Microsoft e grandes empresas buscam o próximo unicórnio brasileiro — e o primeiro filtro é igualdade de gênero
We Ventures, fundo criado pela companhia no Brasil, está com inscrições abertas para investimentos em startups lideradas por mulheres
A Microsoft criou há seis anos um fundo no Brasil para investir em empresas inovadoras, o BR Startups. A iniciativa é considerada um sucesso pela gigante de tecnologia, mas entre 15 companhias e quase 50 empreendedores selecionados pelo fundo há um "detalhe": a ausência de mulheres.
Esse não é um resultado do acaso: levantamento da plataforma Crunchbase, por exemplo, mostra que no ano passado apenas 2,3% dos recursos do capital de risco (venture capital) global foram destinados a startups lideradas por mulheres.
Foi para corrigir essa distorção que a Microsoft decidiu lançar o We Ventures, um fundo de R$ 100 milhões dedicado a investir em startups lideradas com ao menos uma mulher entre os sócios e no mínimo 20% de participação societária — além de faturamento mínimo anual de R$ 200 mil.
A iniciativa faz parte da Women Entrepreneurship (WE), programa desenvolvido pela companhia — parceria do Sebrae Nacional e M8 Partners, em associação com a Bertha Capital — que busca incentivar o empreendedorismo feminino no Brasil por meio de cursos de capacitação e investimentos para empreendedoras.
O fundo opera no modelo Corporate Venture Capital (CVC), modalidade de investimento que se diferencia do Venture Capital comum porque busca uma relação também com grandes empresas. Em geral, as companhias apostam em startups com uma solução com potencial para ganhar escala dentro da empresa.
Na busca pelos novos unicórnios (empresas avaliadas em pelo menos US$ 1 bilhão) com mulheres na liderança, o We Ventures tem parcerias com Flex, Grupo Sabin, Pacto Energia, Multilaser, Porto Seguro e Magnamed. O total captado é de R$ 47 milhões até agora.
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“As grandes empresas precisam tomar a liderança desse movimento [de busca por igualdade de gênero]”, me disse Marcella Ceva, diretora de investimentos (CIO) do We Ventures.
Advogada de formação e com ampla experiência no mercado de fusões e aquisições, a executiva lembra que há pesquisas que apontam a diversidade, em várias frentes, como um motor de inovação — e consequentemente, um caminho para maior lucro.
“Existem importantes empresas que estão com megainiciativas [de gênero] porque entendem que é algo que dá retorno.”
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Longo caminho
A pauta de igualdade de gênero no mundo do empreendedorismo de fato tem muito o que avançar. Entre as mais de 12 mil startups no país, apenas 16% têm pessoas do gênero feminino na liderança, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
A baixa participação chama a atenção em especial porque as mulheres estão à frente de metade dos novos empreendimentos no país, de acordo com o Sebrae. No entanto, elas em geral fazem parte de iniciativas de pouca inovação e baixo valor agregado. Aos homens brancos e de classe média são destinados grandes recursos — e espaço para inovar.
Embora no mercado tenha avançado o discurso ESG — sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança —, a participação de mulheres em conselhos de administração de grandes empresas se resume a 11,5%, de acordo com Spencer Stuart Board Index Brasil de 2020.
Para Ceva, o ambiente muito masculino tende a aprofundar a disparidade de gênero. Na prática, um pitch — apresentação breve sobre o negócio para potenciais investidores —, por exemplo, pode ser repleta de perguntas às empreendedoras sobre maternidade e assuntos que não dizem respeito diretamente ao negócio.
Como funciona – e como participar
Com os aportes, o We Ventures abre um processo seletivo para startups com foco na área de atuação das empresas investidoras. A chamada mais recente é fruto dos R$ 4,7 milhões aplicados pela Magnamed, que fabrica ventiladores pulmonares, e segue aberta até sábado (22).
Desta vez, o foco são startups de área médica. As inscrições podem ser feitas no site we.ventures.
O fundo procura investir em startups lideradas por mulheres durante uma fase conhecida como "vale da morte", em que existe um alto risco de mortalidade e os recursos financeiros estão abaixo do necessário para permitir que a startup consiga se expandir.
Os investimentos do fundo, que tem prazo de sete anos, vão de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões por startup. "O ideal seria investir duas vezes", diz Ceva.
O fundo teve mais de 1,2 mil empresas inscritas em suas chamadas públicas até agora. Entre as startups que receberam capital estão a PackID, especializada no monitoramento de temperatura e umidade em tempo real, e a WE Impact — uma venture builder da própria We que ajuda outros empreendimentos a aperfeiçoarem suas soluções.
Segundo a Microsoft, a WE Impact atua para formar novas startups em uma fase mais inicial, acompanhando as empreendedoras durante "toda sua jornada empreendedora, incluindo investimento de capital estratégico e financeiro" — que pode ir de R$ 50 mil a R$ 500 mil —, além de oferecer networking e serviços especializados.
Em fevereiro deste ano, a empresa realizou seu primeiro investimento direto em uma startup, a Pontue, uma plataforma SaaS (software como serviço) de aprendizagem.
Na agenda de próximos investimentos da We Ventures, há duas novas startups, cujos nomes não foram revelados: uma com atuação em automação de compras para grandes corporações e outra voltada para propaganda fora de casa (out of home media).
Ceva fala em um contínuo desafio para chegar até as empresas. “Existem mulheres empreendedoras em todas as regiões e a gente quer alcançá-las.”
Segundo a diretora do We Ventures, o recorte racial também é uma preocupação da iniciativa. Ela afirma que o fundo deve buscar métricas mais objetivas para as investidas — pautadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU — visando medir o impacto causado.
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