Ibovespa se firma em alta e retoma os 110 mil pontos em dia de cautela com expectativa em relação ao Fed, na contramão de NY
Dia é bastante negativo em Wall Street e especialmente na Europa, com temor de invasão da Rússia à Ucrânia e reunião do Fed na quarta-feira
Depois de começar o dia no vermelho, a bolsa brasileira conseguiu virar o sinal e se firmar em alta, em mais um dia supernegativo em Nova York.
Perto das 17h20, o Ibovespa subia 1,95%, aos 110.041 pontos, na máxima do dia, enquanto as bolsas americanas caem desde a abertura. O Dow Jones inverteu o sinal e avançava 0,35%, o S&P 500 tinha baixa de 0,34%, e o Nasdaq perdia 0,98%, mas mais cedo os índices de Nova York chegaram a cair mais de 2%.
A manhã foi de volatilidade para o principal índice da B3, que alternou altas e baixas, tentando recuperar parte das perdas de ontem, quando caiu quase 1%.
No começo do pregão, as ações da Vale seguravam o índice, mas agora são os bancos e a Petrobras que sustentam a alta. Boa parte desse movimento segue o ritmo da semana passada, com entrada de recursos estrangeiros alocados em papéis considerados baratos, do ponto de vista do investidor global.
O dólar à vista, por sua vez, continuou sua trajetória de alta na abertura, mas logo virou para queda, e fechou o dia em recuo de 1,24%, a R$ 5,435.
Os investidores continuam cautelosos hoje, de olho na reunião de política monetária do Federal Reserve, o banco central americano, a ser realizada na próxima quarta-feira (26).
O mercado espera que o Fed sinalize uma alta de juros para a reunião de março e indique os próximos passos do tapering, a retirada de estímulos monetários da economia. Mas os investidores também temem surpresas negativas, como um discurso ainda mais duro da autoridade monetária contra a inflação.
Também permanece no radar a crise entre Ucrânia e Rússia. Ontem, os mercados reagiram muito mal a notícias que indicavam a escalada das tensões na fronteira entre os dois países, especialmente na Europa.
Apenas depois que o presidente americano, Joe Biden, indicou que a crise pode ter uma saída diplomática é que os mercados viram algum alívio.
Hoje, as bolsas europeias tiveram um dia de recuperação parcial, depois de terem desabado ontem. O índice pan-europeu Stoxx 600, que reúne as principais empresas do continente, recuou quase 4% na segunda-feira, mas hoje fechou em alta de 0,71%. Os índices europeus chegaram a balançar com a abertura negativa em Wall Street, mas se recuperaram, e fecharam majoritariamente em alta.
Por aqui, os juros futuros operam mistos, depois de terem começado o dia em alta. Veja como está o desempenho dos principais vencimentos:
- Janeiro/23: alta de 0,13%, para 11,835%;
- Janeiro/25: queda de 0,36%, para 11,055%;
- Janeiro/27: queda de 0,49%, para 11,165%
Federal Reserve
Nesta quarta-feira (26), o Federal Reserve, o Banco Central americano, decide os próximos passos da sua política monetária. A expectativa dos mercados é de que o Fed mantenha os juros inalterados, sinalize a primeira alta das taxas para a reunião de março e indique a próxima etapa do tapering, o processo de retirada de estímulos da economia.
O temor é de que venha por aí alguma surpresa, no sentido de que a alta de juros ou a retirada de estímulos possam ser mais intensas ou mais rápidas do que o atualmente esperado.
De acordo com as projeções de especialistas ouvidos pelo Yahoo! Finance, o Fed deve elevar os juros mais duas ou três vezes ainda neste ano, fazendo a taxa atingir o 1% até o final de 2022.
Mas de acordo com um relatório do Goldman Sachs, para que o BC americano consiga controlar a inflação, os juros devem subir até cinco vezes ainda neste ano.
Risco fiscal segue no radar
Os mercados domésticos continuam de olho no risco fiscal, após a sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro e com a proposta do governo de cortar impostos federais para reduzir os preços dos combustíveis.
O Orçamento deste ano destina cifras bilionárias para o parlamento, enquanto reduziu o nível de investimentos. Além disso, manteve R$ 1,7 bilhão para reajustes de servidores públicos federais, que o Bolsonaro já havia se comprometido a destinar à classe policial, gerando insatisfação em outras categorias.
Também causa desconforto ao mercado a chamada PEC dos Combustíveis, Proposta de Emenda à Constituição que zera os impostos federais PIS/Cofins dos combustíveis, podendo estender a isenção à energia elétrica.
De acordo com um relatório da XP, o governo central pode perder até R$ 240 bilhões com a aprovação da chamada PEC dos Combustíveis — e o impacto no preço da gasolina será de apenas R$ 0,20, no melhor dos cenários.
Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta
Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos
Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23
O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed
Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB
As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional
Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17
O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.
Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo
Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Leia Também
-
A bolsa está valendo menos? Por que esse bancão cortou o preço-alvo das ações da B3 (B3SA3) — e você deveria estar de olho nisso
-
Bolsa hoje: Nova York e Petrobras (PETR4) contaminam Ibovespa, que fecha próximo da estabilidade; dólar tem leve alta a R$ 5,25
-
Por essa nem Putin esperava: a previsão que coloca a Rússia à frente da maior economia do mundo