A construtora e incorporadora Cury (CURY3), especializada no segmento de baixa renda nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas (SP) e Rio de Janeiro, divulgou, na noite de ontem (05), prévias operacionais fortes e que agradaram o mercado.
No segundo trimestre, a companhia lançou sete empreendimentos, totalizando Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 686,2 milhões, um recorde histórico para a empresa. O número foi 16,2% superior ao do trimestre anterior e 120,3% maior que o do segundo trimestre de 2020.
Já as vendas líquidas no trimestre, também recordes, totalizaram VGV de R$ 683 milhões, crescimento de 15,6% na comparação trimestral e 133,7% na comparação anual. Com isso, a velocidade de vendas medida pelo indicador Vendas sobre Oferta (VSO) foi de 46,8%, 8,7 pontos percentuais acima do VSO do segundo tri do ano passado.
No semestre, a Cury lançou 13 empreendimentos, totalizando R$ 1,3 bilhão de VGV, 172,1% a mais que os R$ 469,1 milhões do primeiro semestre do ano passado. Já é o equivalente a 83% do total de lançamentos em 2020. Em 12 meses, o VGV lançado totalizou R$ 2,3 bilhões.
As vendas líquidas totalizaram R$ 1,3 bilhão no primeiro semestre do ano, 139,7% a mais que no mesmo período do ano passado. O VSO em 12 meses atingiu 72,9%, "apesar do aumento expressivo de lançamentos observados no período", destaca a companhia.
A geração de caixa operacional foi positiva, no trimestre, em R$ 71,7 milhões, 17,0% acima dos R$ 61,3 milhões registrados no segundo tri de 2020. No acumulado do semestre, a Cury atingiu R$ 80,0 milhões de geração de caixa operacional, 22,7% superior aos R$ 65,2 milhões dos primeiros seis meses do ano passado.
A construtora terminou o semestre com R$ 777,4 milhões de VGV em estoque, sendo 97,0% de unidades lançadas de obras não iniciadas ou unidades em construção, e apenas 3,0% de unidades concluídas. O banco de terrenos, na ocasião, totalizava R$ 10,4 bilhões em VGV potencial.
Mercado recebe bem os números
A ação da Cury (CURY3) abriu em alta nesta terça-feira (06), tendo chegado a subir mais de 2% pela manhã, mas fechou em queda de 1,79%, a R$ 9,87, com a piora geral no mercado.
Em relatório, os analistas do BTG Pactual consideraram os resultados fortes de maneira geral, considerando "impressionante" a velocidade de vendas do trimestre, de 46,8%.
A performance das vendas dos lançamentos do segundo tri (56%) foi considerada "muito sólida". O relatório considerou forte a geração de caixa do trimestre, destacando que a companhia terminou o período com R$ 200 milhões em caixa.
"Os resultados da Cury no segundo trimestre foram fortes de maneira geral, com lançamentos, vendas e fluxo de caixa superando as nossas estimativas, então nós esperamos uma reação positiva do mercado", diz o relatório do BTG, assinado pelos analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio.
A ação da Cury (CURY3) é a preferida do banco no segmento de imóveis para a baixa renda, com valuation considerado atrativo pelos analistas (a ação é negociada a 8 vezes a relação Preço/Lucro projetado para 2022).
Os analistas acreditam que a companhia deve combinar crescimento com alta lucratividade, e projetam um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 57% para 2022. A recomendação do BTG é de compra para a ação, com preço-alvo em R$ 16, uma estimativa de valorização de cerca de 60% ante o fechamento de ontem.