Para além da camisinha: Blau Farmacêutica quer arrecadar R$ 2,1 bilhões com IPO
Atualmente focada em medicamentos de alta complexidade, farmacêutica pode levantar até R$ 3 bilhões com abertura de capital

A próxima janela de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) já virá com uma listagem de peso.
A Blau Farmacêutica, que iniciou sua trajetória como importadora de camisinhas e se tornou fabricante de medicamentos de alta complexidade, pode arrecadar R$ 2,1 bilhões com a abertura de seu capital na B3. E o valor pode atingir R$ 3 bilhões se vender todos os lotes no preço mais alto da faixa indicativa.
De acordo com o prospecto preliminar da oferta, divulgado na terça-feira (16) à noite, a Blau planeja realizar uma oferta de distribuição primária (quando as ações vão para o caixa da empresa) e secundária (quando os acionistas vendem recursos) de, inicialmente, 44.848.485 ações ordinárias.
O montante de R$ 2,1 bilhões considera a venda de ambos os lotes no ponto médio da faixa de preços, que vai de R$ 44,60 a R$ 50,60. O valor final por ação será definido em 6 de abril, após o processo de bookbuilding, quando a empresa apresenta o IPO a potenciais investidores e avalia a demanda.
Para chegar a R$ 3 bilhões, ela precisa vender todas as ações nas ofertas primária e secundária, mais o lote adicional de 8.969.697 ações (cuja colocação será definida pela Blau) e o lote suplementar de 6.727.272 papéis (destinado a estabilizar o preço das ações) no preço mais alto da faixa indicativa.
Pelo cronograma divulgado, as ações da Blau deverão começar a ser negociadas na B3 em 8 de abril, com o código “BLAU3”, e estarão listadas no Novo Mercado, segmento de governança mais elevado da B3.
Leia Também
A oferta está sendo coordenada por Itaú BBA, Bradesco BBI, J.P. Morgan, Citigroup, XP Investimentos e BTG Pactual.
Muito mais que camisinha
A Blau entrou com pedido de registro do IPO na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 5 de fevereiro, mas a companhia vem há anos avaliando a abertura do seu capital na bolsa.
Ela quase seguiu com a operação em 2018, mas acabou desistindo antes do fim do processo de bookbuilding, diante das indicações de que a faixa de preços pretendida não seria atingida – à época, ela esperava levantar entre R$ 650 milhões e R$ 1 bilhão, segundo apurou na ocasião o jornal “Valor Econômico”.
Agora, diante das condições favoráveis do mercado de capitais, a Blau parece estar finalmente pronta para seguir com o IPO.
A empresa foi fundada em 1987 pelo empresário Marcelo Hahn, que investiu US$ 20 mil para importar preservativos no auge da epidemia de HIV no país. Ela ainda atua nesse ramo, com a marca Preserv, mas desde então expandiu seu portfólio, passando a concentrar sua atuação em medicamentos de alta complexidade e hospitalares essenciais, se especializando em produtos biotecnológicos e sintéticos para oncologia, nefrologia, hematologia e infectologia.
Sediada em Cotia, São Paulo, a Blau conta com cinco plantas produtivas, em São Paulo, Cotia, Caucaia (CE) e Anápolis (GO), e cinco subsidiárias em países da América Latina: Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai.
Segundo os dados contidos no prospecto, a empresa fechou 2020 com um lucro líquido de R$ 254,3 milhões, alta de 27% em base anual. O lucro bruto avançou 29,2%, para R$ 556 milhões, com a margem bruta subindo de 44% para 47,04%.
Na mesma base de comparação, a dívida líquida da companhia cresceu quatro vezes, para R$ 475,6 milhões, puxada pelo avanço de 2,2 vezes das debêntures não circulantes, para R$ 626,3 milhões.
A Blau informou que pretende utilizar os recursos da oferta primária para expandir a capacidade produtiva e verticalizar a cadeia de insumos estratégicos, investir em centros de coleta de plasma nos Estados Unidos, realizar uma reserva de capital para possíveis aquisições, pagar o valor restante da aquisição da Pharma Limirio (atualmente Blau Farmacêutica Goiás) e realizar o pré-pagamento das debêntures de segunda, quarta e quinta emissões.
Cogna (COGN3) inicia processo de saída da Vasta da Nasdaq — e BTG enxerga pontos positivos na jogada
Caso a oferta seja bem-sucedida, a Vasta deixará de ser registrada na SEC e passará por deslistagem na Nasdaq
Nova bolsa de derivativos A5X capta R$ 200 milhões em terceira rodada de investimentos. O que isso significa para a B3 (B3SA3)?
Valor arrecadado pela plataforma será usado para financiar operações e ficar em dia com exigência do BC
Itaú BBA inicia cobertura das construtoras brasileiras de baixa renda e já tem sua favorita
Para o banco, as construtoras estão em seus melhores dias devido à acessibilidade no nível mais alto já registrado
99 Food acelera investimentos no Brasil e intensifica batalha com iFood pelo delivery de comida brasileiro
A companhia agora prevê investir R$ 2 bilhões no primeiro ano de operação. O que está por trás da estratégia?
Prio (PRIO3) recebe aval final do Ibama e obtém licença para instalação dos poços de Wahoo, no Espírito Santo
Com a autorização, a petroleira iniciará a interligação submarina (tieback) de até onze poços à unidade flutuante de Frade
BTG eleva preço-alvo da Vale (VALE3) e prevê dividendos extraordinários, mas não muda recomendação; é hora de comprar?
Estratégia comercial e redução de investimentos contribuem para elevação do preço-alvo do ADR para US$ 11, enquanto valuation e fluxo de caixa fazem o banco “pensar duas vezes”
Itaú BBA sobre Eletrobras (ELET3): “empresa pode se tornar uma das melhores pagadoras de dividendos do setor elétrico”
Se o cenário de preços de energia traçado pelos analistas do banco se confirmar, as ações da companhia elétrica passarão por uma reprecificação, combinando fundamentos sólidos com dividend yields atrativos
O plano do Google Cloud para transformar o Brasil em hub para treinamento de modelos de IA
Com energia limpa, infraestrutura moderna e TPUs de última geração, o Brasil pode se tornar um centro estratégico para treinamento e operação de inteligência artificial
Banco Master: quais as opções disponíveis após o BC barrar a venda para o BRB?
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, há quatro cenários possíveis para o Master
Pague Menos (PGMN3) avalia emissão de R$ 250 milhões e suspende projeções financeiras: o que está em jogo?
Com um nível de endividamento alarmante para acionistas, a empresa pretende reforçar o caixa. Entenda o que pode estar por trás da decisão
Ânima Educação (ANIM3) abocanha fatia restante da UniFG e aumenta aposta em medicina; ações sobem na bolsa hoje
A aquisição inclui o pagamento de eventual valor adicional de preço por novas vagas de medicina
Natura (NATU3) vai vender negócios da Avon na América Central por 1 dólar… ou quase isso
A transação envolve as operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana; entenda a estratégia da Natura
Nas turbulências da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL54): investir nas ações das aéreas é um péssimo negócio ou a ‘pechincha’ é tanta que vale a pena?
No mercado financeiro, é consenso que o setor aéreo não é fácil de navegar. Mas, por mais que tantas variáveis joguem contra as empresas, uma recuperação da Azul e da Gol estaria no horizonte?
Como a Braskem (BRKM5) foi do céu ao inferno astral em apenas alguns anos — e ainda há salvação para a petroquímica?
Com prejuízo, queima de caixa ininterrupta e alavancagem elevada, a Braskem vivencia uma turbulência sem precedentes. Mas o que levou a petroquímica para uma situação tão extrema?
Construtoras sobem até 116% em 2025 — e o BTG ainda enxerga espaço para mais valorização
O banco destaca o impacto das mudanças recentes no programa Minha Casa, Minha Vida, que ampliou o público atendido e aumentou o teto financiados para até R$ 500 mil
Mesmo com acordo bilionário, ações da Embraer (EMBR3) caem na bolsa; entenda o que está por trás do movimento
Segundo a fabricante brasileira de aeronaves, o valor de tabela do pedido firme é de R$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra adicionais
Boeing é alvo de multa de US$ 3,1 milhões nos EUA por porta ejetada de 737-Max durante voo
Administração Federal de Aviação dos EUA também apontou que a fabricante apresentou duas aeronaves que não estavam em condições de voo e de qualidade exigido pela agência
Petrobras (PETR4) passa a integrar o consórcio formado pela Shell, Galp e ANP-STP após aquisição do bloco 4 em São Tomé e Príncipe
Desde fevereiro de 2024, a estatal atua no país, quando adquiriu a participação nos blocos 10 e 13 e no bloco 11
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL54) lideram as altas da B3 nesta sexta-feira (12), em meio à queda do dólar e curva de juros
As companhias aéreas chegaram a saltar mais de 60% nesta semana, impulsionadas pela forte queda do dólar e da curva de juros
Simplificação do negócio da Raízen é a chave para a valorização das ações RAIZ4, segundo o BB Investimentos
A companhia tem concentrado esforços para reduzir o endividamento, mas a estrutura de capital ficará desequilibrada por um tempo, mesmo com o avanço de outros desinvestimentos, segundo o banco