ordem de 1,30% no ano, os papéis das duas companhias recuaram cerca de 16% no período. O segredo está em olhar para uma outra variável – a queda  de 8% do dólar, mesmo com a valorização recente.

Atualmente, Suzano e Klabin são duas das empresas com maior exposição à moeda americana na bolsa – especialmente a primeira. 

Leia Também

A receita da venda de celulose é 100% dolarizada, até mesmo a que é vendida no mercado doméstico. Enquanto isso, apenas 20% dos custos acompanham a divisa.

Fazendo uma conta simples, podemos dizer que o real depreciado tem um impacto operacional positivo, enquanto o oposto pressiona o caixa, o resultado operacional e o ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das companhias.  

Dependendo do viés de análise utilizado pelo investidor, a cotação do dólar muitas vezes acaba tendo um impacto mais forte do que o próprio preço da celulose.

Ou seja, com grande exposição ao dólar, os investidores encaram os papéis como defensivos e uma forma de se expor ao câmbio sem realmente comprar algum tipo de moeda estrangeira. 

Comprar com o dólar em alta e vender na queda parece ser o modus operandi de boa parte do mercado para esses papéis, mas eu escutei alguns analistas do mercado que afirmam que é preciso ter um olhar mais amplo na hora de analisar o setor. 

Para esta reportagem especial o Seu Dinheiro entrevistou Marcelo Ornelas, gestor de renda variável da Kínitro Capital, Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, e Daniel Sasson, analista de commodities do Itaú BBA.

O dólar importa ou não?

Comparação entre o desempenho do dólar e as ações da Suzano e da Klabin

É importante lembrar que as empresas trabalham com uma proteção cambial, justamente para impedir que grandes movimentações, como a que vimos até aqui em 2022,  tenham impactos tão profundos no balanço.

Na opinião de Marcelo Ornelas, da Kínitro Capital, o real valor dessas empresas está ancorado no longuíssimo prazo. “Essa flutuação [do dólar] deveria importar pouco”. 

Daniel Sasson, do Itaú BBA, tem um posicionamento parecido. “Como esses papéis são vistos como referência de câmbio, muita gente nem chega no nível de detalhe de analisar custos, receitas e entender o que tá acontecendo. Só tem uma visão de que o real vai apreciar por mais um pouco e não quer ficar exposto a exportadoras.” 

Um bom exemplo disso são os números apresentados no primeiro trimestre do ano – período em que o dólar voltou a operar abaixo do patamar de R$ 5. Os custos operacionais cresceram, mas tanto a Suzano quanto a Klabin animaram os investidores. 

Na visão do banco Inter, os próximos trimestres devem reservar resultados ainda melhores, já que a defasagem do preço da celulose deve diminuir.

A perspectiva de ano eleitoral, com grande tensão doméstica, também deve pressionar o câmbio, deixando as companhias mais visadas por investidores. 

Indo além do dólar

Embora a valorização do câmbio tenha sido o fator mais citado quando questionei o atual patamar das ações de Suzano e Klabin, ele não foi o único. 

O ano passado não foi dos melhores para o setor. O preço da celulose ficou depreciado por um longo período de tempo e a demanda esteve prejudicada com o impacto negativo da capacidade de produção das papeleiras chinesas. 

A inflação que pesa no seu bolso também chegou às grandes empresas, elevando os custos e pressionando as margens –principalmente o aumento do diesel e químicos como a soda cáustica . A alta dos juros promovida pelo Banco Central também teve o seu impacto, principalmente pelas empresas do setor se encontrarem em um forte ciclo de investimentos. 

O prognóstico, no entanto, é positivo. Os analistas acreditam que a alta inflacionária deve se acomodar nos próximos meses. A inauguração de novas fábricas também deve diluir o custo fixo das companhias, melhorando o resultado financeiro. 

Como a abundância de oferta que o mercado esperava com o início do funcionamento de novas plantas em diversos pontos do mundo foi adiada, os reajustes no preço da celulose começaram no último trimestre de 2021. O impacto positivo para Suzano e Klabin só não foi maior justamente pela queda do dólar. 

E a China e a Ucrânia?

A crise chinesa que fez com que o dólar voltasse a subir frente ao real também deve ter outros impactos no setor de papel e celulose – e os estímulos anunciados pelo governo até agora não parecem ser capazes de sustentar a economia por muito tempo. 

“Em outros momentos complicados para a economia chinesa, já vimos o que essas empresas podem fazer. Os fundamentos são muito positivos, apesar da China”, aponta Gabriela Jeubert, analista-chefe do Inter.  

Ao contrário do que ocorre com o setor de mineração, por exemplo, os demais mercados são capazes de absorver a celulose que seria destinada ao gigante asiático. 

Quando o assunto é a guerra na Ucrânia, o impacto no preço da celulose é menor, mas existe uma preocupação com as restrições do embarque marítimo, que afeta a distribuição da matéria-prima.  Assim como os entraves enfrentados na Ásia, os analistas classificam os problemas como temporários.

Papel: a tecnologia do futuro?

Apesar dos riscos de Se até aqui falamos de fatores negativos que geram incerteza, é hora de listar as inúmeras razões que ainda assim fazem com que Klabin e Suzano fiquem entre as favoritas dos analistas. 

As intempéries do curto prazo estão longe de serem suficientes para apagar o otimismo no longo prazo – ou seja, dez anos ou mais. 

Devido às incertezas do curto prazo, alguns analistas acreditam que Klabin e Suzano estão em um bom ponto de entrada para investidores que querem investir esperando resultados mais expressivos no futuro. 

Ao contrário do petróleo e do minério de ferro, que pouco contribuem para um mundo mais sustentável e alinhado com as práticas de sustentabilidade, o setor de papel e celulose surge como uma indústria capaz de usar a tecnologia para aposentar o plástico e outros resíduos menos recicláveis. 

Em um mundo cada vez mais digital, pode soar estranho falar no papel como tecnologia do futuro. De fato, quando falamos de papéis para imprimir e escrever, como sulfite e jornal, a tendência é de queda, mas embalagens, caixas de papelão e soluções personalizadas para outros tipos de consumo seguem crescendo. Na análise de longo prazo, diversos fatores explicam o otimismo dos analistas. Confira alguns deles:

  • Baixa penetração do consumo de papel higiênico nos países emergentes, com grande mercado potencial a ser explorado;
  • Substituição do plástico por alternativas mais sustentáveis em diversos setores, com destaque para a indústria alimentícia;
  • Crescimento do e-commerce e necessidade de novas embalagens;
  • Ampliação do acesso a itens de higiene menstrual, como absorventes;
  • Incentivo ao consumo na China;
  • Envelhecimento da população leva a crescimento da demanda por fraldas geriátricas.

Para dar conta de toda essa demanda será preciso estar preparado, mas essa não parece ser uma preocupação dos analistas consultados pelo Seu Dinheiro. 

“Elas possuem vantagens competitivas difíceis de serem replicadas em outros lugares – clima para plantação, rapidez de chegada ao ponto de corte,  ambiente regulatório estável… A América do sul vai continuar sendo uma fronteira de produtores com margens saudáveis e acima das médias globais” — Daniel Sasson, Itaú BBA

SUZB3 ou KLBN11:  quem é a favorita?

Todos os analistas consultados estão otimistas com o setor de papel e celulose, mas a Klabin  aparece como a grande favorita. De acordo com a plataforma Trademap, 11 instituições mantêm a recomendação de compra para KLNB11 e apenas uma possui recomendação neutra. 

Na visão do banco Inter, a Klabin sai na frente não só por ser uma empresa com um portfólio de produtos mais rico – com celulose de fibra curta, fibra longa e fluff –, mas também por seu posicionamento geográfico muito bem distribuído e capacidade de seguir eficiente mesmo em meio a um ciclo mais negativo de celulose. 

O Itaú BBA mantém recomendação de compra para as duas companhias, com um preço-alvo de R$ 28 para Klabin e R$ 75 para Suzano, com potencial de alta de 33% e 52%, respectivamente.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
RESULTADO

BTG Pactual (BPAC11) atinge novo lucro recorde no 1T25 e faz rivais comerem poeira na briga por rentabilidade

12 de maio de 2025 - 5:55

Lucro recorde, crescimento sólido e rentabilidade em alta: os números do trimestre superam as previsões e reafirmam a força do banco de investimentos

MENOS TRETA COM O LEÃO

Haddad quer que você dispense o contador? Esta ferramenta é uma aposta do governo e da B3 para atrair mais investidores para a bolsa

9 de maio de 2025 - 13:00

ReVar, calculadora do imposto de renda para a renda variável, ganha lançamento oficial e deve diminuir custo de investir na bolsa

QUEDA LIVRE

Ações da Gol (GOLL4) derretem mais de 30% na B3 após aérea propor aumento de capital bilionário

9 de maio de 2025 - 11:34

A aérea anunciou nesta manhã que um novo aumento de capital entre R$ 5,32 bilhões e R$ 19,25 bilhões foi aprovado pelo conselho de administração.

O OTIMISMO CAUTELOSO DO BANCO

“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?

9 de maio de 2025 - 11:06

Para Milton Maluhy Filho,após o resultado trimestral forte, a expressão da vez é um otimismo cauteloso, especialmente diante de um cenário macroeconômico mais apertado, com juros nas alturas e desaceleração da economia em vista

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump

9 de maio de 2025 - 8:14

Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza

BALANÇO NAS ALTURAS

Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25

8 de maio de 2025 - 18:51

Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques

VOANDO LEVE

Último credor da Gol (GOLL4) aceita acordo e recuperação judicial nos EUA se aproxima do fim

8 de maio de 2025 - 12:17

Companhia aérea afirma que conseguirá uma redução significativa de seu endividamento com o plano que será apresentado

COM PÉ DIREITO

Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?

8 de maio de 2025 - 11:35

Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump

8 de maio de 2025 - 8:30

Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial

ALTAS EXPECTATIVAS

Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão 

8 de maio de 2025 - 7:04

O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas

FII DO MÊS

Fundo imobiliário campeão perde espaço e oito FIIs ficam entre os favoritos para investir em maio; confira o ranking

8 de maio de 2025 - 6:08

A saída de um gigante de shoppings abriu uma oportunidade única para os investidores: os dez bancos e corretoras procurados pelo Seu Dinheiro indicaram cinco fundos de tijolo e três FIIs de papéis neste mês

TAG SUMMIT 2025

Duas ações para os próximos 25 anos: gestores apostam nestes papéis para sobreviver ao caos — e defendem investimentos em commodities

7 de maio de 2025 - 19:48

No TAG Summit 2025 desta quarta-feira (7), os gestores destacaram que a bolsa brasileira deve continuar barata e explicaram os motivos para as commodities valerem a pena mesmo em meio à guerra comercial de Trump

RESULTADO DO BANCÃO

Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões

7 de maio de 2025 - 18:49

Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques

LUCRO E DIVIDENDOS

Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos

7 de maio de 2025 - 14:00

Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo

REJEIÇÃO À OPA

Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok

7 de maio de 2025 - 12:25

Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA

COM PRESSÃO ALTA

Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda? 

7 de maio de 2025 - 12:05

Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços

7 de maio de 2025 - 8:16

Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed

GUIA DE TURISMO ASTRONÔMICO

Como ver a Aurora Boreal? Especialistas detalham a viagem ideal para conferir o fenômeno

7 de maio de 2025 - 8:02

Para avistar as luzes coloridas no céu, é preciso estar no lugar certo, na hora certa — e contar com a sorte também

BALANÇO DAS VAREJISTAS 1T25

Magalu (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) devem ter resultados “decentes”, enquanto Mercado Livre (MELI34) brilhará (de novo)  

7 de maio de 2025 - 7:00

O balanço das varejistas nacionais no 1T25 pode trazer um fio de esperança para Magazine Luiza e Casas Bahia, que têm sofrido nos últimos trimestres

CAUTELA É A RESPOSTA

Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, explica por que o Copom não vai antecipar seus próximos passos na reunião de hoje

7 de maio de 2025 - 6:05

O executivo, que hoje é chairman da JiveMauá, acredita em um aumento de meio ponto percentual nesta reunião do Copom, sem nenhuma sinalização no comunicado

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar