Escudo contra a inflação: conheça algumas estratégias que podem proteger sua carteira
Analista Ruy Hungria faz recomendações de como diversificar seus investimentos e preservar o seu poder de compra
O aumento da inflação tem afetado profundamente o consumo do brasileiro. Componentes de nossas contas mensais, como aluguel, combustíveis, alimentos e energia seguem puxando mais do bolso.
Para se proteger da instabilidade econômica, o analista da Empiricus Ruy Hungria faz algumas recomendações de investimentos.
Renda Fixa
Para o segmento da renda fixa, o mais indicado por Ruy Hungria, seguindo recomendações do especialista da casa de análise, Luiz Rogé, é investir em títulos indexados a algum medidor de alta de preço, seja IPCA ou IGP-M. O mais procurado tem sido o Tesouro IPCA+, com alternativas de recebimento de juros semestrais.
A relevância do título indexado frente ao pré-fixado é que na primeira opção você tem a garantia de que terá um rendimento ajustado de acordo com a inflação, sem perder para ela.
No tesouro pré-fixado, você tem uma taxa determinada de rendimento, que pode parecer interessante no momento atual, mas talvez até o vencimento do título, seja superada pela inflação o investidor deixe de ganhar dinheiro ou perca uma parcela.
Com títulos indexados, a variação de acordo com a inflação protege em caso de subida e, caso ela caia, apenas terá um rendimento um pouco menor do que esperado.
Aluguéis
Investir em ativos que se beneficiam da alta dos aluguéis é uma boa. E os fundos imobiliários (FIIs), são uma maneira simples e inteligente, se você levar alguns pontos em consideração para escolhê-los.
Segundo o analista, é preciso analisar o risco de vacância, verificando se a localização do imóvel é estratégica - se tem demanda. É preciso checar o perfil dos locatários e o nível de inadimplência dos imóveis que fazem parte das carteiras dos FIIs.
Um FII que agrada aos analistas da casa é o Kinea Renda Imobiliária (KNRI11), que apresenta uma boa diversificação.
Combustível
O preço do petróleo não para de subir. Nesse cenário, quem ganha são as empresas de exploração e produção de petróleo.
Na Empiricus, os analistas continuam gostando, apesar do risco político, é a Petrobras (PETR4), que gera muito caixa e compõe várias carteiras da casa.
Energia Elétrica
Por fim, os investidores devem ter cuidado com ações de hidrelétricas e distribuidoras. Em meio à crise hídrica, as hidrelétricas param de funcionar em seu potencial completo e acabam tendo uma receita maior. As distribuidoras, na teoria, não deveriam ser tão afetadas pelo preço de energia elevado, pois elas têm o direito de repassar na revisão tarifária. Porém, o aumento relevante pode acarretar em uma inadimplência maior e na falta de energia, por meio de “gatos”.
Dois segmentos para se aproveitar dessa alta é a geração termelétrica, que com o sistema de hidrelétricas com menor funcionamento, o sistema precisa de mais energia termelétrica e as geradoras ficam com uma receita maior. A Eneva (ENEV3) nesse cenário apresenta um preço competitivo e a própria energia descontratada.
E o setor de transmissão de energia elétrica, pois elas podem reajustar as suas receitas pelos indexadores de inflação (IPCA e IGP-M), como também não dependem do volume nem do preço da energia. Elas estão blindadas de problemas como o racionamento de energia ou uma crise que afete o consumo do país, com as receitas dependendo exclusivamente do uso das linhas transmissoras. Nesse contexto, uma empresa recomendada é a Alupar (ALUP11).
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