Castello Branco destaca conquistas à frente da Petrobras e responde críticas de Bolsonaro
Em sua última teleconferência de resultados, presidente da estatal reafirma que política de preços precisa seguir oferta e demanda

Em sua última teleconferência com analistas e investidores para tratar de resultados trimestrais, o presidente da Petrobras (PETR4), Roberto Castello Branco, enumerou as conquistas que obteve nos dois anos em que esteve no cargo e aproveitou para responder a algumas polêmicas levantadas pelo presidente Jair Bolsonaro, que custaram a sua continuidade à frente da companhia.
A apresentação dele foi baseada nos resultados obtidos no quarto trimestre, quando a companhia registrou o maior resultado trimestral de sua história, um lucro líquido de R$ 59,9 bilhões, sete vezes acima do registrado no mesmo período de 2019.
Castello Branco afirmou que, quando começou a sentir os efeitos da pandemia, a Petrobras estruturou suas operações para atingir uma recuperação em “V” e que as medidas tomadas resultaram não apenas no lucro recorde dos últimos três meses do ano passado, como também em um fluxo de caixa livre de US$ 22 bilhões ao final de 2020. Considerando os desinvestimentos, o montante atingiu US$ 29 bilhões.
“Fomos a única empresa, nos comparando com as maiores oil companies (companhias de petróleo) do mundo, a registrar crescimento da geração de caixa operacional”, disse o presidente da estatal. “Foi mais que qualquer major oil company (grande companhia de petróleo), sendo a Petrobras uma estatal e menor que elas. É como entrar numa briga com os braços amarrados para trás.”
Castello Branco também destacou as medidas de redução de endividamento adotadas ao longo dos dois anos de seu mandato, especialmente em 2020, ano de pandemia, em que a dívida bruta e a líquida recuaram em US$ 11,6 bilhões e US$ 15,7 bilhões, respectivamente.
O corte de custos também foi citado por ele, em especial a redução de 33% do custo de extração e de 31% do custo de refino e a redução de 38% das despesas gerais e administrativas recorrentes no ano passado.
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Para ele, as medidas resultaram em uma Petrobras mais leve e pronta para o futuro. “Conseguimos mostrar que um elefante, um paquiderme gigante, poderia dançar, inclusive voar”, disse.
Polêmica velha
O ponto que acabou levando o presidente Bolsonaro a intervir no comando da Petrobras, trocando Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna, a política de preços dos combustíveis, foi um dos principais assuntos da teleconferência.
Para ele, “é surpreendente que em pleno século XXI ainda investimos tanta atenção” no tema, mas ainda assim se propôs a tratar dele. Ele reafirmou que os preços estabelecidos pela Petrobras, na comparação com outros países, são mais baixos e que os impostos é que são elevados.
Castello Branco relembrou da perda de cerca de US$ 40 bilhões que a Petrobras sofreu quando decidiu não repassar a alta dos preços do petróleo para as refinarias, como forma de contenção da inflação, à época da presidência de Dilma Rousseff.
Ele também citou que a Petrobras ainda é uma empresa altamente endividada, mesmo que tenha reduzido o montante nos últimos anos. E que a maior parte está em dólar, o que exige o repasse dos custos. “Como é que a empresa vai conciliar as obrigações em dólares com receita em reais?”, disse.
“Os preços são formados pela oferta e a demanda e não há como desviar deles”, afirmou. “Se o Brasil quer ser uma economia de mercado, tem que ter preços de mercado.”
Sobre as acusações de Bolsonaro sobre a falta de transparência da Petrobras a respeito da política de preços, o presidente da Petrobras disse que a companhia divulga o máximo de informações e detalhes possível e que mais do que já faz revelará a estratégia comercial da companhia, o que a prejudicaria frente aos seus concorrentes.
“Nenhuma empresa divulga fórmulas de reajuste de preços”, afirmou. “Espero viver o dia em que o assunto de política de preços deixe de ser uma polêmica.”
Home office
Outra questão tratada foi o home office adotado pela Petrobras durante a pandemia. Esta foi outra crítica que recebeu de Bolsonaro, que afirmou que o presidente da Petrobras “está há 11 meses em casa, sem trabalhar”.
Castello Branco ressaltou que o trabalho remoto foi adotado por outras empresas para lidar com os efeitos da pandemia de covid-19 e destacou que a medida não afetou a produtividade da Petrobras no período. Pelo contrário, ela reduziu os custos da companhia, afirmou.
“O home office não é uma invenção da Petrobras, muitas empresas adotaram”, afirmou. “Nós vamos migrar (para o trabalho remoto) assim que a vacinação da população brasileira avançar.”
Futuro
O presidente da Petrobras afirmou que não tem informações sobre o plano para a transição do comando da empresa, mas informou que está disposto a ajudar no que for necessário, e garantiu que não haverá debandada de diretores.
Questionado sobre se isso está afetando o processo de desinvestimentos, principalmente a venda das refinarias, ele disse que viu manifestações de preocupações por parte de alguns interessados, “mas, até o momento, não houve nenhuma desistência.”
Embora tenha dito que não queria opinar a respeito do futuro, Castello Branco disse esperar que a política atual, de corte de custos e investimentos em ativos com elevados níveis de retorno, seja mantida pela próxima administração.
“Não vejo necessidade de mudanças no plano estratégico. Se a estratégia for respeitada, espero que ela seja executada em ritmo acelerado”, disse, citando que ainda falta vender uma série de ativos, além das participações da Petrobras na Braskem (BRKM5) e na BR Distribuidora (BRDT3)
Mind the gap
Uma questão que chamou a atenção durante a teleconferência com analistas e investidores foi uma camiseta que Roberto Castello Branco vestia, com os dizeres Mind the Gap.
Esta é uma frase utilizada no metrô de Londres para alertar os usuários sobre o vão que se forma entre o trem e a plataforma, para evitar acidentes.
Muita gente que participou da teleconferência entendeu isso como uma provocação do presidente da Petrobras a Bolsonaro a respeito da política de paridade de preços, um alerta sobre a diferença entre os preços de combustíveis praticados no Brasil e a cotação do petróleo no mercado internacional, que a companhia buscava reduzir.
O tema gerou atrito entre Castello Branco e Bolsonaro, que reclamou diversas vezes dos reajustes dos preços dos combustíveis praticados pela Petrobras.
Em conversa com a imprensa que ocorreu mais tarde, o presidente da Petrobras disse que a frase, na verdade, foi utilizada pela companhia no plano estratégico para o período de 2020 a 2024 como uma inspiração para reduzir a diferença entre a companhia e suas concorrentes internacionais.
"Usualmente, se tende a ter, nas empresas, uma visão interna, comparar a performance consigo mesmo, com anos anteriores. E nós optamos por nos comparar com o que há de melhor, fechar a diferença de performance das melhores companhias de petróleo do mundo ", disse Castello Branco. "Nosso time aceitou esse desafio e o mind the gap simboliza isso."
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