‘Impeachment não é a resposta adequada para o momento’, diz presidente do Conselho do Bradesco
Em entrevista, Luiz Carlos Trabuco Cappi diz que prioridade deve ser a imunização em massa e a retomada da economia

O fim do auxílio emergencial e a falta de vacinas no Brasil agrava a insatisfação da sociedade, mas o impeachment do presidente Jair Bolsonaro não é a resposta "mais adequada" para o País superar o momento desafiador que enfrenta, segundo o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.
A prioridade deve ser, segundo ele, a imunização em massa e a retomada da economia. Para isso, defende que o governo faça o seu "dever de casa" e construa um diálogo construtivo com o Legislativo para destravar a agenda de reformas, independentemente do resultado das eleições no Congresso.
Presidente do conselho de administração do Bradesco há quase três anos, ele compareceu ao Fórum Econômico Mundial de Davos nos últimos dez anos, desta vez de forma virtual por causa da pandemia. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
O Brasil enfrenta a segunda onda de covid-19 sem ter solucionado a primeira, em uma situação cada vez mais preocupante em termos de endividamento público. Que estrada o País deve trilhar para sair dessa crise?
Já no surgimento da pandemia, ano passado, o comentário dos cientistas era de que esta seria uma crise sem precedentes. Primeiro, por ser um vírus desconhecido e altamente letal. Segundo, por não termos remédios nem vacinas. Terceiro, por ele ser capaz de se replicar sem que seus portadores apresentassem sintomas, dificultando o controle da pandemia. Hoje, o vírus já foi sequenciado, mas ele é mutante e precisa ser mais estudado. Uma boa notícia é que já temos vacinas. Porém, o vírus continua letal e ainda não temos medicamentos eficazes.
Qual a percepção do sr. sobre a possibilidade de um impeachment do presidente Jair Bolsonaro e os reflexos para o País?
Leia Também
O impeachment tem como pressuposto o julgamento político na esfera do Congresso Nacional. Não me parece que estejamos num cenário de crise de governabilidade. A insatisfação da sociedade num contexto de pandemia é um fenômeno natural, agravado pelo fim do auxílio emergencial e a falta de vacinas. O impeachment não é a resposta mais adequada para a superação do momento desafiador que vivemos. A prioridade deve ser o esforço coletivo pela vacinação em massa da população e a retomada da economia para a criação dos milhões de empregos perdidos na pandemia.
Discute-se uma nova rodada do auxílio emergencial. Qual a opinião do sr. sobre a extensão do benefício, considerando a atual situação da dívida pública?
A questão do auxílio emergencial é humanitária, em primeiro lugar. Porém, exige capacidade para o seu financiamento pelo impacto na dívida pública. Será muito difícil, com a prorrogação do auxílio, administrar as contas públicas, o teto de gastos, sem encontrar uma nova fonte de arrecadação. No momento, esse é o maior dilema da política econômica. É preciso que o governo faça o dever de casa, eliminando gastos desnecessários no setor público, focando nas reformas administrativa, patrimonial e tributária.
O sr. acredita no andamento das reformas com o novo Congresso? O que o preocupa e quais devem ser as prioridades?
A experiência mostra que as reformas só são aprovadas no Congresso quando há convergência de três fatores: clareza das propostas, empenho governamental e apoio da opinião pública. Isso pressupõe um esforço conjunto do Executivo e das lideranças do Legislativo, além de um amplo debate na sociedade pelos meios de comunicação. As redes sociais tendem a polarizar esse debate de forma superficial, o que aumenta a importância da participação pública de especialistas, líderes empresariais e representantes da sociedade. O importante é ter um rumo e persistência na caminhada. Qualquer que seja o resultado da eleição das mesas da Câmara e do Senado, será preciso diálogo construtivo entre Executivo e Legislativo para que as reformas avancem.
O Bradesco se aliou aos rivais Itaú e Santander na pandemia. Agora, o governo autorizou empresas privadas a comprarem vacinas. O banco deve atuar nessa direção também?
Essa é uma questão complexa. A pandemia revelou que a saúde pública continua sendo uma condição básica para o desenvolvimento das atividades econômicas. Portanto, não adianta limitar a vacina a fatias de privilegiados da população. Para erradicar uma pandemia como essa, é necessária a vacinação em massa pelo sistema público de saúde. Os países que não têm sistema público de saúde estão enfrentando dificuldades para chegar a todos, mesmo tendo mais acesso ao suprimento de vacinas e centros de excelência de saúde e epidemiologia. Numa situação de escassez, a vacinação privada é exclusivista. É uma forma de darwinismo social, que empurra os mais vulneráveis para o fim da fila. É preciso pensar no bem comum, na fraternidade e cooperação para construirmos um ambiente de recuperação organizada da economia. Seria recomendável evitar o clima de cada um por si.
Como as políticas ambientais do Brasil, incluindo a proteção à Amazônia, têm sido percebidas pelos estrangeiros no contexto do fórum de Davos?
O mundo observa a Amazônia com lentes de aumento. É um tema que se discute há vários anos no fórum de Davos. O problema é que o Brasil emitiu mensagens muito contraditórias em relação à forma de tratamento dada à questão ambiental. Tínhamos políticas que serviam de exemplo e geravam muita confiança nos investidores, apesar dos problemas existentes. A impressão de que houve uma mudança de rota gerou perplexidade, inibindo os investimentos na preservação e atividades sustentáveis na região. Restabelecer esse quadro é fundamental para resgatar a confiança dos investidores, com ações e comunicação. É o que estamos procurando fazer e os sinais de boa vontade (dos participantes do fórum) já são perceptíveis nesta edição de Davos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
As melhores empresas para crescer na carreira em 2025, segundo o LinkedIn
Setor bancário lidera a seleção do LinkedIn Top Companies 2025, que mede o desenvolvimento profissional dentro das empresas
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
Mais de R$ 3 bilhões em dividendos e JCP: Bradesco (BBDC4) distribui a maior fatia dos proventos; veja quem mais paga
Lojas Renner, Cemig e Hypera também estão na lista das empresas que anunciaram o pagamento de proventos aos acionistas
Inscrições para a Globo acabam nesta sexta (21); confira essas e outras vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 7 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar até o segundo semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Itaú BBA põe Banco do Brasil (BBAS3) no banco de reservas com projeção de dividendos menores — mas indica os craques do setor
Itaú BBA tem recomendação neutra para o Banco do Brasil, apesar de lucro acima do esperado no quarto trimestre de 2024. Analistas da instituição têm outros preferidos no setor bancário
Boa pagadora de dividendos, Equatorial (EQTL3) é a queridinha dos gestores — e não está sozinha; eles também contam quais ações estão na ponta vendedora
Pesquisa do BTG Pactual revela também as apostas dos gestores para o Ibovespa, para o dólar e mostra que o ciclo político de 2026 assumiu o protagonismo sobre as questões fiscais
De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale
Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda
Foco no agro: Joint venture dos bancos Bradesco e John Deere promete ampliar crédito ao agronegócio
Processo de fusão dos dois bancos foi concluído em seis meses
Nomad, Bradesco Seguros e Amil estão com vagas abertas para estágio e trainee; confira estas e outras oportunidades com salário de até R$ 2,5 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar no primeiro semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
O estrago do dado de inflação dos EUA nos mercados, o desconto na bolsa que poucos falam e mais: os destaques da semana no Seu Dinheiro
Os investidores ainda encararam o segundo dia de depoimentos do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso e uma declaração polêmica de Trump sobre os preços
Da ficção científica às IAs: Ibovespa busca recuperação depois de tropeçar na inflação ao consumidor norte-americano
Investidores monitoram ‘tarifas recíprocas’ de Trump, vendas no varejo brasileiro e inflação do produtor dos EUA
Rodolfo Amstalden: Tenha muito do óbvio, e um pouco do não óbvio
Em um histórico dos últimos cinco anos, estamos simplesmente no patamar mais barato da relação entre preço e valor patrimonial para fundos imobiliários com mandatos de FoFs e Multiestratégias
Bradesco (BBDC4) despenca na bolsa após Goldman Sachs rebaixar ação para venda. Por que os analistas não recomendam mais a compra do papel?
No mesmo relatório, o banco americano também elevou a ação do Santander (SANB11) para neutro e reiterou a compra de Itaú Unibanco (ITUB4)
Inscrições para o programa da Totvs acabam nesta terça (11); confira essas e outras vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 7 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar no primeiro semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano