IR 2023: tudo o que você precisa saber para não errar na sua declaração ESTÁ AQUI

Cotações por TradingView
2021-11-09T12:14:03-03:00
Kaype Abreu
Kaype Abreu
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Colaborou com Estadão, Gazeta do Povo, entre outros.
Inovação no varejo

Como a Via (VIIA3) quer crescer para além das Casas Bahia com fundo para investir em startups

Depois de investir em fintechs, empresa mira varejo, logística e publicidade e começa a fornecer credito para clientes comprarem fora do ecossistema da companhia

Kaype Abreu
Kaype Abreu
4 de novembro de 2021
5:42 - atualizado às 12:14
Helisson Lemos, vice-presidente de marketplace e inovação da Via
Helisson Lemos, vice-presidente de marketplace e inovação da Via - Imagem: Divulgação/Via

Dona da Casas Bahia e do Ponto, a Via (VIIA3) quer crescer em serviços e produtos para além daqueles oferecidos aos clientes que usam suas tradicionais plataformas. A empresa tem investido inclusive em startups para acelerar as mudanças na própria companhia.

As fintechs GoPublic, Poupa Certo e Byebnk foram as primeiras a receber aportes de um fundo de Corporate Venture Capital (CVC) anunciado neste ano pela empresa; a iniciativa promete recursos também para startups de varejo, logística e publicidade, em um total de R$ 200 milhões.

Segundo o vice-presidente de marketplace e inovação da empresa, Helisson Lemos, idealmente o prazo de cinco anos do fundo seria até estendido. "E não necessariamente a gente precisa comprar a startup para alavancá-la", disse em entrevista ao Seu Dinheiro.

O executivo fala em um evolução das soluções financeiras dentro do ambiente da companhia — com plataforma de meios de pagamento e crédito, por exemplo —, mas também fora. “A gente vai lançar um crediário e um fulfillment [agrupamento de operações essenciais na logística] para terceiros.”

Do carnê para a conta digital

A incursão mais agressiva da Via pelo segmento financeiro começou em 2018, quando a empresa, famosa pelos carnês das Casas Bahia, passou a desenvolver a conta digital banQi — agora fortalecida pela compra das três startups, que também dão tração à Celer, solução de meios de pagamento comprada pela Via em julho.

A gente gostou muito da tecnologia [das startups investidas] e viu que cada uma delas complementava de maneira diferente algumas teses de investimento do CVC

Helisson Lemos, vice-presidente de marketplace e inovação da Via

A GoPublic é especializada em jornada para concessão de crédito para pessoas física e jurídica, e deve ajudar a Celer e a Banqi a fornecer recursos aos clientes. "Ela tem uma tecnologia com parâmetros complementares ao que a gente tem", disse o executivo.

Já a Poupacerto atua com educação financeira via gameficação — o que deve, segundo Lemos, "ajudar os nossos clientes a ter uma melhor consciência de gastos e investimentos" —, enquanto a Byebnk é uma plataforma de investimentos. 

"Na linha de open banking e open finance, não necessariamente a gente tem que fazer de tudo, mas pode apoiar as empresas para que elas cresçam de maneira independente", disse ele.

Segundo o executivo, o modelo que a Via usa é justamente o aplicado no banQi — ou seja, o de uso do poder de fogo da varejista para acelerar uma empresa menor (a carteira digital da startup chegou 2,5 milhões de contas, no dado mais recente). "A gente agora começa a oferecer crédito não só para comprar produto no ecossistema da Via".

Via (VIIA3) em busca do problema e da solução

Lemos disse ver o mundo em transformação pela cultura de inovação — marcado, segundo ele, pela capacidade das empresas mais novas de resolver problemas —, "enquanto companhias em estágio avançado se apaixonam pela solução e não pelo problema".

Com nossa tecnologia e nosso time a gente consegue tudo que a gente quer, mas existe a oportunidade de conexão com terceiros para fazer isso mais rápido e até mais barato

Helisson Lemos, vice-presidente de marketplace e inovação da Via

A Via busca por inovação de maneira consistente há cerca de dois anos, quando a companhia trocou de mãos, voltando ao seu antigo controlador, a família Klein, fundadora da Casas Bahia, e passou a correr atrás do terreno perdido para concorrentes em meio à digitalização do consumo.

Parte importante desse processo ocorreu em 2020, quando a Via comprou uma fatia da Distrito, plataforma aberta de inovação que ajuda empresas na transformação digital e conexão com startups.

O chamado Corporate Venture Capital é uma modalidade de investimento em que grandes empresas aportam em startups donas de produtos e serviços que agregam a atividade da companhia investidora.

Esse é um mercado em franco crescimento e que movimentou US$ 79 bilhões no mundo durante a primeira metade de 2021, mais do que dobrando de valor na base anual, segundo dados da consultoria CB Insights.

"Quando a gente trabalha com inovação, a gente tem a chance de colher dois frutos. No médio e longo prazo, fazendo as escolhes certas para eventualmente ter resultados financeiros e estratégicos", diz Lemos. "No curto prazo, há o contato com o relacionamento com essas startups, com a cultura ágil e o apetite por risco".

Ações da Via (VIIA3) podem mais que dobrar, segundo analistas

A empreitada da Via com as startups ainda está longe de se reverter em resultados no balanço. Mas a iniciativa é bem vista por analistas. As ações da varejista (VIIA3) vêm sofrendo com a piora da percepção do mercado com o ritmo de avanço do e-commerce.

A visão geral, porém, é que a dona da Casas Bahia possui uma forte base de clientes e grande quantidade de lojas pelo país, embora as vendas digitais da empresa ainda estejam longe de patamares como o do Magazine Luiza.

Segundo dados do TradeMap, entre 17 recomendações sobre os papéis da empresa, oito são de compra, oito são neutras e uma é de venda. A mediana para o preço-alvo de VIIA3 é de R$ 19, o que representa um potencial de alta de quase 200% em relação às cotações atuais, de R$ 6,65.

Lemos vê justamente na base de clientes, cujo total atingiu 100 milhões, sendo 24 milhões ativos, uma das provas do avanço da companhia. "A gente iniciou o ano com 10 mil vendedores na nossa base. Em outubro chegamos em 100 mil — patamar que concorrência levou cinco anos para atingir."

Compartilhe

BOLSO CHEIO?

Cemig (CMIG4) decepcionou com balanço fraco, mas dividendos animam as ações

27 de março de 2023 - 14:22

Além do balanço, a Cemig também publicou sua projeção de investimentos para o período de 2023/2027, no total de R$ 42,2 bilhões.

DESABOU GERAL

Mais problemas para Elon Musk: Twitter perde mais da metade do valor de mercado em seis meses

27 de março de 2023 - 11:28

Além da perda de valor, o Twitter ainda deve lidar com partes de seu código-fonte vazadas pela internet, de acordo com processos judiciais

Capital social

Lemann ‘mais dono’ e fim do ‘sonho grande’ do e-commerce: o futuro da Americanas (AMER3) com o plano de recuperação

27 de março de 2023 - 6:52

Capitalização de Lemann e seus sócios na empresa pode levar a uma mudança significativa da estrutura da companhia

POSSÍVEL FOLLOW-ON

Dasa (DASA3) estuda lançar oferta de ações para levantar R$ 1,5 bilhão ainda este mês; saiba mais

24 de março de 2023 - 19:31

A rede privada de hospitais e laboratórios contratou os serviços do Bradesco BBI, BTG Pactual e Itaú BBA para a coordenação do potencial follow-on

Acionistas felizes

Dividendos: Hypera (HYPE3) e Intelbras (INTB3) anunciam pagamento de JCP; veja como receber

24 de março de 2023 - 18:58

Só terão direito aos dividendos os acionistas que estiverem na base das companhias no dia 29 de março

EM LUA DE MEL?

Aliansce Sonae (ALSO3) reverte lucro em prejuízo no primeiro balanço após fusão com brMalls, mas ações sobem forte; veja por quê

24 de março de 2023 - 13:31

Excluindo efeitos pontuais da combinação de negócios, os números do quarto trimestre parecem ter agradado ao mercado

VAI FICAR PARA DEPOIS

Americanas (AMER3) adia divulgação do balanço; por que isso não é uma surpresa

24 de março de 2023 - 10:40

Vale relembrar que a varejista entrou com um pedido de recuperação judicial no dia 19 de janeiro, após a revelação de uma “inconsistência contábil” bilionária

ALERTA DE PROVENTOS

Dividendos e JCP: B3 (B3SA3) pagará R$ 347 milhões aos acionistas; veja como receber

23 de março de 2023 - 20:12

Terá direito ao depósito quem estiver na base acionária da B3 na próxima terça-feira (28)

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies