Análise: Via (VIIA3) dispara com crescimento do marketplace, mas ainda está longe dos volumes do Magazine Luiza (MGLU3)
A Via (VIIA3) comemora os 100 mil vendedores no marketplace, marca semelhante à do Magazine Luiza (MGLU3). Mas há diferenças entre as rivais

A Via (VIIA3) foi um dos destaques positivos do Ibovespa nesta terça-feira (21): os papéis da varejista subiram mais de 10%, reagindo à notícia de que o marketplace da companhia chegou ao marco de 100 mil vendedores. É um dado importante e que mostra a evolução do grupo no front digital, sem dúvidas. Mas um detalhe chama a atenção: o teor enfático da comunicação, quase desafiando os rivais — em particular, o Magazine Luiza (MGLU3).
E isso porque, veja que coincidência: o Magalu anunciou ontem que tinha chegado aos mesmos 100 mil vendedores em seu marketplace, num e-mail divulgado à imprensa sem grande alarde. A Via, por outro lado, enviou hoje um fato relevante à CVM com um tom quase publicitário, pouco usual a esse tipo de documentação.
"Conforme publicado no material divulgado no “Investor Day” realizado em abril/21 e nas divulgações de resultados trimestrais deste ano, 2021 será o ano do marketplace da Via", diz a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio em determinado trecho do fato relevante. "O aumento no número de sellers e SKUs posicionam o marketplace da Via para disputar a liderança de mercado".
Ora essas, não há problema algum em vender o próprio peixe; sendo assim, ponto para a Via, que chamou a atenção para si e obteve uma reação amplamente positiva do mercado. E também não há, digamos, uma regra de etiqueta nas comunicações enviadas à CVM — que, muitas vezes, são excessivamente impessoais e lacônicas.
Dito tudo isso, uma questão emerge: o que, de fato, significa ter 100 mil vendedores no marketplace?
Esse número, por si só, não nos diz muita coisa sobre o Magazine Luiza e a Via — no máximo, dá uma sinalização quanto ao potencial a ser atingido pelos dois ambientes de venda. Portanto, vamos dar um passo adiante e analisar a evolução do volume de vendas das duas companhias para entender melhor o momento de cada uma.
Leia Também

Via x Magazine Luiza: a guerra do marketplace
Antes de mais nada, vale ressaltar que, com os 100 mil vendedores no marketplace, a Via já superou sua meta para o ano, de 90 mil cadastros ao fim de 2021. Também é importante lembrar que há outros players relevantes no varejo online, como Lojas Americanas, Mercado Livre e Amazon, para citar alguns.
Mas, considerando a marca obtida por Via e Magazine Luiza quase que simultaneamente, vamos nos ater à análise dos rivais. E, olhando apenas para os dados do marketplace, é possível entender algumas tendências interessantes para ambas as empresas.

Em primeiro lugar, chama a atenção o fato de o marketplace do Magazine Luiza ser bem maior em termos de volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês): por ter desenvolvido seus ambientes digitais antes dos demais concorrentes, o Magalu teve uma vantagem competitiva importante.
Mas também é importante destacar o crescimento acelerado do marketplace da Via: no primeiro e segundo trimestres de 2021, ele reportou taxas maiores de expansão que o da rival, na comparação anual. E, com a forte captação de vendedores, há a expectativa de que a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio reduza a diferença cada vez mais rápido.
Segundo a Via, seu marketplace contava com cerca de 10 mil vendedores no começo do ano, o que implica num ganho de 90 mil cadastrados em 2021; no Magazine Luiza, cerca de 40 mil vendedores ingressaram na plataforma desde o começo da pandemia.
Ou seja: a Via tem razão em fazer um alarde sobre a marca dos 100 mil vendedores, uma vez que, analisando os dados do marketplace em 2021, o número aumenta a expectativa de crescimento cada vez mais forte desse canal — e, quem sabe, até ultrapassando o Magazine Luiza no médio prazo.
A questão é que o marketplace é apenas uma faceta dessas varejistas — e, nas demais, o Magazine Luiza segue sem ameaças.
Digital e físico
As vendas via marketplace são um dos componentes do ecossistema digital: além delas, há também as vendas do e-commerce tradicional, em que a própria empresa atende diretamente o consumidor. E, nesse front, a Via ainda tem muito chão a percorrer.

Repare que os volumes de venda da Via e do Magazine Luiza no e-commerce tradicional (1P) são muito maiores que os vistos no marketplace (3P). Sendo assim, por mais que os esforços da Via para atrair mais vendedores para o seu ecossistema sejam importantes, eles acabam tendo pouco impacto em termos de volume total vendido pelos canais digitais.
No segundo trimestre de 2021, por exemplo, o Magazine Luiza reportou um GMV total para os canais digitais de R$ 9,84 bilhões, crescendo 71,6% na comparação anual; a Via, por sua vez, registrou R$ 6,36 bilhões, alta de 55,8% na mesma base de comparação.
Por fim, há ainda o terceiro pé das varejistas: as lojas físicas. É uma área em que, tradicionalmente, a Via tem vantagem sobre o Magazine Luiza, uma vez que opera diversas redes tradicionais — Casas Bahia e Ponto Frio são os carros-chefe.
No lado das lojas físicas, os papéis se invertem: o Magazine Luiza tem volumes menores de vendas, embora tenha conseguido reportar taxas de crescimento superiores às da Via em alguns trimestres.

Via x Magazine Luiza: estratégias operacionais
Dito tudo isso, fica nítido o esforço da Via para ampliar as vendas de seus canais digitais e diminuir a dependência do varejo físico. É possível constatar, no entanto, que a companhia não tem conseguido avançar em todas as frentes ao mesmo tempo: em alguns momentos, cresce no e-commerce tradicional; em outros, se expande com mais força no marketplace.
E, considerando a grande vantagem aberta pelo Magazine Luiza, que investiu muito antes que os rivais no desenvolvimento de seu ecossistema digital, a tarefa da Via é bastante árdua. Ela está progredindo, mas o caminho é longo.

Desta forma, será interessante ver como o volume de vendas do marketplace da Via vai se comportar no próximo trimestre, e se ele conseguirá ou não manter o crescimento acima do visto no Magazine Luiza. Em paralelo, também é importante entender como está a evolução do e-commerce 1P da Via: caso continue tendo uma expansão tímida, dificilmente a empresa conseguirá se equiparar à rival no médio prazo.
Quanto às lojas físicas, também vale ficar atento ao comportamento do Magazine Luiza: afinal, a empresa tem conseguido um bom desempenho nos últimos trimestres — o que, em termos de vendas totais, pode mais que compensar o avanço da Via no lado do marketplace.
VIIA3 x MGLU3: como fica na bolsa?
Em termos de recomendação de analistas, dados compilados pelo TradeMap mostram que os principais bancos e casas de análise têm uma visão construtiva para o Magazine Luiza e a Via:
- Via (17 recomendações): 9 de compra, 7 neutras e 1 venda;
- Magazine Luiza (14 recomendações): 9 de compra, 5 neutras e nenhuma de venda.
Quanto ao preço-alvo para os papéis, os números do TradeMap mostram que, para VIIA3, a mediana é de R$ 19,00, o que implica num potencial de valorização de 118% em relação aos níveis atuais; MGLU3, por sua vez, tem mediana de R$ 26,00 e potencial de ganho de quase 60%.

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Valendo mais: Safra eleva preço-alvo de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). É hora de comprar?
Cenário mais turbulento para as empresas não passou despercebido pelo banco, que não alterou as recomendações para os papéis
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
O turismo de luxo na Escandinávia é diferente; hotéis cinco-estrelas e ostentação saem do roteiro
O verdadeiro luxo em uma viagem para a região escandinava está em praticar o slow travel
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis
Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações