Esquenta dos mercados: Como a decisão do Fed, balanços e indicadores podem transformar esta em uma das semanas mais importantes do ano para as bolsas pelo mundo? Entenda
A decisão de juro do BC americano é o evento mais importante da semana, mas está longe de ser o único a gerar pressão nos índices

Julho entra em sua última semana naquela que tem tudo para ser a mais importante do mês para os mercados financeiros e bolsas de todo o mundo. E certamente uma das mais importantes do ano.
Enquanto a temporada de balanços começa a engrenar na B3, a safra de resultados corporativos pega fogo com as divulgações de gigantes como a Coca-Cola e de algumas das maiores empresas do mundo na atualidade. A saber, as big techs Apple, Microsoft, Alphabet (dona do Google) e Meta (controladora do Facebook).
A agenda de indicadores também não deixa a desejar. O resultado do PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre que o diga — afinal, o número pode corroborar com a tese de recessão técnica da economia norte-americana e dar sequência a um novo panorama mundial.
E mesmo com tudo isso, todos os olhos do mercado estão voltados para Washington. Mais precisamente para a sede do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Aquecendo os motores: as bolsas hoje
O fato de as bolsas de valores virem de uma semana positiva aumenta a importância desse alinhamento de astros nas telas dos terminais dos operadores.
Apesar de uma escorregadinha na sexta-feira, o Ibovespa encerrou a semana passada em alta de 2,46%. A semana também foi positiva em Wall Street.
Leia Também
Hoje, as bolsas de valores da Europa oscilam entre leves altas e leves baixas. Em Nova York, os índices futuros das principais bolsas norte-americanas também andam de lado na manhã de hoje.
No fechamento da sessão, as bolsas e índices da Ásia e do Pacífico registraram perdas, seguindo a baixa registrada no pregão da última sexta-feira, à espera dos dados da semana.
Uma recessão global é inevitável?
Tudo isso em um momento no qual analistas consideram cada vez maior — alguns dizem ser praticamente inevitável — o risco de a desaceleração econômica em andamento transformar-se em uma recessão global.
Neste cenário, a atenção se volta principalmente para os bancos centrais. Principalmente os bancos centrais realmente centrais — isto é, das maiores economias do mundo —, como o Fed e o BCE.
Na semana passada, o Banco Central Europeu surpreendeu a seu modo os mercados financeiros ao iniciar seu ciclo de aperto monetário com uma alta de juro maior que a esperada.
O que esperar do Fed — e das bolsas
Na quarta-feira da semana que começa hoje será a vez de o Fed definir o próximo passo de seu aperto monetário.
A expectativa entre os analistas é de que o Fed eleve o juro em 75 pontos-base, repetindo o movimento de junho, quando a autoridade monetária norte-americana implementou a maior alta de juro em quase três décadas.
Depois de ter dormido no ponto, acreditando que a alta da inflação fosse transitória, o Fed iniciou nos últimos meses um agressivo ciclo de aperto monetário.
Consequentemente, os temores de que a alta de juros em algum momento transforme a desaceleração econômica em recessão tem pesado sobre os mercados financeiros.
Com a palavra, os especialistas
“Não haverá novas projeções econômicas nesta reunião, então todo o foco será em como o Fed nos guiará em um mundo onde ninguém mais acreditar deve realmente acreditar na orientação do banco central, já que ele se provou pouco confiável no ano passado”, disse Jim Reid, estrategista do Deutsche Bank.
“Obviamente, um aumento de 75 pontos base está no bolo para a próxima semana”, disse Leo Grohowski, diretor de investimentos do BNY Mellon Wealth Management.
“Acho que a questão é o que acontece em setembro. Se o Fed continuar aumentando os juros por muito tempo, precisaremos aumentar nossa probabilidade de recessão, que atualmente é de 60% nos próximos 12 meses.”
E o PIB dos EUA?
O resultado do produto interno bruto dos Estados Unidos está previsto para a quinta-feira.
Os economistas observam com atenção a leitura do PIB norte-americano.
No primeiro trimestre, a economia dos EUA recuou 1,6%. Segundo a agência de notícias Dow Jones, a mediana das estimativas aponta para uma alta de 0,3% no segundo trimestre.
Se as projeções decepcionarem para baixo, porém, os EUA acumularão dois trimestre de baixa, o que já configuraria um quadro de recessão técnica.
“Há uma chance meio a meio de que o relatório do PIB seja negativo”, disse Grohowski.
Mas o PIB não é o único indicador da economia norte-americana previsto para a semana. Os dados de gastos de consumo pessoal, sabor preferido dos números de inflação apreciados pelo Fed, saem na manhã de sexta-feira.
Temporada de balanços
A temporada de balanços nos Estados Unidos tem surpreendido o mercado. Foi ela que impulsionou a recente recuperação das bolsas, colocando em segundo plano os riscos de uma recessão.
A semana que começa hoje tem o potencial de repercutir ainda mais, uma vez que serão conhecidos os resultados de algumas das maiores empresas do mundo.
Brasil: se segura, Ibovespa!
Por aqui, o índice brasileiro tenta emplacar mais uma semana positiva, mas encontra terreno difícil pela frente.
A começar pela grande expectativa com os dados inflacionários, divulgados na próxima terça-feira, juntamente com a temporada de balanços da semana.
O prato cheio para o Ibovespa está nos resultados de empresas com grande peso no índice: na quinta-feira, Petrobrás e Vale publicam seu desempenho no trimestre.
Em meio ao cenário já pouco favorável, às disputas políticas ficam em segundo plano a menos de 70 dias das eleições para presidência da República.
Corrida presidencial
No campo político nacional, o noticiário deve seguir morno até que os partidos terminem de homologar seus candidatos e o Congresso volte do recesso.
Ontem, o PL oficializou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT) tiveram suas candidaturas oficializados por seus respectivos partidos.
Com o início oficial da campanha marcado para 16 de agosto, as atenções se voltam para as pesquisas de intenção de voto e para a convenção nacional do MDB em meio a incertezas sobre o futuro da candidatura de Simone Tebet.
Agenda semanal
Segunda-feira (25)
- FGV: Sondagem do consumidor de julho (8h)
- Banco Central: Boletim Focus semanal (8h25)
- Banco Central: Conta corrente de março (9h30)
- Banco Central: Investimento direto no país em março (9h30)
- Estados Unidos: Índice de atividade nacional em junho (9h30)
- Secex: Balança comercial semanal (15h)
Terça-feira (26)
- IBGE: IPCA de julho (9h)
- Estados Unidos: FMI publica relatório Perspectiva Econômica Mundial (10h)
Quarta-feira (27)
- FGV: Sondagem da indústria de julho (8h)
- Estados Unidos: Encomenda de bens duráveis e estoques do atacado (9h30)
- Tesouro Nacional: Relatório mensal da dívida em junho (14h30)
- Estados Unidos: Fed anuncia decisão de juros (15h)
- Estados Unidos: Coletiva de imprensa de Jerome Powell (15h30)
Quinta-feira (28)
- FGV: IGP-M de julho (8h)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE no trimestre (9h30)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, presidirá uma reunião do Conselho de Supervisão de Estabilidade Financeira (12h20)
Sexta-feira (29)
- IBGE: PNAD Contínua de junho (9h)
- Banco Central: Setor Público de maio (9h30)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE mensal e anual (9h30)
Balanços da semana
Segunda-feira (25)
Após o fechamento:
- Whirlpool (EUA)
Terça-feira (26)
Antes da abertura:
- Coca-Cola (EUA)
- General Motors (EUA)
- McDonald’s (EUA)
- Unilever (Reino Unido)
Após o fechamento:
- Carrefour (Brasil)
- Neoenergia (Brasil)
- Alphabet (EUA)
- Microsoft (EUA)
Sem horário específico:
- 3M (EUA)
- Visa (EUA)
Quarta-feira (27)
Antes da abertura:
- Klabin (Brasil)
- Credit Suisse (Brasil)
Após o fechamento:
- Meta Platforms (EUA)
- Boeing (EUA)
- Ford (EUA)
- EDP Brasil (Brasil)
- GPA (Brasil)
- Suzano (Brasil)
Quinta-feira (28)
Antes da abertura:
- Inbev (Bélgica)
- Ambev (Brasil)
- Embraer (Brasil)
- Gol (Brasil)
- Santander Brasil (Brasil)
- Mastercard (EUA)
- Pfizer (EUA)
Após o fechamento:
- Hypera (Brasil)
- Petrobras (Brasil)
- Vale (Brasil)
- Amazon (EUA)
- Apple (EUA)
Sexta-feira (29)
Antes da abertura:
- Usiminas (Brasil)
- Chevron (EUA)
- ExxonMobil (EUA)
- AstraZeneca (EUA)
Após o fechamento:
- BNP Paribas.
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje