Desce mais uma? Volume de vendas é surpresa positiva do balanço da Ambev; custos pressionam resultado
Entre as principais pressões para a Ambev estão a alta nos preços das commodities e os custos com distribuição
Uma cervejinha para curar a ressaca? Certamente não faz bem para a saúde física. Mas para a saúde financeira da Ambev (ABEV3), um tratamento nessa linha funciona que é uma beleza.
A multinacional brasileira divulgou hoje o balanço referente ao segundo trimestre confirmando o impacto positivo da volta do happy hour.
O volume de vendas de cerveja é um dos destaques do balanço. A Ambev reportou alta de 6,1% na comparação com o segundo trimestre do ano passado.
As vendas foram impulsionadas pelo retorno dos consumidores aos bares e restaurantes, especialmente no Brasil.
A dúvida dos analistas refere-se à sustentabilidade desse movimento.
Morgan Stanley vê recuperação de ABEV3 hoje, mas mantém recomendação de venda
Em relatório, o Morgan Stanley aponta que não houve mudanças no guidance da companhia, observa o Ebitda em linha com o consenso e espera uma reação positiva das ações da Ambev no pregão de hoje.
Leia Também
Para os analistas do Morgan Stanley, o desempenho da venda de cervejas no Brasil surpreende todo o mercado e é a surpresa positiva dos resultados do segundo trimestre e "ressalta a forte execução comercial da empresa".
Por outro lado, o banco reforça suas preocupações futuras com o desempenho da divisão da América Latina do Sul.
Há dúvida a respeito da sustentabilidade desses resultados, especialmente por conta do mercado argentino, que hoje sofre com dificuldades econômicas e alta da inflação.
Atualmente, o Morgan Stanley mantém recomendação de venda para ABEV3, com preço-alvo de R$ 11,50, o que implica uma desvalorização de 23,2% se considerado o valor de R$ 14,98 no fechamento de quarta-feira (27).
A participação de mercado da Ambev
Nos cálculos do Morgan Stanley, que incluem dados do balanço reportado mais cedo e também da produção de cervejas no Brasil indicada pelo IBGE, é provável que a Ambev tenha conquistado maior participação no mercado entre os meses de abril e junho.
Sua principal concorrente no Brasil, a Heineken, deve apresentar seus resultados mais recentes na próxima semana, permitindo uma leitura melhor do cenário.
Em relatório publicado neste mês, os analistas do JP Morgan já haviam citado uma análise de concorrência entre as duas fabricantes de cerveja.
Apesar de avaliar que a cervejaria holandesa possui um forte valor de marca e boa capacidade de produção, a preferência é da Ambev por sua capacidade de inovação e apelo junto ao público.
"A Ambev está bem posicionada para competir no mercado, com um rápido crescimento das marcas Brahma e Spaten, que apresentam bom desempenho", diz o relatório.
Assim, o JP Morgan conclui que a ameaça da concorrência é cada vez mais algo secundário para a tese de investimentos da cervejaria, destacando o portfólio diversificado e o foco em inovação da companhia.
Alta das commodities pressiona custos da Ambev
Entre as principais pressões para a Ambev durante o segundo trimestre do ano estão a alta nos preços das commodities, os custos maiores com distribuição e ainda as despesas com vendas e marketing, aponta o relatório do Morgan Stanley.
O Bank of America (BofA) também elogia o volume de vendas da cervejaria, mas traz ressalvas a respeito dos custos que a companhia tem e que pressionam as margens, aspecto que pode decepcionar alguns investidores.
Outra observação da equipe do BofA diz respeito ao avanço da Ambev no mercado, bastante beneficiada pela venda direta ao consumidor. Na avaliação do banco, o ganho de mercado pode ter relação com os recentes ajustes de preço feitos pela Heineken, que aumentou mais os valores de suas bebidas na comparação com a concorrente brasileira.
Atualmente, o BofA mantém recomendação neutra para os papéis da Ambev, com preço-alvo de R$ 18 — potencial de alta de 20,1% considerando o fechamento anterior de R$ 14,98.
Credit Suisse avalia resultado como 'excelente'
Em relatório, o Credit Suisse relembra como a Ambev foi capaz de apresentar resultados impressionantes mesmo diante de uma dinâmica de consumo mais fraca em outros momentos, uma resiliência demonstrada também no segundo trimestre deste ano.
Os analistas elogiaram a execução de vendas da companhia e o ganho de participação no mercado, apontando que os números também foram afetados pela pressão dos custos.
Esforços de inovação
Já a XP destaca a plataforma BEES — voltada para o público B2B — observando que mais de 85% dos clientes da Ambev já estão integrados à ela. Dessa forma, as vantagens de um processo de venda totalmente digitalizado estão se tornando mais aparentes nos resultados da companhia.
"A recente parceria com o GPA (PCAR3) adicionará mais um lote de SKUs que estarão disponíveis para todos os clientes, o que confirma que a AmBev está à frente do jogo em vendas digitais de bebidas", escreveram os analistas.
Veja também: Esta ação pode quase dobrar seu patrimônio, está barata e já subiu 17.000% em anos
Eles citam ainda como os bares e restaurantes conseguem ter um atendimento mais personalizado por meio da plataforma, que inclui sugestões de portfólio e boas práticas de vendas. Atualmente, o sistema de gestão desses estabelecimentos, principalmente de estoque, é feito dentro da BEES, o que garante mais previsibilidade para os dois lados.
"Com o ambiente macro ainda desafiador, vemos o 2T22 da Ambev como chave para uma mudança positiva nas percepções de curto/médio prazo, já que os preços das commodities estão com tendência de queda e devem descomprimir as margens sequencialmente, permitindo uma recuperação já esperada, a qual acreditamos que possa ser acelerada pelo BEES", dizem os analistas da XP, reiterando a recomendação de compra dos papéis e o preço-alvo de R$ 18,80 para o fim deste ano — potencial de valorização de 25,5%.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
