Com noticiário pesado e baixa liquidez, Ibovespa apaga ganhos da manhã e opera em queda firme; dólar sobe mais de 1%
O cenário doméstico permanece atento ao risco fiscal e ao avanço da covid-19 no mundo, em especial da variante ômicron
Inícios de novos ciclos são sempre uma oportunidade para tentar melhorar ou corrigir as coisas que não deram certo no ano anterior. Com eleições, juros altos e um cenário macroeconômico desafiador, a bolsa brasileira não deve ter vida fácil, e até tentou começar o primeiro pregão do ano com alguma animação, mas o clima no exterior não deixou que a alta se firmasse e o Ibovespa vem renovando mínimas na última hora.
Durante a madrugada, o minério de ferro subiu mais de 1% e o petróleo mostrava um viés de alta animando os papéis das petrolíferas brasileiras. Mas nos últimos minutos, a cotação da commodity perdeu força e virou para o negativo, levando o Ibovespa a devolver os ganhos vistos mais cedo.
Mas essa não é a única notícia negativa que mexe com os mercados. Em dia de liquidez reduzida, com feriado na China e no Reino Unido, pressões internas se somam à desaceleração do mercado internacional, principalmente após dados abaixo do esperado nos Estados Unidos
A variante ômicron volta a atrapalhar a circulação de pessoas em escala global e o dólar forte, aliado às projeções mais elevadas para a inflação, pressionam a curva de juros brasileira.
Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, aponta que os bancos, que vinham tendo um bom desempenho nos primeiros momentos do pregão, reduziram a queda e até mesmo passaram para o campo negativo. A perspectiva de elevação de juros prejudica também os setores varejistas e o de construção.
Com isso, o Ibovespa, que abriu o dia em forte alta, agora opera no vermelho. Por volta das 16h, o principal índice da bolsa recuava 0,42%, aos 104.373 pontos. O dólar à vista avança 1,55%, a R$ 5,6991. Confira também o comportamento dos principais contratos de DI:
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| CÓDIGO | NOME | VALOR | ABERTURA |
| DI1F23 | DI jan/23 | 11,87% | 11,78% |
| DI1F25 | DI Jan/25 | 10,83% | 10,60% |
| DI1F26 | DI Jan/26 | 10,73% | 10,51% |
| DI1F27 | DI Jan/27 | 10,80% | 10,57% |
Fiscal no radar
No panorama doméstico, o cenário fiscal segue sendo a grande estrela. A medida que prorroga por dois anos a desoneração da folha de pagamento para 17 setores econômicos, considerados os que mais geram vagas de empregos no País, foi prorrogado até o fim de 2023.
O alívio tributário está em vigor desde 2011 e beneficia as empresas ao diminuir encargos trabalhistas. Pela desoneração da folha, as empresas beneficiadas recolhem alíquotas de 1% a 4,5% sobre o faturamento, em vez de 20% sobre a folha de salários.
A sanção ficou travada porque a equipe econômica cobrou a exigência de compensação, com aumento de outros impostos, pela redução da tributação para as empresas desses setores. A compensação está prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e o Orçamento de 2022 foi aprovado sem levar em conta o impacto da desoneração.
Apesar do impasse, o governo informou ontem que fez uma consulta ao Tribunal de Contas da União (TCU) e que o órgão orientou que não há necessidade de nova medida compensatória.
O texto da lei prevê o aumento apenas da alíquota de Cofins-Importação durante a vigência da medida, em um ponto porcentual, o que não é suficiente para compensar toda a renúncia fiscal. A justificativa é que "se trata de prorrogação de benefício fiscal já existente" e que a medida havia sido considerada no Relatório de Estimativa de Receita do Projeto de Lei Orçamentária de 2022, feito pelo Congresso.
Por outro lado, foi preciso editar uma medida provisória para revogar a necessidade de a União compensar o valor da desoneração para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) por transferência orçamentária, o que, segundo texto, acabava "fazendo que a mesma despesa fosse computada duas vezes dentro do Orçamento". As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Boletim médico
Além de permanecerem atentos aos surtos de covid-19 e gripe que atingem diversas cidades brasileiras, os investidores permanecem atentos a quaisquer notícias sobre a saúde do presidente da República, Jair Bolsonaro. Na madrugada desta segunda, Bolsonaro deu entrada no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com dores abdominais.
Em sua conta no twitter, o presidente da república afirmou que fará uma série de exames pela manhã para avaliar a necessidade de uma nova cirurgia.
Agora é oficial
O cenário doméstico inicia 2022 de olho no futuro. As eleições presidenciais em outubro são o grande norte dos debates políticos — o que afeta diretamente o sentimento do investidor.
Enquanto Bolsonaro pretende estimular sua base de apoio com o reajuste para policiais federais, outros setores do funcionalismo se sentiram deixados de lado pela medida e não descartam uma greve geral a partir de fevereiro. O principal adversário político permanece sendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o mercado aguarda que uma terceira opção se firme como alternativa possível.
O clima de incerteza deve piorar com o avanço da pandemia, o tapering nos EUA e a elevação de juros em todo o mundo.
Emprego nos EUA
Analistas afirmam esperar que o mercado de trabalho dos EUA se fortaleça nos próximos meses, apesar do aumento nos casos de covid-19 devido à variante ômicron.
O último relatório de emprego, o payroll, que deve ser divulgado na sexta-feira (07), deve mostrar a criação de 405 mil vagas em dezembro e a taxa de desemprego deve cair para 4,1%, de acordo com economistas consultados pelo The Wall Street Journal.
A força do mercado de trabalho, junto com a inflação em rápido aumento, será a chave para os debates envolvendo a política econômica do Federal Reserve, o BC americano, sobre quando e quanto aumentar as taxas de juros de curto prazo.
Trabalhadores nos Estados Unidos estão deixando seus empregos em taxas recordes, trocando funções por melhores condições de trabalho e salários.
Os funcionários pediram demissão de 4,2 milhões de empregos em outubro, pouco antes do recorde de setembro, de 4,4 milhões de demissões. Isso deixou os empregadores com dificuldades para encontrar e reter pessoal.
Uma pesquisa de dezembro com executivos do Federal Reserve de Dallas descobriu que o fator mais comumente citado que restringe as receitas das empresas é a falta de trabalhadores devido à dificuldade de contratação, absenteísmo e infecções ou quarentenas por Covid-19. Cerca de 45,8% dos entrevistados citaram a falta de pessoal como a principal restrição às vendas, ante 21,4% em julho de 2020. As informações são do Estadão Conteúdo.
Sobe e desce do Ibovespa
Os bancos sobem forte em recuperação ao movimento visto na última semana do ano. O temor era de que a desoneração da folha de pagamentos anunciada pelo governo federal levasse a um aumento do Imposto sobre operações financeiras (IOF), mas o governo conseguiu aprovar a medida sem que fosse preciso alterações nas práticas vigentes. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| BIDI4 | Banco Inter PN | R$ 10,03 | 5,14% |
| BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 29,95 | 4,83% |
| BBDC3 | Bradesco ON | R$ 16,71 | 3,21% |
| ITUB4 | Itaú Unibanco PN | R$ 21,58 | 3,08% |
| BBDC4 | Bradesco PN | R$ 19,73 | 2,71% |
Confira também as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 6,88 | -4,71% |
| CASH3 | Meliuz ON | R$ 3,11 | -4,01% |
| AMER3 | Americanas S.A | R$ 30,60 | -3,10% |
| VIIA3 | Via ON | R$ 5,09 | -3,05% |
| ALPA4 | Alpargatas PN | R$ 35,77 | -3,01% |
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