Feitiço do tempo: Após Evergrande, China acorda com nova chance de calote da Kaisa; conheça a empresa
As negociações das ações do grupo chinês foram suspensas hoje em Hong Kong após o vencimento de um título de US$ 400 milhões
Ao olhar para a China hoje — mais especificamente, para a situação do Kaisa Group —, os mercados financeiros se sentiram como Phil Connors, repórter que apresenta a previsão do tempo na TV americana e acaba sendo enviado para uma cidade da qual não gosta para fazer um trabalho que considera ingrato: cobrir as festividades do Dia da Marmota.
Em Feitiço do Tempo, filme de 1993, Connors - interpretado por Bill Murray - fica preso no tempo, condenado a vivenciar sempre os mesmos eventos daquele dia.
Assim como o repórter, os mercados se viram hoje presos em um evento que recentemente assustou os investidores em todo o mundo e que ninguém deseja reviver: a chance de calote de uma empresa do setor imobiliário da China.
Depois do susto da Evergrande, megaincorporadora que tinha um passivo de mais de US$ 300 bilhões, a Kaisa fez surgir temores de que a rachadura no mercado imobiliário da China pode não ter sido sanada como se pensava, pavimentando uma crise na segunda maior economia do mundo.
A empresa teve hoje suspensas as negociações de suas ações em Hong Kong, após o vencimento de um título de US$ 400 milhões e em meio aos indícios de que não terá recursos para pagar credores. Mas quem é a Kaisa e qual ameaça ela pode representar para os investidores? É isso que vamos te contar a partir de agora.
Nasce uma estrela
A Kaisa Group Holdings LTD foi fundada em 1999, em Hong Kong, e passou a ser listada em dezembro de 2009 na bolsa de valores local.
Como um grande grupo de investimento chinês, o Kaisa Group tem mais de 20 empresas e corporações especializadas, mais de 100 filiais e passa dos 17 mil funcionários. Os dados mais recentes, de 2020, mostram que os ativos totais do grupo beiram 310 bilhões de iuanes.
A Kaisa está presente em mais de 50 cidades centrais na China e colocou os pés em mais de 20 setores, como cultura e esporte, gestão de negócios, turismo, hotelaria e restauração, transporte marítimo, saúde, ciência, apartamentos e escritórios.
Muito além do calote
O calote não é a única semelhança com a Evergrande. Assim como a gigante do setor imobiliário, a Kaisa também tem um clube de futebol: o Shenzhen Football Club.
Conhecido como Shenzhen FC, o clube fundado em 1994 busca extrapolar os gramados e aperfeiçoar a cadeia da indústria do futebol, cobrindo o desenvolvimento de negócios, promoção da mídia e organização de eventos. Além disso, tem como meta cooperar com os principais clubes de futebol europeus.
O Shenzhen FC começou na terceira divisão e foi promovido à primeira divisão na temporada de 1996 da Liga Jia-A chinesa. O clube chegou a ser rebaixado, mas se recuperou e levou o título da Super Liga da China em 2004, tornando-se o primeiro clube a vencer todas as três divisões dentro da pirâmide da liga chinesa.
Kaisa em apuros
A negociação de ações da Kaisa foi suspensa hoje, depois que a empresa não conseguiu cumprir o prazo de quitar ontem US$ 400 milhões em dívidas offishore.
A Kaisa é a maior detentora de dívida offshore da China entre os incorporadores depois de Evergrande, que também deixou de pagar US$ 82,5 milhões em juros que venceram no mês passado e admitiu que pode não ter fundos suficientes para honrar obrigações financeiras.
Em comunicado, a Kaisa informou que os negócios com as ações seriam paralisados "aguardando a liberação pela de empresa de um anúncio contendo informações privilegiadas".
Barrada no baile
A Kaisa é uma grande tomadora de empréstimos nos mercados internacionais e tem perto de US$ 3 bilhões com vencimento no próximo ano. Na semana passada, os investidores do grupo - que inclui a Pimco - rejeitaram uma oferta para estender o vencimento de sua dívida.
Segundo a imprensa asiática, mesmo no caso de um default técnico, a Kaisa e os detentores de títulos offshore continuariam as negociações sobre a dívida da empresa.
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
-
Fundo que detém direitos de músicas de Beyoncé e Shakira anuncia venda de US$ 1,4 bilhão a investidor
-
A bolsa está valendo menos? Por que esse bancão cortou o preço-alvo das ações da B3 (B3SA3) — e você deveria estar de olho nisso
-
Sabesp (SBSP3): governo Tarcísio define modelo de privatização e autoriza aumento de capital de até R$ 22 bilhões; saiba como vai funcionar