Site icon Seu Dinheiro

Turbulência pré-Copom deixa Ibovespa com enjoo, mas dólar cai mais de 2% com atuação do BC

Barco a vela navegando em um mar turbulento, com onda gigante

Dizem por aí que mar calmo não faz bom marinheiro. Pode até ser verdade, mas pouco se comenta sobre o inevitável enjoo marítimo que acompanha as águas turbulentas. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nas últimas semanas, o que era calmaria virou tempestade e deixou o barco do Ibovespa muito próximo de uma virada – a valorização de 15% no ano já era e agora o principal índice da bolsa se segura no campo positivo por meros 1,63% de alta. 

Não é à toa que eventos importantes como a Super Quarta geram tanta expectativa e apreensão. Se por um lado existe consenso sobre as decisões de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos, por outro há grande incerteza com relação aos próximos passos dos BCs. 

Em Wall Street, os principais índices não conseguiram navegar pelo cenário de forma tranquila e só definiram uma direção definitiva ao final do pregão. O Ibovespa espelhou esse movimento. Ao longo de todo dia, o principal índice da bolsa cruzou muitas vezes a linha que divide os ganhos das perdas, mas encerrou o dia em queda de 0,10%, aos 106.528 pontos. 

O câmbio, no entanto, contou com um remédio para evitar as dores. Logo pela manhã, o Banco Central voltou a injetar dólares na economia, em um leilão de US$ 1 bilhão. Aliado ao movimento de desvalorização da moeda americana em escala global, o dólar à vista fechou o dia em queda de 2,15%, a R$ 4,9635.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em compasso de espera

Para o mercado financeiro, o cenário-base para a Super Quarta já está definido há tempos. Nos Estados Unidos, os investidores esperam uma alta de 50 pontos-base e apostam que o Fed indique em qual ritmo a taxa de juros deve se elevar nos próximos meses. 

No Brasil, a expectativa é de uma alta de 1 ponto percentual, mas ao contrário do que foi comunicado na última reunião do Copom, a elevação da taxa Selic não deve se encerrar em 12,75% ao ano. 

Na véspera da grande decisão, os juros futuros também tiveram um dia volátil – primeiro, tendência de alta. Depois, uma proximidade do nível de estabilidade:

CÓDIGONOMETAXAFEC 
DI1F23DI jan/2313,11%13,08%
DI1F25DI Jan/2512,19%12,15%
DI1F26DI Jan/2612,04%12,00%
DI1F27DI Jan/2712,04%11,98%

Temporada de balanços

A temporada de balanços está agitada. O principal destaque do dia ficou com a repercussão do balanço divulgado pela Localiza (RENT3), que respingou também nas ações da Unidas (LCAM3). 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De forma geral, o mercado digeriu de forma positiva os números – apesar da queda da receita líquida a R$ 2,7 bilhões. A recuperação das margens, principalmente no segmento de aluguel de carros (rent-a-car) garantiram um lucro líquido e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) surpreendentes. Confira os números de destaque do balanço:

Sobe e desce do Ibovespa

O dia foi de recuperação para muitas das empresas que sofreram nos últimos dias, com destaque para o setor de mineração e a novata do Ibovespa, SLC Agrícola. Confira as maiores altas do dia na bolsa:

CÓDIGONOMEVALORVAR
GETT11Getnet unitsR$ 3,698,53%
SLCE3SLC Agrícola ONR$ 54,536,69%
CSNA3CSN ONR$ 20,924,44%
AZUL4Azul PNR$ 21,284,36%
CMIN3CSN Mineração ONR$ 5,044,13%

A perspectiva da elevação dos juros amanhã pesou mais uma vez sobre as ações de consumo e tecnologia. Confira também as maiores quedas do índice:

CÓDIGONOMEVALORVAR
JHSF3JHSF ONR$ 6,49-5,81%
MGLU3Magazine Luiza ONR$ 4,60-4,17%
CMIG4Cemig PNR$ 10,40-3,44%
CASH3Méliuz ONR$ 1,77-3,28%
CVCB3CVC ONR$ 12,47-2,88%
Exit mobile version