As ações do Magalu encerraram a semana com um movimento raro – pelo menos nestes últimos anos – e que chamou a atenção dos investidores. Os papéis ON da varejista (MGLU3) fecharam a sessão de sexta-feira em queda de 8,86%, cotados a R$ 17,18. Foi a maior queda do dia entre os componentes do Ibovespa, o principal índice de ações da B3.
O Magazine Luiza (MGLU3) se pronunciou após a queda de mais de 8% em um pregão e diz que já recomprou 14,4 milhões de ações.
Um movimento como este é considerado raro até pelo perfil do Magazine Luiza, cujos papéis esporadicamente registram movimentos bruscos, seja para cima ou para baixo, e têm bastante liquidez.
A queda de ontem foi atribuída a uma projeção da consultoria YipsiData, à qual muitos hedge funds estrangeiros têm acesso, para o crescimento de vendas do Magalu no terceiro trimestre. Segundo a consultoria, as vendas do Magazine Luiza no período devem crescer entre 20% e 25%. A projeção é menos otimista que a de alguns participantes mais agressivos do mercado local, que estimam esse crescimento em algo em torno de 40%.
Entretanto, a capacidade de arbitragem dos hedge funds e o privilégio do acesso à informação prevaleceram.
“É preciso fazer uma série de ponderações”, avalia Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus. Uma delas é de que “a projeção vai de 20% a 25% sobre uma base que cresceu 180% durante o ano passado”, pontua Miranda em mensagem a clientes. Ao mesmo tempo, o Magalu tem alguma vulnerabilidade aos impactos da inflação sobre os bens de consumo duráveis.
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Ainda assim, Miranda não vê motivo para pânico. “Os fundamentos da companhia continuam muito bons, muito sólidos. Pode haver uma frustração de curtíssimo prazo, mas é mais volatilidade do que mudança de trend”, afirma ele.
Quem também recomenda a compra de MGLU3 é o Itaú BBA. Em relatório, o banco retomou cobertura dos papéis do Magazine Luiza com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24.
Os analistas se mostram otimistas com os planos de logística da companhia, que incluem a conversão da rede de lojas físicas em “agências postais”, para receber e coletar os pedidos dos clientes que fazem compras pela internet.
O Itaú BBA também destacou a recente aquisição da KaBuM!, que colocou a companhia no mundo dos games, e a perspectiva de que a companhia passe a atuar com serviços financeiros.