Ambev registra aumento de vendas no 4º tri, mas alerta que cerveja vai encarecer em 2021
Lucro da fabricante de bebidas sobe 63,3% no período, com a ajuda de créditos tributários de R$ 4,3 bilhões
A Ambev (ABEV3) conseguiu driblar os efeitos do fechamento de bares e restaurantes, consequência das medidas de combate à pandemia de covid-19, e registrou um aumento no volume de vendas de cerveja em sete dos seus dez maiores mercados no quarto trimestre.
Mas o que deveria ser comemorado acabou parcialmente ofuscado por uma notícia nada animadora para os cervejeiros de plantão e os acionistas: a expectativa de crescimento do custo da cerveja no Brasil em 2021.
A fabricante de bebidas fechou o quarto trimestre com um crescimento de 13,4% da receita líquida, na comparação com o mesmo período de 2019, em termos orgânicos (quando se exclui os efeitos cambiais), totalizando R$ 18,5 bilhões. Incluindo os efeitos do câmbio, a alta foi de 20%.
O resultado ficou um pouco acima do esperado pela maioria dos analistas ouvidos pela Bloomberg. A média das projeções apontava para uma receita de R$ 18,3 bilhões. Em 2020, a receita somou R$ 58,4 bilhões, alta de 4,7% em termos orgânicos e 12,3% considerando efeitos cambiais.
O lucro líquido da Ambev no final do ano passado foi beneficiado por um ganho tributário de R$ 4,3 bilhões, decorrente da decisão do Supremo Tribunal Federal de 2017 pela inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins. Com isto, a última linha do balanço totalizou R$ 6,9 bilhões, alta de 63,3% em base anual. Excluindo itens não recorrentes em 2020 e em 2019, ele somou R$ 7 bilhões, crescimento de 51,2%.
No ano, porém, o lucro líquido da Ambev caiu 3,7%, para R$ 11,7 bilhões.
Leia Também
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 8,9 bilhões nos últimos três meses de 2020, estável em termos orgânicos e alta de 29,1% em termos reportados, com avanço de 3,50 pontos percentuais (p.p.) da margem ajustado em termos reportados e queda de 5,00 em termos orgânicos, para 48,2%.
Estratégia comercial acertada
No lado da receita, a Ambev registrou um aumento de 7,6% no volume vendido em todo o mundo (cerveja e bebidas não alcoólicas) e de 5,3% da receita líquida por hectolitro (ROL/hl), alcançando 50,9 milhões de hectolitros no quarto trimestre.
Segundo a companhia, o período foi marcado pela recuperação da receita, depois dos efeitos da pandemia terem derrubado as vendas.
“A maioria dos países apresentou recuperação sustentada de volume desde o segundo trimestre, à medida que as restrições impostas para o controle da pandemia da covid-19 começaram a ser gradualmente flexibilizadas nos mercados onde atuamos, com sete dos nossos dez principais mercados apresentando crescimento de volume no ano”, diz trecho do balanço.
No Brasil, seu maior mercado, a receita líquida teve crescimento de 19%, chegando a R$ 10,1 bilhões. O volume total de vendas aumentou em 10,6% para 34,7 milhões de hectolitros, com crescimento de 7,6% na receita por hectolitro.
Em cerveja, o volume de vendas aumentou em 11,9% para 26,4 milhões de hectolitros. A receita líquida da venda de cerveja atingiu R$ 8,7 bilhões, e a receita por hectolitro aumentou 8%.
A Ambev destacou que o desempenho desse segmento foi impulsionado pela implementação de uma nova estratégia comercial, que conseguiu responder às mudanças no comportamento do consumidor, citando o aplicativo de entrega Zé Delivery e a nova estratégia em relação a pontos de vendas, com uso de inteligência artificial para auxiliar varejistas na escolha de produtos.
Outro ponto destacado foi o avanço do portfólio de cervejas mais caras, com o volume de vendas das marcas globais crescendo dois dígitos, impulsionado por Stella Artois e Corona. Ela destacou ainda o crescimento das vendas da Brahma Duplo Malte.
No segmento de bebidas não alcoólicas, o volume de venda aumentou em 6,6% no trimestre, totalizando 8,3 milhões de hectolitros.
Água no chopp e na cerveja
O aumento do volume de vendas no quarto trimestre veio acompanhado por uma notícia nada animadora: a Ambev alertou que o custo da cerveja deve aumentar em 2021.
As projeções da companhia indicam que o custo dos produtos vendidos (CPV, indicador que mede os gastos para produzir e estocar um produto até a sua venda) no negócio de cervejas no Brasil crescerá entre 20% e 23% por hectolitro.
A situação, segundo a companhia, ocorrerá por conta principalmente da depreciação do real em relação ao dólar e dos maiores preços das commodities, o que exercerá pressão na margem Ebitda da companhia.
Por outro lado, a empresa destacou que as vendas de cerveja no Brasil começaram bem o ano. Mesmo sem o Carnaval, que dão uma bela ajuda no desempenho, o volume comercializado cresceu 10% neste início de ano.
Casas Bahia (BHIA3) avança em mudança de estrutura de capital e anuncia emissão de R$ 3,9 bilhões em debêntures
Segundo o documento, os recursos obtidos também serão destinados para reperfilamento do passivo de outras emissões de debêntures ou para reforço de caixa
Azul (AZUL4) avança no Chapter 11 com sinal verde da Justiça dos EUA, e CEO se pronuncia: ‘dívida está baixando 60%’
Com o plano aprovado, grande parte da dívida pré-existente será revertida em ações, permitindo que a empresa levante recursos
Bancos oferecem uma mãozinha para socorrer os Correios, mas proposta depende do sinal verde do Tesouro Nacional
As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos
Mais de R$ 9 bilhões em dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) e Engie (EGIE3) preparam distribuição de proventos turbinada
Os pagamentos estão programados para dezembro de 2025 e 2026, beneficiando quem tiver posição acionária até as datas de corte
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
